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Posso treinar com cólica? E dor de cabeça? Profissionais esclarecem

Enquanto alguns quadros de saúde se beneficiam das atividades físicas, outros exigem descanso. Saiba o que é ou não indicado

Por Ana Paula Ferreira
16 Maio 2024, 16h00

Que atire a primeira pedra quem nunca ficou em dúvida se deveria treinar com cólica, dor de cabeça, gripe ou outras queixas comuns do dia a dia.

Para quem tem o hábito de se exercitar, é comum que a primeira dúvida ao sentir algum incômodo seja se deve ou não manter a rotina. Essa resposta, entretanto, varia de quadro para quadro, uma vez que as atividades físicas podem ajudar ou atrapalhar nos sintomas. A seguir, a professora de ginástica da Bio Ritmo Camila Braido e os médicos do consultório Saludia Joyce Ikedo e Odilon Ribeiro tiram essas dúvidas.

Treinar ou descansar?

Cólica

Não há contra indicação para prática de exercícios físicos durante o período menstrual, contanto que não haja mal-estar e dores intensas. Pelo contrário: continuar com sua rotina ajuda no alívio dos sintomas, uma vez que a atividade física libera endorfina e ajuda na vasodilatação, mecanismo que leva mais nutrientes e oxigênio para o útero, contribuindo para a redução da dor.

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Os médicos recomendam que a intensidade seja de leve a moderada e a professora de ginástica concorda. E complementa com exercícios  indicados, como alongamento, aeróbicos que ajudam a reduzir o inchaço, como caminhada e bike, e atividades focadas na conexão corpo e mente, como ioga.

Dor de cabeça

A prática regular de atividades físicas, com aumento de intensidade progressivo, pode ajudar a ganhar condicionamento e melhorar o quadro de quem sofre cronicamente com a doença. Uma pesquisa do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), que desde 2008 avalia a ocorrência e os riscos de doenças crônicas, 150 minutos de exercícios por semana podem prevenir dores de cabeça como enxaquecas. Porém, em momentos de crise, movimentos podem agravar a dor, por isso é desaconselhado.

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Dor nas costas

Alongamentos e fortalecimento muscular ajudam a prevenir o problema, que segundo a OMS atinge 80% da população e está ligado ao sedentarismo, sobrepeso, envelhecimento e má postura. Ambos os médicos afirmam que o fortalecimento e alongamento da musculatura pode ser uma opção de tratamento eficaz em muitos casos. Porém, em momentos de crise, é sugerido repouso.

Camila lista algumas atividades que podem ser incluídas nesse tratamento. “Após um diagnóstico médico, é muito importante trabalhar a região para prevenir doenças e minimizar sintomas. Alongamentos, ioga, pilates, além de treinos específicos para o core, os músculos da região central do corpo, são interessantes”.

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Gripe

A indicação depende dos sintomas da doença. Caso esteja melhor, atividades leves a moderadas estão liberadas, como caminhadas. Os doutores Joyce e Odilon, no entanto, chamam para a respiração, que deve ser um fator de atenção na recuperação de um paciente de gripe. Quando há febre, mal-estar e/ ou dor no corpo, o melhor é repousar para poupar energia e acelerar a cura.

“A recomendação seria descansar até apresentar melhora dos sintomas, e ir retomando os exercícios aos poucos e gradualmente. Por ser uma doença altamente transmissível, é importante que o paciente tente se isolar de contatos com outras pessoas o máximo possível, usando máscaras, e evitando aglomerações e ambientes fechados. Portanto, nada de visitas à academia”, colocam.

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Ressaca

Durante a ressaca, o corpo apresenta desidratação e sintomas desagradáveis como dores de cabeça e mal-estar. Uma vez que as energias estão concentradas em eliminar as toxinas do álcool, é comum baixa disposição e concentração. A desidratação grave pode ocasionar tontura, fraqueza, desmaios e até convulsões. Sendo assim, praticar atividades físicas é desaprovado, segundo todos os especialistas.

Em todos os casos é importante haver a liberação médica para o treino, mas caso o paciente esteja fazendo o uso de medicamentos, se faz necessário, uma vez que alguns remédios não combinam com atividades físicas.

A professora da Bio Ritmo acrescenta que, havendo liberação, é possível continuar com a rotina e alcançar os objetivos. “O mais importante sempre é respeitar os limites do corpo. Quando há incômodo, dor, pare e investigue. Descanse. E ao retornar, faça aos poucos para não esgotar as energias e/ou causar um novo problema”, finaliza.

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