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Riscos da calistenia para mãos: o que você precisa saber

Prática consiste em usar somente o peso corporal nos treinos e pode sobrecarregar os dedos e punhos

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 12 ago 2024, 16h25 - Publicado em 6 ago 2024, 20h00

A calistenia é um tipo de exercício que ganhou muita força durante a pandemia de Covid-19 por sua praticidade, já que pode ser feita ao ar livre e sem a necessidade de frequentar academias.

Por conta do uso do próprio corpo no exercício, uma das principais vantagens da técnica é trabalhar mais grupos musculares de forma simultânea, com movimentos funcionais, ou seja, similares aos realizados no dia a dia. Assim, as mãos se tornam essenciais para a execução de muitos desses movimentos, já que ajudam a estabilizar e suportar o peso do corpo durante exercícios como flexões, barras e exercícios de equilíbrio, como as paradas de mão.

“Diante disso, é importante ter cautela ao iniciar os exercícios, pois a técnica pode sobrecarregar dedos e punhos. A execução incorreta ou a tentativa sem preparo adequado podem colocar muita pressão nas mãos, aumentando o risco de inflamação nos tendões e articulações, entorses, rompimentos e estiramentos nas estruturas das mãos”, ressalta Antonio Carlos da Costa, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM).

Cuidados com a calistenia

Para quem pretende iniciar no método de treino, a dica do especialista é começar aos poucos para progredir gradualmente e buscar orientação para evitar sobrecargas e possíveis danos à saúde.

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No caso de o movimento ser executado sem preparo ou de maneira incorreta, pode haver pressão nos dedos e punhos, o que aumenta o risco de lesões nas articulações. “Em episódios mais graves há rompimento do ligamento do punho, que causa inchaço e dor na movimentação, que demora a passar, além de sensação de perda da força”, explica Costa.

Outra lesão que pode ser desencadeada por movimentos incorretos e mais intensos das mãos e dos punhos, segundo ele, é a entorse, que resulta em estiramento e, por vezes, na lesão dos ligamentos da região. “Isso pode alterar a estabilidade da articulação do punho, sendo o ligamento escafo-semilunar um dos mais propensos a lesões. Já os ossos do carpo, que fazem movimentos sincrônicos, com a ruptura, ficam desarmônicos na extensão e flexão durante os movimentos do punho”, lembra o ortopedista.

Como em toda atividade física, aquecimento e alongamentos são recomendados. “Sempre faça um aquecimento adequado e alongue suas mãos e punhos antes de iniciar os exercícios”, fala o médico.

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O presidente da SBCM lembra, ainda, a importância de prestar atenção a sinais de dor ou desconforto, além de fazer pausas ou ajustar a prática conforme necessário. “Em caso de lesões, descanse o punho afetado, a área acometida, evite os exercícios, para que os tecidos se recuperem. Aplicar compressas de gelo nos casos mais agudos também pode ajudar a melhorar a dor e a inflamação e, caso ela persista, é preciso buscar um especialista para avaliação médica”, finaliza.

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