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Sentir dor muscular é sinal de treino bem feito? Profissional explica

Apesar de ser uma dúvida comum, especialistas afirmam que a dor muscular não está necessariamente relacionada à intensidade do treino

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 16 abr 2024, 16h09 - Publicado em 16 abr 2024, 16h00

É raro encontrar quem nunca tenha saído do treino já pensando naquela baita dor muscular que provavelmente surgiria no dia seguinte. Essa dor que algumas pessoas relatam após os exercícios físicos é motivo de muita dúvida entre os frequentadores das academias, pois costuma ser associada à sensação de ter mais resultados nos exercícios. No entanto, estudos demonstram que a maioria das lesões relacionadas ao esporte são contusões, luxações ou estiramentos, e não necessariamente estão relacionadas à intensidade do treinamento.

De acordo com Felipe Kutianski, especialista em fisiologia do exercício e fundador da plataforma de treinos Onbody, o desconforto muscular de início tardio pós-exercício, também chamado popularmente de “dor muscular” pela grande maioria dos praticantes, é resultado de um processo inflamatório desencadeado pela sobrecarga mecânica nos músculos. “Esse desconforto pode surgir algumas horas após o exercício físico e atingir sua intensidade máxima entre 24 e 72 horas depois, persistindo por até uma semana”, aponta ele.

Afinal, dor muscular é sinal de treino bem feito?

A resposta é não. “É importante destacar que sentir desconforto na musculatura não necessariamente indica que o treino foi bem-sucedido”, afirma o profissional.

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Segundo ele, a musculatura do corpo humano trabalha por adaptações gradativas, o que tende a ofertar uma melhora do tônus muscular e também da eficiência funcional. Ou seja, a longo prazo, é comum sentir menos desconforto após o treino, mas isso não significa que o exercício não esteja gerando resultado – bem pelo contrário, pode ser que o treino esteja sendo muito mais efetivo!

“Há algumas evidências científicas que apontam para um melhor resultado no aumento de ganho muscular nos treinos sem dores, principalmente de característica metabólica. Ainda assim, é importante analisar caso a caso”, alerta Kutianski. “Para iniciantes, essa falta de desconforto muscular pode também ser um indicativo de que está no momento de ajustar as cargas, aumentar a intensidade e/ou frequência dos treinos”, complementa.

Já quando se trata de lesões, podemos classificá-las em leves, moderadas e graves, dependendo dos sintomas apresentados. “É preciso entender que existe uma classificação para determinar os graus de lesões, ou seja, não é indicado sair tomando remédios (relaxante muscular) para desconforto muscular sem saber ao certo com seu médico o que ocorreu”, enfatiza o especialista.

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