É comum que, nos primeiros dias de academia ou ao aumentar a carga dos exercícios, a dor muscular pós-treino logo “dê as caras”, tornando difíceis tarefas simples do dia a dia como subir escadas ou pegar um copo na prateleira mais alta, por exemplo.
De acordo com o ortopedista e especialista em quadril David Gusmão, isso ocorre porque os grupos musculares são microlesionados ao realizarmos exercícios que exigem força por mais tempo do que estamos habituados, fazendo com que seja normal sentir dor até os músculos se acostumarem com os novos estímulos. Mas, afinal, até que ponto essa dor é normal?
A dor muscular pós-treino é inofensiva?
Segundo o médico, a dor muscular após o treino é, na maioria dos casos, um sinal de que o corpo está se adaptando ao novo estímulo.
“Quando nos exercitamos, especialmente se estamos introduzindo um novo tipo de atividade ou aumentando a intensidade, os músculos são submetidos a microlesões. Essas microlesões, por sua vez, são essenciais para o processo de fortalecimento muscular, mas também desencadeiam a sensação de dor”, ele explica.
E continua: “Para aliviar esse desconforto e acelerar a recuperação, você pode utilizar técnicas de relaxamento muscular, como alongamentos suaves e massagens, além de aplicação de calor localizado com bolsas térmicas”.
Gusmão ressalta que é importante mencionar que a dor muscular geralmente atinge seu pico entre 24 e 72 horas após o exercício. Trata-se de um fenômeno conhecido como dor muscular de início tardio (DMIT). “Essa dor é uma resposta natural do corpo ao esforço físico e tende a diminuir à medida que os músculos se recuperam e se adaptam ao treinamento.”
Quando se preocupar?
O especialista alerta que a dor muscular é geralmente uma resposta natural ao esforço físico, mas a dor nos ossos, especialmente no quadril e joelhos após o exercício, pode indicar problemas mais sérios, como a artrose.
“Quando os ossos doem imediatamente após o exercício, é importante prestar atenção. Isso pode ser um sinal de que as articulações estão sendo sobrecarregadas ou que há uma degeneração articular em curso. Nesses casos, é importante procurar orientação médica para um diagnóstico preciso e o início do tratamento adequado”, afirma o ortopedista.
Além das dores musculares comuns, existem sinais que indicam a necessidade de consulta médica imediata. “Se a dor persistir por mais de uma semana, piorar com o tempo ou interferir significativamente nas atividades diárias, é hora de procurar ajuda profissional. Outros sinais de alerta incluem inchaço, vermelhidão, calor excessivo na região afetada ou febre”, ele pondera.
Por fim, Gusmão destaca que compreender as origens das dores pós-treino é fundamental para uma prática segura e eficaz de atividade física.