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Wings For Life: como foi fazer uma prova de corrida contra um carro

Nossa editora de fitness, Daniela Bernardi, participou do evento em que não há linha de chegada e compartilha sua experiência

Por Daniela Bernardi
Atualizado em 2 Maio 2024, 12h55 - Publicado em 7 Maio 2018, 17h19
Corredoras na Wings For Life World Run 2018 no Rio de Janeiro
 (Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool/Divulgação)
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A Wings For Life World Run é uma prova de corrida que logo chama a atenção pela sua peculiaridade: como não há linha de chegada, os participantes só param quando um carro da Red Bull os alcança. Desde o início, me pareceu divertido desafiar um veículo, que começa a 15 km/h e aumenta sua velocidade progressivamente até 35 km/h. Só que a história fica ainda melhor! Todo o dinheiro arrecado com as inscrições (e as doações) é destinado às pesquisas que buscam a cura para lesões na medula espinhal.

“Tenho fé de que a ciência vá avançar a ponto de descobrir como fazer a gente voltar a andar”, disse a ex-ginasta Lais Souza, em uma conversa exclusiva com BOA FORMA. Ela, que ficou tetraplégica após se chocar contra uma árvore enquanto esquiava em 2014, e o paratleta Fernando Fernandes, que sofreu um acidente de carro em 2009, foram os embaixadores desta edição da prova, que aconteceu no último domingo (6), no Rio de Janeiro. Além deles, outros famosos, como a jornalista Carol Barcellos e o ator Bruno Gagliasso, marcaram presença no evento que reuniu mais de 100 mil pessoas no mundo todo em prol da causa (a largada é simultânea em 66 países!)

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Correndo por aqueles que AINDA não podem

Como vou encarar a meia maratona do Rio de Janeiro, que acontecerá no dia 2 de junho, venho treinando forte nos últimos meses. De acordo com minha planilha de corrida, no último fim de semana eu deveria ter rodado 14 km. Pensei: “se o carro sai meia hora após a largada, consigo garantir pelo menos 5 km e, depois, é só manter o pace de 5’45’’ min/km que estou acostumada”. Só que nem sempre a corrida sai como planejamos, né?

Às oito horas da manhã, partimos da praça do Pontal, na praia do Recreio dos Bandeirantes, e fomos em direção à Zona Sul. O ambiente parecia intimista (pouco mais de quatro mil corredores) e pude encontrar vários amigos durante o percurso – até um ex-crush embuste! Todo mundo estava empolgado com a ideia de superar o carro, que era pilotado pelo surfista Pedro Scooby, e muitos cadeirantes dominavam a cena, prontos para também acelerar com a gente. Me senti feliz com o espírito do evento porque, no Brasil, ainda é difícil encontrar inclusão no esporte de maneira geral.

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Cada pessoa tinha seu próprio objetivo. Enquanto a influenciadora Nina Anhaia estava participando da sua primeira prova de rua e comemorou muito por ter completado 10 km, a médica (e uma das minhas melhores amigas) Liana Tortato, da crew Elas Que Voam, superou-se e bateu 29 km (ela ficou em 19º entre as mulheres no ranking nacional). Já eu… Acabei um pouco abaixo da minha meta, no 13º km após uma hora e vinte da largada.

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Não soube lidar muito bem com a ideia de correr para não ser alcançada por um carro. Fiquei encanada com o pace que teria que manter para chegar ao 14º km e acabei exagerando na velocidade no começo. Logo no terceiro quilômetro, o clima abafado do Rio de Janeiro me pegou de jeito e meu ritmo subiu muito (fiz uma média de 6’08’’ min/km, mas em alguns trechos cheguei a 6’45’’ min/km).

Preocupada em não ser alcançada pelo carro, dei apenas pequenos goles nos primeiros postos de hidratação. Só no 9º quilômetro pensei: vou caminhar para conseguir beber o copinho inteiro. Melhor decisão da vida! Consegui acelerar com meu corpo mais confortável. Repeti a mesma tática no 12º quilômetro. Mais uma vez, me dei conta de que, na corrida, precisamos ouvir nosso organismo e que, às vezes, menos é mais! Inclusive, um estudo alemão mostrou que caminhar numa prova longa ajuda a preservar a musculatura e nem sempre aumenta o tempo do percurso.

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Se saí frustrada por não ter alcançado minha meta? De jeito nenhum! Adorei a ideia de não saber a hora que a prova terminaria. Além disso, a cada quilômetro, a organização colocou uma placa em que dizia quantos dólares havíamos arrecado para a causa – no total, foram 3 milhões de euros! E, quando Pedro Scooby passou por mim com o carro, a sensação foi mais de ‘missão cumprida’ do que de desapontamento.

Os vencedores

Como a largada é simultânea no mundo todo, vence o último a ser alcançado pelo “carro-perseguidor”. No Brasil, a eslovena Eva Zorman bateu 48,10 km e o paranaense José Eraldo Lima bateu o recorde nacional com 63.70 km – ambos terminaram a prova nas ruas do centro do Rio de Janeiro. Já na classificação geral, a portuguesa Vera Nunes venceu na Alemanha com 53,79 km e o sueco Aron Anderson consagrou-se campeão pela segunda vez após rodar sua cadeira (sim, o número 1 da Wings For Life correu sobre rodas!) por 89,85 km nos Estados Unidos.

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