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Virginia é diagnosticada com TDAH. Saiba o que é o transtorno

Dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) apontam que a prevalência global do TDAH varia entre 5% e 8%. Entenda!

Por Juliany Rodrigues
2 fev 2024, 14h50

Na quarta-feira, 31 de janeiro, Virginia Fonseca, ao lado do marido, o cantor Zé Felipe, revelou que foi diagnosticada com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) nas redes sociais.

“Sim, fui diagnosticada com TDAH e hiperatividade. Acho que essa parte todo mundo sabia, né?”, afirmou a influenciadora, nos Stories do Instagram.

De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), a prevalência global do transtorno varia entre 5% e 8%.

Para o Dr. Caio Gibaile, psiquiatra, nos dias de hoje, é comum encontrarmos informações discrepantes sobre a doença, frequentemente acompanhadas por estigmas e mal-entendidos.

“É fundamental desmistificar o TDAH e eliminar as ideias equivocadas que circulam a respeito. Com as abordagens corretas, pessoas com o transtorno podem não apenas levar uma rotina comum, mas também prosperar em diversos aspectos de suas vidas”, ressalta o médico. 

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Confira:

virginia tdah
Virgínia Fonseca comenta sobre o diagnóstico de TDAH no Instagram | (Instagram @virginia/Divulgação)

O QUE É O TDAH?

Segundo a Dra. Ana Teresa D’Elia, psiquiatra, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, com forte influência genética, que começa a se manifestar na infância e persiste ao longo da vida.

“O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, os sintomas iniciam na infância, porém, muitas vezes, o diagnóstico não é realizado durante esse período. De forma resumida, é aquela criança desatenta/hiperativa, que tem diversos prejuízos devido à falta de atenção, mas que nunca foi levada para uma avaliação e acaba indo buscar o diagnóstico na fase adulta”, ressalta ela.

A médica conta que existem três tipos de TDAH, sendo que eles são divididos com base nos principais sintomas apresentados.

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“Há o hiperativo/impulsivo, em que predominam agitação, inquietação e impulsividade, o desatento, em que a desatenção, a dificuldade de organização e a falta de foco predominam, e o misto/combinado, no qual o paciente apresenta tanto a hiperatividade quanto a desatenção”, diz.

SINAIS DO TRANSTORNO

“Os sintomas incluem desatenção, com dificuldade para concluir tarefas, dificuldade de organização, não conseguir manter o foco em tarefas simples, às vezes, até em uma conversa, procrastinação e distração. E também temos a hiperatividade, com inquietação, agitação, dificuldade de esperar, impulsividade, dificuldade de relaxar“, lista a Dra. Ana Teresa.

Na infância, os sintomas podem se manifestar de forma mais intensa. “A criança tem muita dificuldade de ficar sentada na cadeira, mexe em tudo, interrompe a aula e fala muito, por exemplo. É importante lembrar que, em meninas, essa agitação tende a ser menos frequentes“, acrescenta ela.

DIAGNÓSTICO

Para diagnosticar o TDAH, é necessário analisar os sintomas relatados pelo paciente e também os impactos que eles causam na qualidade de vida.

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“A identificação desse transtorno deve envolver muito mais do que um simples checklist de sintomas. Muitas vezes, são necessários diversos atendimentos e multiprofissionais, com aplicação de instrumentos adequados para o diagnóstico de cada faixa etária. Além disso, é fundamental investigar a presença de outras comorbidades. Ou seja, é um diagnóstico que pode sim ser muito complexo“, alerta a psiquiatra.

As pesquisadoras Rita de Cássia dos Santos Flores Ana Lúcia Hennermann, autoras do artigo “Importância da Avaliação Neuropsicopedagógica clínica em crianças/adolescentes com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH)”, reforçam que, durante o processo de avaliação clínica com hipótese de TDAH, o profissional considera sintomas e critérios de neuropsicopedagogia, envolvendo escalas, relatórios e coleta de informações sobre o dia a dia do indivíduo. 

TRATAMENTO

O TDAH pode ser tratado com várias abordagens, que podem envolver adaptações comportamentais, intervenções psicoeducacionais e, em alguns casos, medicamentos estimulantes.

O tratamento deve ser feito de forma individualizada, dependendo do quadro e dos prejuízos que cada um tem. Em geral, a psicoterapia cognitivo comportamental com técnicas com foco em organização, gestão de tempo, planejamento e execução de tarefas costuma trazer bons resultados. O uso de medicação, quando bem indicada e com acompanhamento médico adequado, também pode ser interessante, principalmente associado à psicoterapia e mudanças comportamentais”, destaca a Dra. Ana Teresa.

É POSSÍVEL DESENVOLVER TDAH COM O TEMPO?

Apesar de ser um problema mais comum em crianças, cada vez mais, observados adultos sendo diagnosticados com o TDAH. Porém, o Dr. Flávio H. Nascimento, psiquiatra, explica que isso não indica necessariamente que ele pode ser desenvolvido ao longo da vida.

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“As evidências de que o TDAH pode ser desenvolvido na fase adulta são muito escassas, todas reforçam que a condição surge desde a infância, mas existem outros fatores que podem levar ao diagnóstico na idade adulta, como, por exemplo, sintomas similares causados por outras razões”, conclui ele.

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