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Exercitar-se pode reduzir sintomas da TPM, diz pesquisa

Atividades de intensidade moderada, quando praticadas continuamente, aliviam cólicas, fadiga e dores

Por Amanda Panteri
Atualizado em 30 ago 2021, 19h20 - Publicado em 2 abr 2019, 15h42

Exercícios físicos regulares podem contribuir para a diminuição de sintomas negativos  típicos do ciclo menstrual — como cólica, dor nos seios, fadiga, alterações de humor e fome excessiva. Foi o que respondeu 78% das mais de 14 mil mulheres que participaram de uma pesquisa feita pela FitrWoman (aplicativo de monitoramento do ciclo menstrual e esportes) em parceria com a Universidade de St Mary’s, no Reino Unido. Feita por meio da rede social para esportistas Strava, os dados contaram com a contribuição de cerca de 2 mil brasileiras.

Com idade média de 40 anos e ativas, as mulheres do Reino Unido, França, Alemanha, Irlanda, Espanha, Estados Unidos e Brasil relataram ter percebido uma diminuição dos sintomas com as atividades consideradas moderadas (aquelas que deixam a respiração bem pesada, mas ainda é possível conversar ao realizá-las). Isso acontece porque o esporte mexe diretamente com regulação dos hormônios no corpo. “Os benefícios de uma vida ativa se dão não somente pelos efeitos positivos para a respiração, coração e metabolismo. Mas também pela liberação de hormônios e neurotransmissores associados com o bem-estar e níveis de humor”, explica a ginecologista Bianca Franco, de São Paulo.

Dentre eles, a médica cita a dopamina, relacionada ao controle do humor, a adrenalina, a serotonina, muito ligada à sensação de felicidade, e insulina, que gera saciedade ao cérebro. Se a vida ativa é associada a uma alimentação balanceada, então, os resultados são melhores ainda. “O equilíbrio com horas suficientes de descanso e boa hidratação é ainda mais eficaz”, diz a educadora física Priscila Lopes, coordenadora da academia Velox Fitness, no Rio de Janeiro.

TPM, menstruação e treino

Mas calma. Mesmo com todos os hábitos saudáveis, não é incomum ficar mais cansada, desanimada e com cólica durante algum período do seu ciclo menstrual. Quase todas (88%) das que responderam à pesquisa também sentem a mesma coisa — e 69% delas já tiveram que mudar o treino por conta disso. Tudo isso acontece por causa de dois hormônios sexuais femininos: o estrogênio e a progesterona, que são os controladores do nosso ciclo menstrual e variam suas concentrações no organismo durante o mês.

“No início do ciclo (quando a mulher está menstruando), os níveis hormonais são baixos e o desempenho físico costuma ser pior. Após a ovulação, a concentração de progesterona é alta, mas a de estrogênio é baixa, ocasionando fadiga, irritabilidade, dores de cabeça retenção de líquido e outros sintomas”, explica a ginecologista. O período pós-menstruação é aquele em que o estrogênio atinge seu pico, e constitui a época em que a gente costuma ter mais resistência e sentir mais ânimo.

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O que fazer quando estamos “naqueles dias” então? O segredo é respeitar os limites do seu corpo. Isso não quer dizer que você deva passar longe da academia (ainda mais depois que acabamos de descobrir que treinar pode diminuir esses efeitos, não é mesmo?). “A mulher pode fazer um ajuste no treino, que varia de pessoa para pessoa. Às vezes, adaptar a carga basta para algumas, enquanto outras necessitam de atividades menos intensas no dia, e podem trocar a corrida por uma sessão de bike”, diz a educadora física.

Tabu

E se a menstruação já é um tabu para a sociedade como um todo, em um ambiente como a academia, então, é pior ainda. 81,5% das brasileiras que responderam à pesquisa nunca nem tocaram no assunto com seus coaches, instrutores, mestres ou professores. “É imprescindível que haja uma conversa entre aluno e personal, principalmente ao iniciar qualquer prática, justamente para ajudar na regulação do ciclo hormonal. Além disso, é ele quem vai passar as adaptações e ajustes necessários nos dias de maior cansaço”, explica Priscila.

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