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O impacto da acne na depressão: entenda como a condição afeta o bem-estar

Acne aumenta o risco de depressão, alerta médico

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h35 - Publicado em 7 Maio 2024, 14h00

A acne é uma condição que, muitas vezes, é resistente os tratamentos e parece nunca ter fim. E essa batalha constante contra os cravos e espinhas que insistem em aparecer pode prejudicar (e muito) a saúde mental e a autoestima, predispondo quadros de tristeza e depressão.

“Ela é uma doença de pele inflamatória e infecciosa, que, por vezes, causa também desconforto e dor. Lutar contra”, afirma o Dr. Danilo S. Talarico, professor do Instituto Lapidare e da Faculdade Primum (Antigo Instituto BWS) de Dermatologia, Tricologia, Transplante Capilar e Medicina Estética.

Se engana quem pensa que as espinhas vermelhas e brilhantes são apenas um problema dos adolescentes, afinal, existem muitos adultos que continuam a enfrentá-las.

Segundo o médico, independentemente da fase da vida do indivíduo, elas podem trazer sérias consequências psicológicas. “Por isso, sempre orientamos começar o tratamento o quanto antes”, destaca Talarico. Saiba mais sobre os impactos na saúde mental a seguir!

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Perda da autoconfiança

As espinhas – e também as cicatrizes e manchas deixadas por elas – podem fazer com que os pacientes se sintam inseguros e envergonhados com a própria aparência. “Isso pode ser tão intenso que muitos relatam não gostar de tirar fotos ou de se olhar no espelho”, fala o especialista.

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Um estudo publicado no Journal of Investigative Dermatology em 2011 ainda apontou que pessoas com acne moderada a grave evitavam a busca por relacionamentos românticos.

“Preocupar-se com a pele pode parecer algo superficial e essa é uma das razões pelas quais muitas pessoas se sentem envergonhadas de falar sobre isso. Mas isso afeta a qualidade de vida e, por esse motivo, deve ser levado a sério”, enfatiza o Dr. Danilo.

Isolamento social

Por abalar a autoestima e a autoconfiança, a acne pode desencadear o isolamento social, que acontece quando o paciente foge de interações sociais por ter vergonha da própria pele.

“Esconder-se do mundo pode parecer uma forma inofensiva de proteger o seu bem-estar, mas pesquisas mostram que o apoio social pode melhorar a saúde mental e a autoestima. Nesse estágio, além do tratamento para a condição de pele, a terapia com psicólogo também pode ajudar”, garante.

O médico ainda desmitifica o estigma de que as espinhas são resultado de falta de higiene. “Isso não é verdade. As peles são mais oleosas e com tendência à acne muito por conta de influência genética”.

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Depressão

De acordo com o Dr. Danilo Talarico, há muitas evidências de que pessoas diagnosticadas com acne têm maior probabilidade de apresentar depressão em comparação com as que não sofrem com o problema dermatológico. Em casos extremos, pensamentos suicidas podem surgir.

“Essa conexão faz sentido, já que não querer ser visto ou odiar sua aparência é um fardo emocional pesado e pode dificultar até mesmo as tarefas mais simples (como sair da cama, tomar banho ou se arrastar para o trabalho)”, comenta.

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“Muitos pacientes chegam e dizem que já tentaram de tudo – todos os produtos, todos os dermatologistas, todos os medicamentos prescritos. Portanto, pode haver esse sentimento de desesperança quando você sente que já tentou de tudo e nada está funcionando. Para esses pacientes, o tratamento com isotretinoína, que causa atrofia definitiva das glândulas sebáceas da pele impedindo novas lesões na pele, é indicado, mas devemos ter um cuidado maior com esse paciente e indicar o acompanhamento médico e psicológico. Esse medicamento tem efeitos colaterais que requerem um olhar mais atento do médico e do psicólogo”, completa o professor.

Saiba o que fazer

Se as espinhas estão destruindo a sua saúde mental, é fundamental buscar a ajuda de um médico para encontrar o melhor tratamento para o seu caso.

O especialista pode recomendar desde produtos tópicos até remédios orais, além de orientar sobre a importância da alimentação e do gerenciamento do estresse para controlar o problema.

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Entretanto, mesmo fazendo isso, o Dr. Danilo destaca que pode levar meses e até anos para você descobrir o que realmente funciona na sua pele. Por esse motivo, é essencial ter paciência e persistência durante todo o processo, tendo em mente que a acne não define quem você é.

Ao notar que as espinhas estão atrapalhando as suas atividades diárias ou provocando sintomas de depressão, como desesperança ou irritabilidade, é recomendado encontrar um terapeuta. “Esses profissionais de saúde mental podem lhe ensinar ferramentas para controlar seu humor enquanto você aposta nos tratamentos médicos”, explica.

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