Nos últimos tempos, com a vacinação da COVID-19 avançando e o número de casos da doença decaindo, muitos setores ensaiam uma retomada de suas atividades. Muitos escritórios (e serviços que durante a pandemia seguiram de maneira remota) adotaram o modelo híbrido que mescla o home office com trabalho presencial.Assim como nós precisamos nos adaptar a essa nova realidade, nos acostumando aos poucos com a ideia de trabalhar fora de casa, os pets também precisarão se acostumar com algo que não é comum em quase dois anos: Ficarem sozinhos por um longo período de tempo.Para isso, o ideal é você tomar umas medidas para que os bichinhos se adaptem com tranquilidade.Estimule a independência do animalO veterinário comportamentalista Dalton Ishikawa da Pet Games recomenda que os donos proporcionem uma rotina mais independente do cão mesmo na presença de familiares. "Existe um hiper vinculo, criado durante a pandemia, que precisa ser quebrado. O termo chave é independência dentro de casa, mesmo com a nossa presença. Temos que oferecer recursos, ferramentas e atividades que sejam interessantes, agradáveis e ocupacionais que sejam oferecidos mesmo com nossa presença, mas que naquele momento, durante aquele exercício, ele saiba que não terá nossa atenção", explica o médico.Como dica, Dalton recomenda brinquedos que estimulam as atividades de enriquecimento alimentar e recursos de enriquecimento estrutural (como tuneis, verticalizações)"Uma coisa muito importante é a gente saber proporcionar ao nosso animal momentos positivos durante o período em que ele fica sozinho", conta Dalton.Faça uma transiçãoÉ importante que, assim que puder, você comece a trabalhar a acostumar seu cão a passar períodos de tempo sozinhos para que essa transição seja menos traumática e drástica."Saia e espere em torno de 10 a 15 minutos fora. Faça isso por alguns dias e vá aumentando o tempo gradativamente", diz Fernanda Cioffetti, veterinária da Botupharma, que recomenda reforço positivo com carinho ou até petiscos que ele goste muito quando ele se sair bem nessa tarefa. O processo, para ter um sucesso permanente, precisa ser feito por volta de dois ou três meses e, na melhor das hipóteses, contar com o acompanhamento de um consultor de comportamento.Não puna!Caso seu animal esteja sofrendo com o fato de ficar sozinho por muito tempo, ele poderá demonstrar diversos comportamentos aversos como latido ou miado excessivo, destruição de algum objeto (sofá, almofada, roer o pé da mesa), automutilação, fazer suas necessidades em locais errados, brincar com as próprias fezes e ficar sem se alimentar ao estar sozinho.A penalização por essas ações, do posto de vista educativo, não deve ser feita.Segundo Dalton, o animal não associará o seu castigo com o ocorrido e isso apenas comprometerá a confiança e o vínculo que o tutor e pet possuem.O mais indicado é a prevenção: deixe objetos importantes e de valor longe do alcance do animal, tente antecipar o que ele pode fazer, esconda almofadas, remova tapetes, plantas e qualquer outro objeto que possa ser destruído.Ao voltar para casaO comportamento ao retornar para casa, segundo Dalton, não deve ser "motivo de festa", dar atenção excessiva ao cão ao chegar em casa enquanto o mesmo está eufórico, pode acabar incentivando esse comportamento. Lave as mãos, troque de roupa e assim que o animal começar a se acalmar, dê atenção de maneira gradativa.O mesmo cuidado deve ser feito ao sair de casa. Dar atenção excessiva instantes antes de deixá-lo sozinho pode acabar fazendo com que o processo seja mais difícil para o animal. Dalton recomenda distraí-lo com algum brinquedo onde o mesmo interaja sozinho pois, assim, segundo o profissional, ele priorizará a atividade e não sofrerá tanto ao ficar sozinho.