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Coronavírus: como higienizar seus objetos pessoais

Qualquer saidinha rápida exige alguns cuidados. Entenda

Por Amanda Panteri
Atualizado em 31 mar 2020, 15h30 - Publicado em 31 mar 2020, 09h02

Os estudos e descobertas a respeito de como o novo coronavírus sobrevive (tanto no ar como em superfícies) ainda são muito iniciais. Contudo, pesquisas preliminares já apontaram que ele consegue ficar vivo por dias em compostos como o plástico. “O COVID-19 vem de uma família de vírus que já existem. Ou seja, as informações que temos hoje sobre ele são muito baseadas no que já conhecemos dos antigos. Mesmo assim, alguns cuidados são essenciais para evitar não só a sua propagação, como também a de outras infeções e doenças”, explica o farmacêutico e homeopata Jamar Tejada, de São Paulo.

Por isso, é preciso seguir as recomendações dos principais órgãos de saúde mundiais. A primeira delas é: fique em casa e evite aglomerações. Se esse cenário ideal não for possível para você, vale redobrar a atenção. “As pessoas estão se preocupando em tirar os calçados antes de pisar dentro de casa, e isso é bom. O que elas esquecem é que precisam demarcar uma área logo na entrada para deixar tanto os pares quanto quaisquer objetos que possam estar contaminados lá”, alerta Jamar. Afinal, não adianta nada colocar os sapatos da rua de volta na sapateira, não é mesmo? 

O mesmo vale para as roupas. “O ideal é separar as peças imediatamente ao chegar. Se forem coisas mais pesadas, como uma jaqueta de couro, deixe no espaço reservado e utilize somente ao sair — nunca dentro de casa.”

Muita gente anda esquecendo também de higienizar corretamente alguns objetos que vêm da rua, como coisas pessoais (celular, óculos, relógio) e até embalagens de alimentos. Segundo o farmacêutico, o ideal é que as compras do mercado sejam lavadas com água e sabão. Ou então álcool gel 70%. Mas e o restante dos objetos? Fomos perguntar a especialistas: 

Óculos e lentes de contato 

Coronavírus: como higienizar seus objetos pessoais
(mabe123/Thinkstock/Getty Images)

Os nossos olhos são regiões úmidas e suscetíveis a infecções como a conjuntivite. Se seguirmos essa lógica, podemos concluir que há um risco de contaminação por coronavírus através deles — afinal, estamos sempre coçando e colocando as mãos lá. 

A verdade é que os usuários de óculos têm até uma pequena vantagem com relação a isso. As lentes, apesar de não serem 100% eficazes, oferecem uma certa barreira mecânica de proteção. Lisia Aoki, oftalmologista do Hospital das Clínicas, recomenda lavar o objeto com água e sabão (detergente funciona muito bem também, de acordo com ela) e só lançar mão do álcool gel 70% quando você não tiver uma torneira por perto. “O álcool pode estragar alguns tratamentos de lentes, como o antirreflexo e proteção UV”, ela diz. 

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Já a frequência vai depender muito do quanto você se expõe. A médica afirma que se você é um profissional da saúde, essa higienização deve ser feita a cada contato com um caso suspeito. Se você trabalhar em lugares com aglomerações como o supermercado, vale lavar os óculos durante o dia (umas três vezes). 

Se você estiver trabalhando fora, mas não estiver em contato direto com aglomerações e pacientes contaminados, tem que lavar toda vez que voltar para casa. E se você estiver cumprindo a quarentena, faça isso quando voltar da rua (caso for ao banco, por exemplo). 

Já as lentes de contato exigem os cuidados habituais: certifique-se de trocá-las somente em casa ou em banheiros que você sabe que são limpos. E lave muito bem as mãos antes de levá-las aos olhos e acrescentar o soro no estojinho. 

Maquiagem

Batom, máscara de cíllios, delineador e lápis já não deveriam ser compartilhados — e agora menos ainda. 

Objetos de escritório

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(Rawpixel/Thinkstock/Getty Images)
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Trouxe o notebook, mouse e fones de ouvido do escritório para fazer home office e ainda não os limpou? Vai correndo pegar um paninho com álcool 70%! Além de evitar o coronavírus, o hábito mata bactérias: afinal, um estudo feito em 2018 pela Universidade de Arizona, nos Estados Unidos, descobriu que teclados têm em média 400 vezes mais bactérias do que um vaso sanitário normal. Eca!

Chaves

Outra coisa que deixamos passar batido: nossas chaves. “Tanto elas como as bolsas, carteiras e cartões precisam de uma limpeza com álcool gel 70% depois de serem utilizados”, reitera Jamar. E é preciso um produto com essa composição, viu? O especialista explica que substâncias mais concentradas (álcool 96%, por exemplo) não são tão eficazes para desnaturar o vírus. 

Celular 

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(Astarot/Thinkstock/Getty Images)

O mais indicado é que aparelhos eletrônicos sejam esterilizados com álcool isopropílico 70%. Profissionais da Yesfurbe, plataforma de compra e venda de smartphones refabricados, separou algumas dicas sobre como limpar seu celular de forma segura: 

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Relógios, pulseiras e colares

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(jacoblund/Thinkstock/Getty Images)

Nas superfícies metálicas, como o aço, o vírus pode sobreviver por até 72 horas, segundo o estudo dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da Universidade da Califórnia, de Los Angeles e de Princeton. Peças como relógios e joias, que na maioria das vezes contém esse metal e são de uso diário, passam inúmeras vezes próximos ao rosto, seja quando o apoiamos no braço ou coçamos o olho.  

Freddy Rabbat, diretor-geral da TAG Heuer no Brasil, indica as etapas essenciais no processo de limpeza deles. “Na higienização de relógios em aço, recomendamos usar água e sabão ou até mesmo álcool, que aqui deve ser usado em um tecido umedecido”, pontua. “Já no caso das pulseiras de couro, o acessório não pode ter contato com álcool. Por ser um material natural, o ideal é que seja limpo com um pano suave, levemente umedecido.”  

Escova de dente

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(nadisja/Thinkstock/Getty Images)

Tem alguém gripado em casa? Peça para essa pessoa trocar imediatamente sua escova de dentes assim que ela melhorar. Isso é o mais seguro para ela e para as pessoas ao seu redor. Além disso, os profissionais da Condor indicam o que fazer para escovar os dentes de forma mais higiênica: 

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Aparelhos e próteses dentárias

No caso de aparelhos, a cirurgiã dentista Natália Sartoretto, sócia da Sartoretto Odontologia, dá as dicas. “O aparelho removível pode ser guardado na caixinha protetora, mas não deve ficar lá por muitas horas. Toda higienização é baseada na escovação, que deve ser feita com uma escova de cerdas duras e água. Não é indicado o uso de creme dental.”

Já a prótese dentária deve ser higienizada fora da boca. Vale usar uma escova de cerdas duras, água e um pouquinho de sabão diariamente. Há também a opção de fazer uma misturinha de água sanitária (1ml) com água e deixar a prótese submersa de 3 a 5 minutos. Ou utilizar produtos efervescentes que ajudam na eliminação de bactérias.

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