Contar as calorias dos alimentos parece meio ultrapassado, mas ainda é uma boa ferramenta para os profissionais que trabalham com alimentação saudável. Por meio dos números que indicam, em uma explicação mais simples, o tanto de energia que uma comida fornece ao ser digerida pelo organismo, fica mais fácil entender o que comer ou não se quisermos perder alguns quilinhos. Mas como saber o valor máximo que podemos ingerir diariamente? A nutricionista Fúlvia Gomes Hazarabedian, da rede de academias Bio Ritmo, em São Paulo, responde.
“Precisamos, primeiro, entender quanto gastamos por dia, ou seja, o nosso gasto energético total”, explica Flúvia. Para isso, somam-se dois fatores: a taxa metabólica basal, que leva em conta características fisiológicas como idade, peso, altura, sexo e estatura; e as atividades que realizamos diariamente (se trabalhamos em pé, ou se praticamos esportes).
A partir daí, é preciso pensar nos objetivos de cada um. Se você busca a manutenção do peso, por exemplo, pode consumir aproximadamente as mesmas calorias que gasta todos os dias. Por outro lado, quem quer ver os números da balança descerem deve procurar uma dieta com déficit calórico. Ou seja, comer menos do que gasta. No caso da hipertrofia, a equação se inverte, e é preciso focar no superávit calórico.
Colocar tudo na calculadora nem sempre é a solução
“As calorias são importantes para conseguirmos dar referências práticas aos pacientes, tanto em medidas caseiras (colheres, xícaras) quanto em medidas padrão (gramas). Mas é claro que não devemos nos basear apenas nisso, uma vez que corremos o risco de fazer escolhas nada inteligentes”, afirma Flúvia. É aquela velha questão: uma refeição pequena em um fast-food pode até conter aproximadamente a mesma quantidade de calorias que uma refeição em casa, por exemplo. Mas as duas são completamente diferentes com relação aos nutrientes, vitaminas e minerais que carregam — a segunda é bem melhor para o corpo.
Por fim, não existe um número ideal de calorias a serem ingeridas, uma vez que essa é uma “questão variável de pessoa para pessoa. Porém, mesmo que a gente queira perder gordura ou ganhar massa magra, deve-se levar em consideração mais a qualidade dos alimentos do que a quantidade de calorias”, afirma a nutricionista.