Diabetes e corrida: impactos da atividade na vida de pessoas com a doença
Especialista comenta sobre os principais desafios e benefícios da corrida para o esportista que vive com diabetes
Apesar de as atividades físicas serem ótimas para a saúde, pessoas que têm diabetes e fazem corrida precisam ter atenção e alguns cuidados específicos para manter um bom desempenho na prática sem prejudicar o funcionamento do organismo.
Isso porque, de acordo com Emerson Bisan, Diretor de Exercício Físico do Instituto Correndo pelo Diabetes (ICPD), existe uma grande preocupação em como evitar a hipoglicemia, uma vez que correr é um esporte exigente e que estimula grande parte do corpo, resultando em um alto gasto energético que impacta diretamente os níveis de glicemia.
“O esporte é um reflexo das mudanças da vida, com dias de vitória e dias de derrota. O aspecto mais importante é aprender a lidar tanto com as vitórias como com as adversidades, incluindo episódios de hipersensibilidade e hipoglicemia”, pontua o profissional.
Bisan explica ainda que, inicialmente, o ideal é o corredor imitar o gesto da corrida na velocidade de caminhada para descobrir sua velocidade de cruzeiro e posteriormente, aumentar gradualmente a distância e velocidade.
A seguir, ele aponta qual é a relação entre diabetes e corrida quando se fala nos impactos da atividade na vida dos pacientes com a doença.
Diabetes e corrida: impactos e cuidados
Emerson Bisan pontua abaixo cinco fatores que a pessoa que vive com diabetes deve levar em consideração ao praticar exercícios:
- Analisar a glicemia atual e sua tendência;
- Considerar a última refeição e sua composição nutricional, garantindo que fornecerá a energia necessária durante a atividade;
- Verificar a duração e pico de ação dos medicamentos usados;
- Analisar a atividade física planejada e sua intensidade;
- Garantir que tenha carboidratos de rápida absorção à mão, caso ocorra uma hipoglicemia.
“Adaptar-se a novos hábitos pode levar tempo, especialmente para iniciantes. No entanto, hormônios liberados durante exercícios, como dopamina, endorfina e adrenalina, promovem alterações nos hábitos alimentares, reduzindo consumo de alimentos sem valor nutricional e trazendo conforto e bem-estar”, aponta Bisan.
“Resultados como força, condicionamento cardiovascular, fôlego e flexibilidade surgem em semanas, melhorando qualidade do sono e controle da glicemia”, finaliza ele.