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Como passar dos 101 anos com uma vida ativa e feliz

Com a ginástica, Sylvio Carneiro mantém aos 101 anos a dádiva da autonomia e independência

Por Amanda Ventorin
21 set 2021, 15h07
Sylvio Carneiro se exercitando
 (Selmy Yassuda/Divulgação)
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Se manter ativo está ligado diretamente à questão da qualidade vida e longevidade. Isso significa preservar e manter a independência e autonomia ao longo da vida, principalmente quando as rugas e os cabelos brancos surgirem. Aos 101 anos de idade, Sylvio Carneiro Leão sabe bem o que isso significa. 

Nascido no Rio de Janeiro, ele mora sozinho bairro da Tijuca. Escuta música clássica diariamente, prepara suas próprias refeições e duas vezes por semana pega ônibus e metrô (sozinho) para aulas de ginástica no Estúdio Vértico. Apaixonado por esportes, Sylvio conta que sempre se exercitou “Comecei fazendo natação na Associação Cristã dos Moços quando tinha 18 anos. Por lá fiquei até os 21 anos. Depois fui fazer ginástica e não parei mais. O exercício faz parte da minha rotina e tenho sempre muito prazer ao realizá-lo”. 

Mesmo com a pandemia do coronavírus e o isolamento social, o carioca não deixou sua rotina de lado se adaptando ao modo online, realizando encontros com seu professor via Zoom, apesar de não ser seu modo preferido. “Esse negócio de se exercitar pela tela do computador ou celular será para os mais jovens. Eu fiz por um tempo (no início da pandemia), mas não gostei. Apenas cumpri o dever de casa. Gosto mais do presencial. Minhas aulas tem as músicas que gosto de escutar e meu professor fica sempre atento no que estou fazendo, pois se fizer algo muito diferente ele vai lá e corrige. Nas aulas presenciais cada aula tem uma proposta diferente e quando fazia on-line não dava para arriscar muito”, conta. 

Rodrigo Fernandes, instrutor e fisoterapeuta do Estúdio Vértico Kinesis explica que conforme a idade avança, o organismo passa a ter necessidades especiais e classifica a prática de atividades físicas essenciais para a terceira idade, pois ajuda a prevenir – e combater – doenças como a hipertensão, derrames, varizes, obesidade, diabetes, osteoporose, problemas de coração e pulmões. Além disso, manter-se ativo fortalece o sistema muscular, diminuindo o risco de quedas e facilitando os movimentos dos braços, pernas e tronco, bem como reduzindo as dores. 

Sylvio e seu instrutor, Rodrigo durante aula
(Selmy Yassuda/Divulgação)
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Segundo Carla Gutschov, fisioterapeuta especializada em cuidados na terceira idade, nesse período da vida é preciso ter uma estratégia de exercícios pensando na qualidade de vida do idoso. Exercícios de força, impacto e resistência, por exemplo, auxiliam na produção e manutenção natural de hormônios (produtos químicos liberados pelas células do sistema endócrino para o bom funcionamento do organismo, contribuindo para melhorar as taxas metabólicas e o aumento de massa muscular. 

Já exercícios aeróbicos, segundo Rodrigo, estimulam a produção de novos vasos sanguíneos. “Quanto mais vasos sanguíneos, mais fácil fica o fluxo de sangue e, consequentemente, melhor é a circulação. Esse tipo de exercício também diminui e evita a inflamação nas artérias, reduzindo os níveis de gordura no sangue e o colesterol. Em termos práticos, a atividade aeróbia melhora o sistema cardiorrespiratório, equilibra a pressão arterial, reduzindo os riscos de infarto ou de acidente vascular cerebral”, explica o fisioterapeuta.

Além dos benefícios para o corpo e a autonomia, a mente do idoso também se beneficia ao se movimentar. Libera-se endorfina, uma substância natural, durante e após a prática de exercícios físicos e isso ajuda relaxar, diminuindo o estresse, dando ao indivíduo uma sensação de bem-estar, confiança, autoestima, reduzindo a ansiedade e sintomas de depressão.

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Sylvio reforça, na prática, a explicação dos especialistas. Quando perguntado sobre a importância de se manter ativo, o centenário fã de música clássica que possui aproximadamente 250 CD’s do gênero, conta que o exercício físico dá voz a sua liberdade. “Significa que a cada dia tenho a oportunidade de agradecer pela minha autonomia, por encontrar com as pessoas que estimo, comer as coisas que gosto e quando tudo voltar ao normal ir ao Theatro Municipal assistir as óperas e balés”. 

 

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