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Caminhada pode reduzir necessidade de parto cesárea, aponta pesquisa

Estudo mostra que grávidas com cerca de 3 mil passos diários também tiveram menos complicações como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional

Por Ana Paula Ferreira
7 abr 2024, 10h00
Entenda como fazer caminhada pode influenciar no tipo de parto
Entenda como fazer caminhada pode influenciar no tipo de parto (Freepik/Divulgação)
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Um estudo conduzido pelo hospital israelense Rambam Health Care Campus, localizado em Haifa, ao norte de Israel, revelou como a caminhada diária pode ajudar significativamente na saúde gestacional, incluindo a menor necessidade de realizar parto cesárea, além de diminuir riscos de complicações antes e depois do parto, como a pré-eclâmpsia e a diabetes gestacional, entre outros problemas.

O estudo foi liderado pelo professor Ron Beloosesky, diretor da Unidade de Ultrassom Pré-natal do Rambam, junto dos doutores Chen Ben David e Yaniv Zipori da Divisão de Ginecologia e Obstetrícia, e dos estudantes de medicina Rayna Boyarsky e Deborah Rosenberg, da Divisão de Ginecologia e Obstetrícia do hospital. Para chegar aos resultados, em 2023, os pesquisadores acompanharam ao longo de seis meses 401 mulheres com gravidez única e com planos de realizar parto natural.

Caminhada x parto cesárea: o que diz o estudo

Por meio de tecnologias digitais e informações coletadas através dos telefones celulares das grávidas, foram revisados os dados de atividades físicas durante o período do estudo, principalmente a contagem diária de passos que elas davam.

“Mulheres na idade reprodutiva dão em média 4.500 passos por dia. As participantes do estudo andaram uma média de 3.300 passos antes do parto, mas, ao longo de cada trimestre, suas contagens de passos diminuíram de 2.900 passos para entre 2.100 e 2.200 no último mês”, explicou Beloosesky. “Nós, então, comparamos os dados que elas disponibilizaram com a evolução na sala de parto, assim como a relação entre a contagem de passos diários e diversos quadros de parto.”

Os resultados do estudo mostraram que mulheres grávidas com uma média de 3 mil passos diários usaram menos anestesias epidurais em comparação com as que andaram 2.600 passos por dia. Os pesquisadores também notaram menos complicações resultantes de sangramento pós-parto em participantes que andaram 2.800 passos por dia se comparadas com as que andaram 2.160 passos.

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“Os riscos de pré-eclâmpsia e diabetes gestacional também diminuíram em mulheres que conseguiram andar 2.829 passos todo dia”, diz Beloosesky. Riscos de sangramento pós-parto também se mostraram reduzidas para as grávidas que mantiveram uma boa média diária de caminhada.

“Peso, fumo e história pregressa de cesáreas não afetaram os resultados estatísticos nas categorias que examinamos, mas o número de passos, sim”, acrescenta Beloosesky. “De acordo com estudos adicionais, os dados registrados nos smartphones das participantes mostraram em torno de 90% das atividades físicas totais delas. Portanto, os dados formaram uma base confiável para a análise das informações. Quando tentamos encontrar um ‘número de ouro’, uma contagem de passos de 2.300 ao longo da gestação se mostrou eficaz. Esse número pode reduzir o risco de cesáreas em quatro ou cinco vezes, e diminui significativamente o risco de desenvolver outras complicações, o que revela como a caminhada é benéfica para mães e seus bebês”, conclui o pesquisador do Rambam, hospital israelense.

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