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Aula de surf: como foi minha experiência como iniciante na prancha

Também tem curiosidade de fazer uma aula de surf? Fiz pela primeira vez e te conto aqui, em detalhes, como foi!

Por Ana Paula Ferreira
16 jan 2024, 10h00
Confira como é uma aula de surf para iniciantes (Freepik/Divulgação)
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Sabe aquele desejo que você sempre teve, mas acabou deixando atrás de outras prioridades com o passar do tempo? O meu sempre foi fazer uma aula de surf!

Minha curiosidade surgiu ainda na infância, por volta de uns 11 anos, quando a mãe da minha melhor amiga me contou como era sua vida de surfista na juventude. A partir daí, nasceu em mim uma vontade enorme de saber qual era a sensação de subir em uma prancha no mar.

Porém, a verdade é que, por mais que eu tenha alimentado por anos essa curiosidade por surfar, tenho pouca (para não dizer nenhuma!) intimidade com ondas maiores que a altura dos joelhos – o que foi piorando cada vez mais com o passar do tempo. E esse foi, na verdade, um dos motivos que mais me fez querer aprender o esporte agora, na fase adulta, para bater de frente com esse medo.

Essa missão foi adiada por diversas vezes, até que, em 2023, vi a oportunidade perfeita aparecer “na minha frente” quando precisei fazer uma viagem de 20 dias para o Guarujá, no litoral sul de São Paulo. Ao procurar o contato de alguém que pudesse me ajudar com isso, cheguei ao ex-competidor profissional Paulo Kid, que me indicou seu sobrinho, Lucca Moscatelli. Juntos, eles dão aulas de surf na Guarujá Escola de Surf.

Aula de surf: minha experiência

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A aula começa na areia, onde você aprende os movimentos para subir na prancha (Arquivo Pessoal/BOA FORMA)

Marquei com Lucca nossa aula na Praia das Asturias por ser, segundo ele, um lugar com “mar calmo e onda boa para aprender”. Chegando lá, ele já me esperava com uma prancha de modelo softboard bem grandona e com uma roupa de borracha para eu vestir.

“Para iniciantes, sempre indicamos começar com pranchas softs, com tamanhos superiores a 8 pés, pois quanto maior a prancha, mais estabilidade para ficar em pé. Além disso, elas não machucam caso a pessoa seja atingida ao cair”, explica Moscatelli.

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Começamos com o instrutor desenhando uma prancha na areia para poder me ensinar o passo a passo de movimentos necessários para ficar em pé. Vale dizer que, na primeira aula, o aluno não precisa aprender a remar, passar com a prancha por baixo das ondas e outros detalhes que só são apresentados posteriormente.

As orientações, ainda na areia, foram:

  1. Deitar na prancha e centralizar bem o corpo para não correr o risco de tombá-la para nenhuma das laterais;
  2. Posicionar as mãos em cima da prancha, e não nas bordas, porque pode escorregar;
  3. Elevar o tronco flexionando os braços (como em uma flexão de braços mesmo);
  4. Usar uma das pernas para dar o suporte para levantar o corpo. Existem algumas maneiras diferentes de se fazer isso e a escolha vai variar de pessoa para pessoa, conforme o que for mais fácil e confortável para cada uma. No meu caso, por exemplo, me adaptei melhor de uma forma na areia e de outra na água.
  5. Ajustar a posição dos pés, flexionando os joelhos e posicionando os braços na linha dos ombros.

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    Lucca Moscatelli ensinando como subir na prancha – parte 1 (Arquivo Pessoal/BOA FORMA)

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Lucca Moscatelli ensinando como subir na prancha – parte 2 (Arquivo Pessoal/BOA FORMA)

Depois de repetir diversas vezes esse passo a passo, chegou a hora de ir para o mar. Lá, meu papel era ficar deitada na prancha apenas esperando o sinal do instrutor para por em prática os movimentos quando ele me “colocasse” na onda, ou seja, escolhesse uma onda que fosse boa – tanto de tamanho, quanto de força – e empurrasse a prancha nela para eu tentar levantar e surfar.

Impressões após a primeira aula

Nossa aula teve duração de pouco mais de uma hora, sendo que passamos a maior parte do tempo na água. E a verdade é que é muito mais difícil do que parece!

Minha principal dificuldade foi conseguir me levantar para chegar à posição correta para surfar. Isso porque, além de não ser um movimento simples, ele ainda precisa ser feito de forma rápida e com bastante equilíbrio. Caso contrário, a instabilidade da água faz você cair ainda na etapa de usar as pernas para levantar o corpo.

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Depois de tomar muitos caldos (cair da prancha), consegui ficar de pé duas vezes por poucos segundos, além de conseguir ficar algumas vezes de joelhos para sentir um pouquinho da sensação que é pegar a onda até o fim.

A aula é bastante cansativa, já que o corpo fica em movimento constantemente – seja pelo esforço para levantar na prancha ou para voltar para ela depois de cair –, e pede bastante paciência e concentração.

Para mim, foi uma experiência ótima e que com certeza pretendo repetir, dessa vez com menos medo das ondas!

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Prancha softboard, modelo normalmente usado para aulas de surf para iniciantes (Arquivo Pessoal/BOA FORMA)

Dúvidas comuns sobre surf

Perguntei a Lucca Moscatelli algumas das principais dúvidas a respeito das aulas de surf. Confira!

Existe idade mínima para fazer aula de surf e se tornar praticante?

Não existe idade certa, porém indicamos começar as aulas a partir dos cinco anos.

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Há alguma contra indicação?

Apenas para pessoas que não saibam nadar.

Quantas aulas são necessárias para poder começar a praticar sozinho?

O número de aulas depende da habilidade e desenvolvimento de cada um, mas de 5 a 10 aulas o aluno já terá um conhecimento suficiente para praticar o surf.

Qual é o local mais indicado para fazer a primeira aula de surf?

Praias com ondas menores e pouco crowd (menos pessoas).

Qual é o nome da roupa usada para surfar e para que ela serve?

As roupas de borracha como são conhecidas como wetsuits e servem para proteger do frio. Por isso, elas são usadas principalmente no inverno, quando a temperatura da água está fria. O material usado na fabricação delas é o neoprene, que mantém o calor do corpo e também protege contra os ventos.

Como preparar a prancha para surfar?

Em uma prancha de surf, há três acessórios fundamentais:

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  • Quilha: sua função é direcionar e proporcionar mais estabilidade durante o surf;
  • Leash (cordinha): serve para prender a prancha ao surfista;
  • Parafina: dá aderência ao corpo ao subir na prancha, para não escorregar.

Temos também o deck (antiderrapante), que é opcional ao praticante. Ele fica posicionado na rabeta da prancha (parte inferior da prancha) onde o surfista posiciona o pé de trás, e é usado para não escorregar e dar mais firmeza para a execução das manobras.

Dicionário do surf

Existem alguns termos muito usados entre os surfistas para nomear técnicas, movimentos e manobras. Veja a seguir alguns dos mais populares:

  • Drop: ato de pegar a onda;
  • Caldo, vaca ou wipe out: cair da onda por falta de equilíbrio ou durante uma manobra;
  • Remada: movimento de braçadas alternadas para se locomover dentro da água e pegar (entrar) na onda;
  • Crowd: quando o local está muito cheio, tem muito mais surfista do que onda;
  • Lip: crista da onda, a parte mais alta, que cai quando a onda se rompe;
  • Tubo: consiste no surfista ficar dentro da onda, coberto pelo lip;
  • Aéreo: manobra em que o surfista “voa” com a prancha por cima onda.
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