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Fáscia: 3 motivos para você treinar esse tecido que reveste o corpo todo

Ele envolve músculos, órgãos e tendões e influencia diretamente no seu desempenho esportivo

Por Daniela Bernardi
Atualizado em 2 Maio 2024, 12h56 - Publicado em 3 Maio 2018, 11h55
Mulher praticando pilates
 (UberImages/Thinkstock/Getty Images)
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É possível que você nunca tenha ouvido falar sobre a fáscia, um tecido que reveste o corpo inteiro, dos pés à cabeça. Mas saiba que em qualquer atividade do seu dia – seja no trabalho, seja no treino –, ela é fundamental para que seus músculos entrem em ação de uma forma segura e eficaz.

“A fáscia é como uma trama caótica e irregular que não deixa espaço vazio no corpo e envolve todos os músculos, tendões e órgãos sem interrupção”, explica a fisioterapeuta Ana Outsubo, proprietária do estúdio Ana Outsubo Pilates, em São Paulo. “Os cientistas vêm estudando cada vez mais o assunto. Hoje, recomenda-se um treino focado nela duas vezes por semana.”

Abaixo, três motivos para você colocar essa nova ideia na sua rotina fitness.

1. Melhora a força

Imagine a cena: nosso bíceps tem uma espécie de capa que permeia toda sua superfície, só que, se ela estiver rígida, o músculo fica preso e não consegue se expandir. “Uma fáscia desidratada se torna menos maleável, o que limita o crescimento da musculatura, mesmo em quem treina hipertrofia”, explica Ana. A solução não é beber água, mas gerar movimentação. “Exercícios com torções e alongamento ajudam a lubrificá-la mas, para isso, precisamos trabalhar de uma forma global, envolvendo mais de uma cadeia muscular.”

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A fáscia, inclusive, também auxilia na transmissão de força entre os músculos, fazendo com que a ação do glúteo influencie no quadríceps (lembre-se de que no dia a dia, eles não agem de forma isolada como acontece nas máquinas da academia). “Outra função é acumular energia cinética para amenizar o trabalho de força realizado pela musculatura”, diz Ana. Em uma corrida, por exemplo, você pode aliviar a pressão sobre o tendão de Aquiles (no calcanhar) se a fáscia da região estiver forte. “Para isso, faça saltos curtinhos com os pés em flex (paralelos ao chão, sem estendê-los). Vale acordar e ir para a mesa do café da manhã dando esses pulinhos”, recomenda Ana.

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2. Evita lesões

Quando a fáscia está ressecada, o risco de você se machucar também aumenta, afinal, podem se formar nódulos no tecido, o que desequilibra a ação dos músculos e das articulações, sobrecarregando uma única região. “Além dos exercícios que estimulam o alongamento, você também pode fazer massagens de liberação miofascial com rolos de pilates, duas vezes por semana”, indica Ana. O movimento precisa ser lento e profundo para que os nós e as contrações sejam desfeitos. Dá para fazer sozinha: sente-se em cima do rolo e deslize-o pela lateral das coxas, pelas panturrilhas, pelas costas e pelo glúteo. Quando sentir dor, insista um pouco mais na área.

3. Aperfeiçoa o equilíbrio

Fáscia e elasticidade têm tudo a ver. “O tecido é composto por colágeno, o que garante mobilidade para o corpo”, diz Ana. Exercícios de “rebound” (ou de balanços) incentivam a produção da proteína, fundamental para que as fibras da fáscia sejam renovadas. No pilates, por exemplo, você pode insistir em algumas posturas, fazendo idas e voltas bem curtas e rápidas com o tronco, as pernas e os braços. “Com isso, tanto um idoso consegue mais equilíbrio e coordenação para caminhar quanto uma mulher melhora agachamento, por exemplo.”

Outra palavra nova para você aprender hoje: propriocepção, que são receptores sensoriais que estão espalhados pela fáscia e que têm papel fundamental na sua consciência corporal. “Você pode acionar esses pontos realizando exercícios multidirecionais, com rotações ou com balanços”, diz Ana. “Também vale variar a modalidade, para incentivar áreas diferentes. Se você corre, faça uma aula de dança ou de ioga de vez em quando.”

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