“Aceitava meu corpo com a desculpa de que era uma questão de genética – fingia me esquecer dos três pratos que comia no almoço. Nossa família nunca se interessou por atividade física nem por alimentos saudáveis – salada e frutas não entravam na cozinha. Não era surpresa aquela criança gordinha ter atingido 115 quilos já no final da adolescência.
Claro que me incomodava, afinal muitas vezes deixava de sair com minhas amigas porque nenhuma roupa me servia. No entanto, para revolucionar a rotina, precisei passar por um grande susto: o infarto do meu pai. Antes desse drama, aos 20 anos apelei para algo rápido: remédios. Procurei um médico ‘milagroso’, que prometia uma perda estratosférica de peso sem esforço, e passei a tomar seis cápsulas tarja preta por dia. Mantive o método por dois anos e eliminei 40 quilos. Engana-se quem pensa que a escolha foi inteligente. Também perdi meu bem-estar: passava mal com frequência e esquecia as coisas com facilidade – no meio de uma tarefa, não lembrava mais como havia parado lá.
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Os efeitos colaterais foram piorando, até que decidi interromper essa loucura. Aí, meu apetite voltou com tudo! Em oito anos, ‘conquistei’ um péssimo recorde: ultrapassei os 130 quilos. Com apenas 31 anos, meus exames apontavam pressão e colesterol altos.
Foi quando o coração do meu pai deu sinal de exaustão. A partir daí, só conseguia pensar que a próxima vítima seria eu. Logo procurei uma endocrinologista e uma nutricionista, que traçaram um novo plano alimentar. Mesmo não sendo radical, consegui perder 8 quilos no primeiro mês. Troquei os pães franceses e o bolo no café da manhã por uma fatia de pão integral com requeijão e uma xícara de café com leite. Fome? Muita! Chorava sempre. Mas eu tinha um foco: minha saúde.
Cortei de vez o refrigerante e o hambúrguer. Com força de vontade, até os ‘inimigos’ de casa você vence. Minha família se recusou a mudar comigo e, por isso, eu tinha que fechar os olhos para a macarronada enquanto comia legumes e grãos. Hoje, carrego minha marmita com todas as refeições. Como pré-treino, adoro pão integral com pasta de amendoim. Para evitar doces e cerveja (minhas duas paixões), recuso os encontros com a galera durante a semana. Quando a vontade por chocolate aperta, apelo para as opções sem açúcar ou 70% cacau. Ainda não me apaixonei por esses novos sabores, mas sem nada iria surtar. [risos]
A atividade física entrou de vez na minha rotina. Antes, nunca havia pensado em malhar (sério!). Agora, a academia ocupa duas horas do meu dia, de segunda a sábado. Por seis meses, fiz apenas hidroginástica porque não aguentava sequer alguns minutos na esteira. Aos poucos, saí da água e encarei os desafios em terra. Comecei com caminhada e musculação, e hoje consigo correr 4 quilômetros sem parar – uma conquista pra mim!
Em um ano e meio, perdi 42 quilos e ganhei autoestima e qualidade de vida. Ainda preciso eliminar 20 quilos para chegar ao objetivo que tracei no consultório – alcançar os 75. Para isso, minha nutricionista adotou uma nova estratégia: a cada duas semanas, fico sete dias sem carboidrato. Apesar de ter que pegar mais leve nos treinos, é o período em que mais seco. Venho perdendo, em média, 2 quilos por mês. Enquanto a balança não apontar o número tão sonhado, seguirei firme e forte, com disposição e um sorriso que ninguém consegue me tirar! Está vendo? Ainda não é fácil, mas com paciência tenho certeza de que chego lá!”
DICAS PARA SEGUIR A DIETA SEM ABRIR MÃO DA VIDA SOCIAL
1 Coma antes de sair de casa “Chegar à festa com fome é a receita para atacar a primeira coxinha que você vir pela frente. Fazer pequenas refeições no seu lar diminui o risco de exagerar nas guloseimas.”
2 No bar, beba muita água “Antes de pedir uma caipirinha ou um refrigerante, tomo no mínimo dois copos d’água. Ela dá a sensação de saciedade e faz com que aquele drinque não seja tão irresistível assim.”
3 Programe-se “Se sei que vou ter um churrasco daqui a um mês, não saio da dieta até a data para, depois, curtir a festa sem culpa. Surgiu um jantar de última hora? Como a sobremesa e me controlo na semana seguinte.”
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