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Você fala consigo mesma na 3ª pessoa? Isso pode aliviar o stress

Aquele papo reto com você mesma está longe de ser loucura: ele ajuda a lidar melhor com situações de conflito

Por Julia Carneiro (Colaboradora)
Atualizado em 17 fev 2020, 15h11 - Publicado em 31 jul 2017, 18h22

Pode ser que você não queira admitir, mas, provavelmente, já se pegou dando conselhos, broncas ou incentivos a si mesma como se estivesse falando com outra pessoa, mas chamando-se pelo seu próprio nome como “A Julia não vai desistir” ou “A Julia consegue.”

Esse ato de falar consigo mesma, muitas vezes involuntário, virou tema de pesquisa entre psicólogos da Michigan State University e da University of Michigan, ambas nos EUA. E, para sua tranquilidade, foi constatado que um bate-papo na terceira pessoa ajuda você a lidar com situações complicadas – e nem precisa ser em voz alta. Em pensamento já conta.

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Os pesquisadores resolveram transformar o estranho hábito em estudo, pois queriam achar um novo e simples método que as pessoas pudessem utilizar para se autoacalmarem diante de situações de stress momentâneo. Jason Moser, um dos autores do estudo, disse ao portal Yahoo Beauty que ele e seu colega Ethan Kross, PhD na University of Michigan já haviam notado que as pessoas costumam conversar consigo mesmas na terceira pessoa e citou o exemplo do jogador de basquete LeBron James que, ao deixar o time Cleveland Cavaliers — ele alegou ser uma decisão emocional —, partiu com o seguinte comunicado: “Quero fazer o que é melhor ao LeBron James e o que faz LeBron James feliz.”

Eles, então, pensaram que isso pode ser mais do que uma mania esquisita. “Talvez seja algo que as pessoas façam, involuntariamente, para ajudar em situações difíceis. Nós achamos que realmente é um mecanismo automático do cérebro, em que ele para de pensar em si mesmo ao usarmos o “eu” e ganha um pouco de distância psicológica dos fatos ao se referir pelo próprio nome.” Resumindo, seria como encarar a situação pelos olhos de outra pessoa — o que ajudaria a ter um pensamento mais claro e menos emotivo dos acontecimentos.

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O estudo foi feito em duas partes. Na primeira, os participantes tinham que ver imagens perturbadoras e descrever o que eles sentiam, usando a primeira pessoa (eu) e, depois, a terceira (seu nome). No segundo, foram convidados a contar experiências negativas do passado, também seguindo o mesmo esquema. Nos dois casos, a atividade emocional do cérebro dos participantes diminuiu rapidamente ao usarem a terceira pessoa, deixando-os menos estressados instantaneamente.

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Ou seja, se alguém criticar você por estar tendo uma conversa franca consigo mesma, saiba que está mais do que certa. Além de ser normal, mostra que está lidando bem com a situação.

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