Só após os 30 anos desencanei da balança e conquistei o corpo que queria
A educadora física, que já pesou 95 quilos, pegou firme na musculação e cortou os deslizes do fim de semana. Aos 33 anos, tem 16% de gordura corporal
Quando adolescente, Nathalia Cimatti chegou a pesar 95 quilos. Desde aquela época, ela tentava emagrecer com laxantes e dietas irresponsáveis. Nunca dava certo… Até que decidiu fazer diferente: a educadora física pegou firme na musculação e cortou os deslizes do fim de semana. Aos 33 anos, tem 16% de gordura corporal.
“Em 2014, sofri um assalto em São Paulo que mexeu muito comigo. O susto foi tão grande que tive de tomar antidepressivos e acabei ficando com zero apetite. Apesar de a balança marcar míseros 61 quilos (tenho 1,75 metro), me olhava no espelho e ainda me sentia insatisfeita. Que loucura! Quanto teria de emagrecer para ficar feliz? Desde os 13 anos, eu travava uma luta intensa contra meu peso – na adolescência, cheguei aos 95 quilos (sorte que mandava bem nos esportes, então o bullying não era tão forte na escola). Mas, quando uma colega que também era gordinha voltou das férias de verão magra, me dei conta de que eu também conseguiria mudar.
Cortei refrigerante e biscoitos e diminuí a quantidade de comida no prato. Até aí tudo certo. O problema é que, com essa obsessão, adotei métodos nada saudáveis: laxantes, sibutramina e dietas malucas. Se alguém me dissesse para ficar três dias tomando apenas líquido, eu topava. Até os 30 anos, cheguei a perder 15 quilos, mas nunca mantive um peso que considerasse adequado, porque acabava compensando o período de restrição comendo muito mais depois. Eu não entendia que o processo para ter um corpo legal não acontece de uma hora para a outra. Não existe milagre nem projeto de verão – você precisa abrir mão de muitas coisas e se esforçar bastante. No meu caso, tenho de fazer exercícios e me alimentar bem pelo resto da vida para não engordar de novo, já que a Organização Mundial da Saúde diz que a obesidade é uma doença crônica, ou seja, dá para controlá-la, mas não curá-la.
Quando entendi isso – no dia em que vi que estava com 61 quilos –, tirei as pilhas da minha balança e decidi que nunca mais subiria nela. Imagine só: na época, seguia um ritual matutino de fazer xixi e me pesar todo dia. Caso não gostasse do número, passava as 24 horas seguintes me restringido. Não dava mais! Mudei meu foco para a musculação com o objetivo de me tornar mais forte. As mulheres acham que, se colocarem muita carga nos aparelhos da academia, vão ficar masculinizadas, o que não faz sentido porque não temos testosterona suficiente para isso e não é nada fácil ganhar um quilinho de massa magra. A porcentagem de gordura acaba sendo mais importante, já que o peso também é constituído por músculos – agora, só subo na balança da nutricionista para checar minha composição corporal, que é de 16% de gordura.
Sabe o que acho engraçado? Se antes era criticada por ser obesa, agora as pessoas me questionam por ser ‘radical demais’. Quando fiquei solteira, me tornei totalmente antissocial porque tinha preguiça de explicar por que não bebo álcool ou não estou a fim de comer um doce. Juro que não sinto saudade de hambúrguer e de pizza! Sou feliz com salada, frango e legumes. Depois de um tempo, o paladar se acostuma e para de pedir esse tipo de alimento (cortei industrializados e os deslizes de fim de semana).
Uma professora da escola onde trabalho fica inconformada porque eu rejeito o bolo de chocolate. Ela diz: ‘Menina, como você consegue ficar em pé sem essa macarronada?’ Aprendi a ignorar esses comentários. A galera exige que a gente seja magra, mas que coma de tudo, né?
Ainda bem que me casei com um cara que adora crossfit! Nosso programa de sábado é treinar. Na modalidade, me reencontrei com o esporte: a cada WOD, quero melhorar meu desempenho, sem me preocupar com a estética. Aliás, nem encano mais se minhas pernas são ou não do jeito que eu gostaria. Acho que, com a maturidade, a gente passa a valorizar outros aspectos da vida – como nossa própria opinião. Não preciso mais seguir uma dieta, pois já tenho uma alimentação naturalmente saudável. Também não treino para emagrecer, mas para ter força. Sou feliz, sem sofrimentos.”
Altura: 1,75 m
Peso: 68 kg
Conquista: trocou dietas malucas por alimentação sustentável
GymPass BOA FORMA: treine em mais de 12 mil academias por um valor fixo
Dicas para ser forte
- Coma bem: “Não se ganham músculos
com alface e água. Muito menos com pizza e cerveja.”
- Pegue pesado: “Independentemente da carga, o treino precisa ser intenso para trazer resultado. Saia cansada da academia sabendo que fez um bom trabalho.”
- Guarde o celular: “Deixe o aparelho no armário para evitar distrações. Caso contrário, você esquece o tempo de descanso e não atinge o máximo esforço.”