Aplique técnicas do treino HIIT no trabalho e melhore sua produtividade
Exercite algumas técnicas inspiradas na academia e melhore sua performance profissional – a gente jura que é mais fácil do que queimar calorias
Sextou! Mas, em vez de ir à happy hour, você está na empresa terminando uma última tarefa. Se isso acontece com frequência, pode ser que sua chefe esteja pegando pesado demais… Ou você não tem foco. Quantas vezes se distrai para conversar com a colega da mesa ao lado, responder à mensagem do crush ou ler o site da BOA FORMA (ok, essa é uma boa justificativa)? Talvez sejam pequenas pausas, mas que, no fim do dia, fazem com que os prazos se tornem urgentes e a hora extra, inevitável.
“Ao prolongar o tempo no trabalho, você exige mais do cérebro e sobrecarrega o sistema de atenção e a memória”, diz o neurologista Fábio Porto, do Hospital das Clínicas de São Paulo. E, assim como acontece no treino, o exagero tende a levar à fadiga – só que mental, um problema que atinge um em cada quatro brasileiros, segundo a International Stress Management Association.
Um desses funcionários que sempre estendiam o expediente, Brad Stulberg decidiu mudar depois de sofrer um burnout – ele pifou. O consultor de negócios americano percebeu que precisava dar um gás nas tarefas do trabalho para otimizar seu tempo. Um esforço mais intenso, só que de duração mais curta (igualzinho àquele HIIT que seu personal diz que é mais eficiente do que as longas sessões moderadas de suor). Brad escreveu o livro Peak Performance (“Performance no topo”, em tradução livre) e adaptou para sua carreira a sacada do treinamento intervalado de alta intensidade.
Confira como dar um ritmo forte ao expediente para produzir mais resultados sem ficar presa na firma.
Prepare seu Wod
Quem faz crossfit conhece a sigla de workout of the day (treino do dia), que é a lista de exercícios que devem ser cumpridos em sequência, sem que se pule nenhum deles. No escritório, esse tipo de organização ajuda a priorizar as obrigações mais importantes e a evitar que você esqueça qualquer compromisso.
“Pela manhã, enumere no papel tudo de que precisa dar conta no dia: das tarefas mais urgentes para as menores. E vá ticando o que entregar”, aconselha Brad em entrevista exclusiva a BOA FORMA. Esse método garante a sensação gostosa de ver seu esforço dando resultado – assim como no boxe, ao perceber que os burpees já foram feitos, você ganha um pique extra para pagar os próximos abdominais, né?
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Tenha #foco
Ao conversar durante o treino, você sabe que está abrindo mão dos resultados – afinal, o ritmo do exercício diminui e, às vezes, nem dá tempo de chegar ao fim da série. “Nosso cérebro não está preparado para realizar diversas tarefas de uma única vez e, com as distrações, nenhuma delas é feita de forma 100%”, diz o neurologista André Lima, do Rio de Janeiro.
Por isso, quando a meta é queimar o máximo de calorias, o celular deve ficar no vestiário para que você se concentre em garantir fôlego e em executar corretamente os movimentos. Assim como na academia, no escritório você vai querer eliminar os possíveis sabotadores e manter o foco no principal objetivo. “Deixe o smartphone escondido e feche as abas desnecessárias do navegador. Você tem que se alienar do seu entorno e cumprir aquilo que foi preestabelecido”, recomenda Brad.
Não pule o tempo de descanso
No treino HIIT, o intervalo é fundamental para que o corpo se recupere de um esforço extremo e fique pronto para o seguinte. “Nossa musculatura só consegue executar uma ação megaintensa por um período limitado. Com o cérebro é a mesma coisa”, ressalta André. Então, o que vale para um minuto de burpee também funciona para o tempo de concentração máxima debruçada em um relatório.
Os especialistas afirmam que a mente consegue manter uma alta performance por até 120 minutos. “Sempre que cumprir uma tarefa da sua lista ou bater esse par de horas, faça um break para relaxar: reserve de seis a até 30 minutos para tomar um café, conferir as redes sociais ou conversar com os colegas”, diz Brad. Deixe o cérebro respirar antes de voltar ao ritmo frenético.
Respeite seus limites
Sempre tem a parceira de treino que levanta um kettlebell de 15 quilos com a maior facilidade e a outra que ainda sofre com um pequeno halter, cada corpo é um corpo! Cada cérebro é um cérebro. “Um cargo novo ou uma tarefa muito diferente vão exigir certa adaptação”, diz Brad. “Não se cobre para conseguir de primeira nem perca o dia todo batendo cabeça na mesma coisa. Isso só vai deixá-la ansiosa ou desanimada.”
Procure, então, uma adaptação que resolva a questão por ora: no treino, vale fazer flexões com os joelhos no chão; no trabalho, você pode montar uma apresentação mais simples, sem efeitos. E, depois, vá aumentando a dificuldade aos poucos – nos dois casos, não desista nem se desespere. Se a tarefa for sempre impossível, melhor pensar em trocar a modalidade do escritório, né?
Trabalho extremo
Encarar uma ultramaratona exige coragem e muita disciplina. A repórter Carol Barcellos está aí para confirmar: no programa Globo Esporte, ela aceitou esse e outros desafios e, para isso, manteve uma rotina próxima à de uma atleta profissional. O que a carioca não imaginava é que, além dos benefícios físicos, o esporte mudaria seu jeito “mais avoado” de ser.
“Sempre tive dificuldade em me concentrar. Mas numa ultramaratona ou num mergulho em caverna, por exemplo, a cabeça tem que estar 100% ali. Levei isso para a profissão e passei a focar de verdade no que estou fazendo”, conta a jornalista. A falta de horários fixos também deixou de ser motivo para não cumprir os compromissos. “À noite, organizo meu dia seguinte e programo tudo o que precisa ser feito – reservo um tempo para minha filha, para o trabalho e para os exercícios.”