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Varíola do macaco: é seguro ir à academia?

A doença, que tem gerado preocupação na comunidade médica, levanta, mais uma vez, questionamentos sobre as condutas nas academias

Por Marcela De Mingo
Atualizado em 15 set 2023, 15h37 - Publicado em 8 out 2022, 08h00

Depois de dois anos de pandemia de coronavírus, veio um novo alerta: a varíola do macaco. Em escala aparentemente menor, a doença começou a gerar preocupação na comunidade médica e a se espalhar pelo mundo inteiro. Porém, o quão rápida é a sua transmissão e como ela acontece? Estamos ilesos em ambientes como a academia? É o que vamos ver hoje. 

O QUE É VARÍOLA DO MACACO? 

A varíola do macaco é uma doença causada pelo vírus Monkeypox, que faz parte da mesma família de vírus que a varíola. O primeiro caso humano foi descoberto em 1970, mas ficou conhecido devido ao surto em 2022 em diversos países”, explica a Dra. Aline Scarabelli, infectologista e consultora médica do Labi Exames.

A monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos, é a chamada “zoonose viral”, isto é, uma doença em que o vírus causador é transmitido dos animais para os seres humanos. No entanto, hoje, o contágio também acontece de pessoa para pessoa. 

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De acordo com a médica, a transmissão ocorre por contato direto com a pele, secreções contaminadas e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. Alguns estudos também afirmam que pode ocorrer a transmissão da mãe para o feto durante a gestação ou após o nascimento por contato próximo.

Ela é transmitida por gotículas respiratórias e pelo contato físico com lesões ou fluidos corporais e com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo doente”, detalha a Dra. Brianna Nicoletti, imunologista pela USP. “O período de incubação (tempo de contágio e início da doença) da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a OMS.”

QUAIS OS SINTOMAS DA VARÍOLA DO MACACO?

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Os sintomas da varíola do macaco são bem semelhantes aos da varíola, só que mais leves. O principal indicativo da doença são as erupções cutâneas localizadas nos genitais (pênis, testículos, lábios e vagina) ou ânus, podendo se apresentar também em outras áreas do corpo, como mãos, pés, peito e rosto. 

 “Trata-se de uma doença que passa por vários estágios, desde as crostas até a cicatrização”, explica a Dra. Aline. “Inicialmente, a erupção pode causar espinhas ou bolhas dolorosas, ou com coceira.”

Além disso, os profissionais da saúde chamam a atenção para os seguintes sintomas:

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Os sintomas surgem em até 3 semanas após a exposição ao vírus, e podem durar, em média, 14 dias. A boa notícia é que raramente essa infecção é considerada fatal. 

“Os sintomas são iguais em adultos e crianças”, complementa a Dra. Brianna. “O que diferencia são chances de complicações se crianças muito pequenas e ainda em desenvolvimento do sistema imunológico. As complicações estão relacionadas a desidratação, conjuntivite, pneumonia, sepse e, em raros casos, encefalite e morte. A letalidade gira em torno de 1 a 3%.”

CUIDADOS PARA EVITAR O CONTÁGIO

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Uma vez confirmada a infecção, é necessária uma série de cuidados para evitar que a cadeia de transmissão continue rolando – assim como foi com o coronavírus. Os principais pontos de atenção são: 

“É importante lembrar que qualquer pessoa que tenha tido contato próximo e pessoal com alguém que tenha varíola do macaco está em risco”, alerta Aline. “Por isso, o diagnóstico precoce é a melhor forma de diminuir a disseminação da doença, visto que não há tratamento específico.”

Segundo Brianna, a vacina contra o vírus Orthopoxvirus variolae (da varíola tradicional) é a principal forma de prevenção contra a doença, no entanto, ainda não é possível produzi-la em larga escala e não há estoques desta vacina, pois a doença estava, até então, erradicada.

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VARÍOLA DOS MACACOS: É SEGURO IR À ACADEMIA?

Mais uma vez, voltamos ao exemplo do coronavírus. Apesar de não exigir períodos de lockdown, os cuidados para evitar a infecção pelas duas doenças é bastante semelhante. 

O ideal é que se higienize as mãos com frequência e higienize com álcool 70% cada aparelho, antes e após o uso”, diz a Dra. Aline. “A transmissão por gotículas também existe, então o uso de máscara também ajuda na prevenção da doença.”

Ou seja, com isso entendemos que a transmissão da varíola dos macacos é possível em academias, especialmente pelo compartilhamento de colchonetes, toalhas e aparelhos com pessoas com eventuais lesões de pele, fruto da doença. 

Por isso, a higienização correta dos aparelhos ajuda a reduzir enormemente a possibilidade de contágio. 

 “A forma mais comum de transmissão é pele com pele, o que pode acontecer em esportes de contato prolongado como o judô ou a luta greco-romana”, diz Brianna. “Mas mesmo em esportes de contato mais rápido, como futebol ou basquete, poderia acontecer, embora seja menos provável. Vale lembrar que pessoas sintomáticas devem procurar um médico para descartar a doença e, se positivo, que faça isolamento.”

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