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Tratamentos de fertilidade disponíveis no Brasil para cada tipo de família

Especialista explica os diferentes métodos para quem sonha com a maternidade ou paternidade

Por Larissa Serpa
24 jan 2022, 13h38

O uso das técnicas de reprodução assistida tem crescido de forma consistente nos últimos anos e possibilitam transformar os sonhos de quem, por algum motivo, não consegue engravidar naturalmente.

Você sabia que, de acordo com a lei federal 9.263/96, o planejamento familiar é um direito de todo cidadão brasileiro? A lei caracteriza-se por um conjunto de ações que garantem direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole.

“As configurações familiares passaram por diversas mudanças nos últimos anos: com casais homoafetivos ou famílias monoparentais (com um guardião só), por exemplo, explica Thaís Domingues, ginecologista especialista em reprodução assistida na Huntington Medicina Reprodutiva, referência no País.

A medicina reprodutiva auxilia na utilização da técnica mais adequada para cada família.

QUAL O PROCEDIMENTO IDEAL PARA CASAIS?

O procedimento ideal depende do motivo da infertilidade e das particularidades de cada caso.

Andrew Brookes
Sempre quis um bebê mas não está no momento certo? Leia essa matéria (Andrew Brookes/Getty Images)

A fertilização in vitro é a técnica mais disseminada e permite uma análise detalhada dos óvulos e espermatozoides. Isso porque esses dois elementos são retirados dos corpos e a inseminação é feita em laboratório.

Este método possibilita ótimas chances de sucesso para os casais que possuem uma pessoa com pênis e outra com vagina mas que possuem alteração seminal ou nas tubas. Segundo a especialista, o tratamento é frequentemente a melhor opção para mulheres acima de 38 anos, além de casais que necessitem realizar uma pesquisa no embrião, por casos de doenças genéticas na família, ou até mesmo para mulheres que vivenciaram abortos repetidos.

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“Para os casais homoafetivos masculinos [ou formados por duas pessoas com pênis] é possível realizar a fertilização in vitro com o sêmen de um ou ambos. Neste caso, é válido lembrar que não é permitida a transferência de embriões formados através da utilização do sêmen dos dois. Ela deve ser do embrião de um dos parceiros e, em outro momento, do outro. Pois, pela última resolução (CFM 2.294/ 2021) do Conselho Federal de Medicina (CFM), a identidade do embrião deve ser conhecida”, explana a médica do Grupo Huntington.

“Também é válido reforçar que são necessários os óvulos de uma doadora anônima, assim como de uma voluntária para ser o útero de substituição.” De acordo com a resolução, a ovodoação no Brasil é anônima e não remunerada. Além disso, tanto a doação de óvulos como do útero de substituição podem ser realizadas por alguém conhecido, desde que seja parente de no mínimo 4° grau de um dos parceiros e deve ser excluída consanguinidade para a formação do embrião.

Um procedimento mais simples para esses casais que possuem genitais de sexos diferentes é o coito programado, no qual por meio de um ultrassom é feito um acompanhamento da ovulação, que pode ser induzida e estimulada após a ingestão de medicamentos. Isso possibilita identificar o período mais fértil da mulher, direcionando as relações sexuais para que ocorram neste melhor momento, aumentando as chances de êxito.

Essa técnica é sugerida principalmente para úteros e trompas normais (porém com alterações de ovulação) e parceiros com espermatozoides em número e qualidade normais.

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A inseminação intrauterina, conhecida popularmente como inseminação artificial, é indicada geralmente para os que já tenham realizado o coito programado sem êxito ou para aqueles com leves alterações de espermograma. O sêmen, neste caso, é introduzido no interior do útero durante o período ovulatório. Ou seja, o óvulo não sai do corpo da pessoa que vai gerar, diferente da inseminação in vitro, em que tanto óvulo como esperma são unidos fora do corpo.

“A reprodução assistida ajuda também os casais com duas genitálias femininas, com a possibilidade de realizar a inseminação intrauterina inserindo, no útero de uma das parceiras, o sêmen de um doador. Também existe a alternativa da fertilização in vitro, com a transferência do embrião, fertilizado em laboratório, para o útero. Isso torna possível que uma pessoa seja responsável pelo gameta e outra pela gestação”, enfatiza a especialista.

DEVO CONGELAR OS ÓVULOS?

O número de mulheres que têm filhos depois dos 35 anos cresceu 63% nos últimos dez anos, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O envelhecimento atinge a qualidade dos óvulos, com aumento exponencial após os 38 e 40 anos. O desenvolvimento de técnicas de congelamento de óvulos e embriões são avanços que apoiam as escolhas de gravidez tardia. O ideal é que os óvulos sejam congelados quando a mulher é mais jovem, de preferência até os 35 anos ou até antes, a depender de sua reserva ovariana. Realizar o congelamento até esta idade melhora as chances de êxito no futuro”, completa Thais.

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Veja aqui o que você precisa saber antes de optar por CONGELAR OS ÓVULOS.

PRODUÇÃO INDEPENDENTE

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(Getty Images/Divulgação)

Já para produção independente, a mulher deve buscar um doador no banco de sêmen e, a depender da idade, atividade da trompa e reserva ovariana, existe a opção de realizar a inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro. Quem possui baixa reserva ovariana, principalmente após os 38 anos, com alterações nas funções das trompas, endometriose ou alteração seminal grave, existe a indicação da fertilização in vitro, que aumenta as taxas de sucesso. A médica considera que a inseminação intrauterina pode trazer bons resultados em mulheres com até os 35 anos, nas condições ideais mencionadas.

“Reforço que é essencial, independentemente da técnica escolhida, ter o acompanhamento de um médico especializado durante todo o processo de reprodução assistida. Muitas descobertas foram feitas e pesquisas realizadas, trazendo esperança a quem não podia ou não conseguia, por algum motivo, ter filhos biológicos”, conta a especialista da Huntington Medicina Reprodutiva. “Hoje, a medicina já é capaz de fornecer alternativas eficazes e seguras, de maior ou menor complexidade e com distintas taxas de sucesso, para que o desejo de todos seja concretizado, inclusive o de decidir em um momento oportuno sobre a maternidade. E acredito que a área avançará ainda mais nos próximos anos, para realizar mais sonhos em todo o Brasil”, conclui.

ADOÇÃO

Nessa matéria, focamos em falar sobre os tratamentos de fertilidade, mas vale lembrar que a adoção é uma excelente opção para quem quer constituir uma família cheia de amor.

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