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Tocofobia: tudo sobre o medo exagerado de engravidar

Psicanalista explica o que é a fobia e quais podem ser as motivações para seu surgimento

Por Ana Paula Ferreira
20 abr 2024, 10h00

A tocofobia, como o próprio nome já sugere, é um tipo de fobia ou medo excessivo de engravidar e gerar a vida. Essa fobia pode não estar relacionada apenas ao parto em si, mas a todo o universo que engloba o gestar, desde a própria gestação, o parto sem ou com procedimento cirúrgico e o pós-parto. Veja, a seguir, tudo o que precisa saber sobre o tema!

Como se sente a pessoa com tocofobia?

De acordo com a psicanalista Andréa Ladislau, quem sofre desse problema relata ter sensações de fobia da morte em apenas imaginar estar grávida e ter o parto e, com isso, começa a ter dificuldade em seguir a vida de forma saudável e equilibrada, tendo déficits em atividades básicas.

Além disso, crises de ansiedade e elevado estresse fazem parte deste contexto da tocofobia. “Esse pavor pode ter causas enraizadas em traumas psicológicos advindos de históricos de abusos sexuais, perdas gestacionais, relacionamentos tóxicos, vivências familiares na infância que causaram dores emocionais, entre outras”, explica.

Existem graus de complexidade para a tocofobia que estão diretamente relacionados à intensidade do medo. Sendo assim, algumas mulheres podem sentir mais ou menos pavor de engravidar e do parto.

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Vale ressaltar que as grávidas também estão suscetíveis a desenvolverem o transtorno, pois algumas podem engravidar e ao longo da gestação começam a apresentar fobias em relação ao parto em si, ou por ouvirem histórias trágicas, relatos fortes desse momento, ou até mesmo, trazem para a consciência a iminência da morte durante ou após o parto.

Riscos que o quadro pode oferecer

O pavor em engravidar e ter que parir é tão grande que, em muitos casos, algumas mulheres podem buscar receitas milagrosas ou métodos experimentais para dificultar a iminência de uma gestação, como chás duvidosos e abortivos, uso irresponsável da pílula do dia seguinte, tampões não recomendados pelos médicos, remédios classificados como abortivos e tomados de forma recorrente, rejeição e repulsa ao sexo, entre outros meios – situações que trazem riscos sérios à saúde da mulher. “Em alguns casos, temos relatos de mutilações femininas, desenvolvimento de doenças emocionais e físicas severas, e em casos extremos, até risco de morte”, afirma Andréa.

O medo diz respeito exatamente a falta de informação e orientação. Os riscos de gestação e de parto são inerentes ao ser humano. Se a mulher se cuida, tem acompanhamento regular de um bom profissional de saúde, os riscos de vir a ter um problema, são minimizados.

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“O que não pode é consumir informações falsas, se informar por redes sociais ou mesmo se prender a exemplos alheios. Cada pessoa é única, assim como o sistema imunológico e o histórico fisiológico e emocional de cada mulher também será único”, ela afirma.

Por isso, se informar e estar amparada por um médico trará segurança e conforto para eliminar o medo e também desenvolver maior conhecimento sobre os diversos tipos de contraceptivos, visto que o medo tem relação direta com o que é desconhecido. Portanto, o ideal é, antes de decidir engravidar, buscar o apoio de um obstetra de confiança, fazer terapia e ao menor sinal de que um medo está se instalando, comunicar ao médico e também buscar o profissional de saúde mental para que possa desativar o gatilho que leva à tocofobia, ajudar a descobrir a raiz do problema e se fortalecer, para enxergar a maternidade com um olhar mais leve.

Ou seja, o autoconhecimento é a base de tudo. “Se conhecendo e entendendo suas fraquezas, suas forças, fica mais fácil para essa mulher eliminar e não deixar o medo se instalar. Principalmente, se ela sofreu algum tipo de situação traumática que tenha desencadeado o transtorno da tocofobia“, finaliza a profissional.

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