O hordéol, mais conhecido como terçol, é uma inflamação palpebral que muitas vezes está relacionada a bactéria estafilocócica (uma bactéria que reside na pele e que, na existência de qualquer perda da integridade local, pode penetrar em camadas mais profundas, ocasionando inflamação e infecção) e pode ser classificada como interna ou externa.
O terçol externo acontece, segundo a oftalmologista Ione Alexim, do Instituto de ciências neurológicas (ICNE), quando as glândulas Zeiss e Moll infeccionam. Já o terçol interno é consequência de uma infecção da glândula de meibômio. Além disso, quando a inflamação do terçol se torna crônica, especialistas a consideram um calázio, que gera fibrose e um nódulo no local que precisa ser tratado através de cirurgia, drenando a região afeta.
A oftalmologista explica que as causas do terçol variam. A poluição, resto de maquiagem, higiene inadequada, oleosidade de cílios e pálpebras, pré-disposição e até mesmo doenças de superfície ocular como blefarite, meibomite, acne rosácea, dermatite seborreica, dermatite atópica ou diabetes, podem causar o terçol, que não é transmissível.
A pandemia x Terçol
Nos últimos dois anos, com a pandemia da COVID- 19, o uso de máscara se tornou obrigatório por todo o mundo, como meio eficaz de proteger e evitar o avanço da doença. Em contrapartida, segundo uma pesquisa publicada pelo American Journal of Ophthalmology, em fevereiro de 2021, o uso de máscaras estava diretamente ligado ao aumento da incidência de terçol e calázio. “O ar liberado pelo nariz e boca , que contém vários micro-organismos, gera um fluxo continuo direcionado aos olhos e pálpebras, e isso aumenta as chances de infecção”, explica Ione.
Tratamento
A oftalmologista Renata Rabelo Ferretti explica que assim que diagnosticado por um profissional através de avaliação em aparelho de lâmpada de fenda, o terçol comumente é tratado com compressa morna e pomada com propriedades antibióticas e anti-inflamatórias. Em casos extremos, que não respondem ao tratamento, a cirurgia pode ser necessária.
Como evitar?
A higiene ocular é a resposta. “A higiene das pálpebras e cílios deve ser realizada através do uso de shampoo neutro e água abundante ou utilizando produto específico para a higiene dos olhos, de uma a duas vezes ao dia. O uso de qualquer colírio, mesmo as lágrimas artificias, deve acontecer somente com prescrição e orientação médica, minimizando os riscos de toxicidade e alergias, gerados pela auto medicação” aconselha Ione.