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O mal-estar que você sente após comer pão pode não ser culpa do glúten

Novo estudo aponta que outras proteínas do trigo também podem disparar a sensibilidade a certos alimentos

Por Redação Boa Forma
Atualizado em 26 abr 2024, 13h27 - Publicado em 20 out 2016, 16h44
radu984/Thinkstock/Getty Images
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Pão, macarrão e até a cerveja já foram excluídos do cardápio de muitas pessoas por causarem sintomas como dores de cabeça, no abdômen, nas articulações e manchas na pele. O suspeito de causar tudo isso? O glúten. Mas aí, ao fazerem exames para saber se tinham doença celíaca, alguns desses pacientes descobriram que não têm essa condição. É o seu caso? Calma, a ciência pode ter acabado de descobrir o que está por trás disso.

Em um estudo apresentado no congresso UEG Week, o mais prestigiado encontro de gastrenterologia da Europa, pesquisadores da Universidade Johannes Gutenberg, na Alemanha, anunciariam uma descoberta curiosa: um grupo de proteínas do trigo chamado inibidores amilase-tripsina (ATI, na sigla em inglês) – do qual o glúten não faz parte – é capaz de desencadear uma série de processos inflamatórios no organismo, entre eles a sensibilidade ao glúten não celíaca. Nessa condição, a pessoa apresenta todos os sintomas da doença celíaca, mas não tem, de fato, o problema.

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E não é só no intestino que essas proteínas causam efeitos negativos. “Nós demonstramos que as ATIs do trigo ativam células imunes específicas no intestino e em outros tecidos, potencializando, assim, os sintomas de doenças inflamatórias pré-existentes”, relata o líder da pesquisa, Detlef Schuppan. Na investigação, Schuppan e sua equipe notaram que o consumo dessas estruturas proteicas abre portas também para inflamações nos gânglios linfáticos, nos rins, no baço e até no cérebro. Com isso, os sintomas de doenças como artrite reumatoide, esclerose múltipla, asma e lúpus pioram.

Agora novos estudos serão feitos para entender a ação das ATIs com mais detalhes. “Esperamos que essa pesquisa nos permita recomendar, no futuro, uma dieta livre de ATI para ajudar a tratar desordens imunológicas sérias”, comenta Detlef Schuppan. Tomara que esse dia chegue logo, não é mesmo?

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