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Dor de estômago: o que provoca e como evitar

Descubra o que está por trás das dores e da sensação de queimação e aprenda a evitá-las.

Por Cristina Nabuco (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 16h52 - Publicado em 29 jul 2014, 22h00
Cristina Nabuco - Edição: MdeMulher
Cristina Nabuco - Edição: MdeMulher (/)
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Foto: Thinkstock

Ficou agitada, muito tempo em jejum, exagerou nos temperos ou no cafezinho? Não tem como: o estômago reclama! O cirurgião do aparelho digestivo Alexandre Iwao Sakano, mestre e doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), revela o que provoca o problema e ensina o que fazer para previni-lo. 
 
Quais são as causas da dor de estômago? 

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Na digestão, o estômago libera um ácido que dissolve o alimento para facilitar a absorção dos nutrientes. Em excesso, ele acarreta desconforto ou dor. Ela pode ser passageira, se decorrente de fatores isolados como certos alimentos, medicamentos ou jejum prolongado, ou contínua, quando o ácido agride e inflama a parede do órgão (provocando a gastrite) ou produz feridas ali (causando a úlcera). 
 
Então, a úlcera é a gastrite agravada? 

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Sim. A gastrite é mais superficial, já a úlcera provoca a perda de células e a mucosa do estômago se altera. É como se a gastrite fosse uma irritação da pele, com vermelhidão e inchaço, e a úlcera uma ferida mais profunda. 
 
Quais são os sintomas? 

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Dor na boca do estômago, tipo queimação, e sensação de vazio no estômago, que piora quando você fica mais de cinco horas sem comer e melhora após se alimentar, aparecem tanto na gastrite quanto na úlcera. Pode haver também alterações no hálito, dor de cabeça, náuseas e enjoos, em geral mais intensos após a refeição. 
 
Fazer jejum traz alívio? 

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Que nada! A tendência é agravar os sintomas. Quando você fica muito tempo sem comer, o estômago libera pequenas doses de ácido que dão a sensação de fome. Em contato com as paredes inflamadas ou feridas, ele provoca mais irritação e dor. É como jogar ácido na pele machucada. 
 
Fracionar a dieta é uma boa medida? 

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Sem dúvida. Comer porções menores, várias vezes ao dia, evita agressões à parede do estômago. O importante é não ficar mais de quatro horas sem se alimentar. A noite é o período em que passamos mais tempo de estômago vazio, por isso, capriche no café da manhã. 
 
A culpa pode ser do estresse? 
Ele é um dos vilões, assim como o jejum prolongado. O estresse gera um reflexo que estimula a liberação de ácido no estômago, assim pode causar ou piorar os sintomas. 
 
O que as bactérias têm a ver com essa história? 
A Helicobacter pylori destrói a camada de proteção da mucosa do estômago, deixando-a mais suscetível à ação do ácido. Quase metade da população carrega essa bactéria e nem todos desenvolvem gastrite e úlcera. Mas quando isso acontece, a presença da Helicobacter dificulta o controle, então é preciso eliminá-la com antibióticos específicos, administrados durante uma semana. 
 
Por que comidas apimentadas são contraindicadas? 
Elas irritam ainda mais o estômago de quem já tem úlcera ou gastrite. 
 
Álcool e cigarro agravam os sintomas? 
Eles não só agravam a dor como podem desencadear gastrite ou úlcera. Isso acontece especialmente quando as substâncias tóxicas do álcool e do cigarro agridem o trato gastrintestinal. 
 
O leite reduz o mal-estar? 
Sim. O leite neutraliza o ácido do estômago, melhorando a dor e a queimação e dando conforto. 
 
E o café, pode ou não? 
Depende. No desjejum e após as refeições, tudo bem. Mas evite o cafezinho de hora em hora no escritório. Consumido de estômago vazio, ele engana o órgão, que passa a liberar ácido, piorando as queixas. 
 
Que medidas auxiliam a recuperação? 
Largar o cigarro, praticar exercícios físicos e técnicas de relaxamento (para aliviar o stress), ter horários regulares de sono (noites maldormidas estimulam a secreção de ácido) e comer alimentos leves a cada três horas. Evite ainda mascar muito chiclete: faz o estômago liberar ácido para digerir um alimento e, se ele não vem, as paredes sofrem!
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