Foto: Carlos Bessa
Reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a principal causa evitável de infertilidade, a clamídia é uma doença sexualmente transmissível muito comum. O grande problema, porém, é que grande parte das mulheres não se preocupa com ela.
Transmitida pela bactéria Chlamydia trachomatis, é silenciosa e, na maioria das mulheres, não causa nenhum tipo de sintoma aparente. “São poucos os casos em que ela provoca febre, cansaço, sangramentos e dor durante a relação sexual”, explica Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução humana e diretora-médica do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or.
Em grande parte das vezes, ela só dá as caras quando a infertilidade bate à porta. Isso acontece porque todo o processo infeccioso da doença pode obstruir as trompas e causar infertilidade, ou evitar que o óvulo fecundado chegue ao útero, originando uma gravidez tubária, que pode resultar no rompimento das trompas e iniciar o processo de hemorragia interna.
A médica explica ainda que os exames ginecológicos de rotina e o papanicolau não são capazes de detectar a doença, por isso é importante que você peça ao seu médico para investigar. “É necessário realizar exames para encontrar anticorpos no sangue, ou para descobrir fragmentos de DNA da doença no colo uterino para se realizar o diagnóstico da clamídia. E para manter um controle eficiente, o ideal é se consultar pelo menos duas vezes ao ano”, recomenda a profissional.
Sobre os tipos de tratamento, Maria Cecília explica que quando descoberta em fase inicial, o quadro de infertilidade pode ser revertido. Nos casos mais avançados, em que não é possível realizar o tratamento com medicamentos, a única alternativa para as mulheres que desejam engravidar é recorrer aos procedimentos de fertilização in vitro.
A especialista alerta que para evitar qualquer tipo de doença, a maneira mais eficaz de se proteger é usar camisinha em todas as relações sexuais.