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A dose certa dos analgésicos para cada tipo de dor

Não há mal nenhum em controlar a dor o quanto antes com o analgésico certo. Mas, se as crises se repetirem, cuidado: o uso indiscriminado pode transformar aliados em vilões.

Por Cristina Nabuco (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 18h55 - Publicado em 29 jul 2014, 22h00

Você não pode tomar analgésicos descontroladamente, por isso saiba tudo sobre eles
Foto: Carlos Bessa

A anestesiologista Fabiola Minson, diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), orienta como ter só o lado bom dos analgésicos:
 
O analgésico contra dor de cabeça funciona para dor nas costas?

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Não. Há três classes de analgésicos: os comuns (dipirona, paracetamol), os anti-inflamatórios (aspirina, ibuprofeno, diclofenaco) e os opioides (tramadol, fentanil). A primeira é indicada para dores em geral, leves e moderadas, como dor de cabeça eventual. Os anti-inflamatórios combatem dores nas costas decorrentes de inflamação. Porém, se a dor for resultado de uma contração muscular, o médico pode combiná-lo com um relaxante muscular. Já a terceira classe serve para dores fortes e persistentes, mas por causar dependência, tem a venda controlada.
 
De que modo eles agem?

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Os anti-inflamatórios diminuem a inflamação que detona o processo doloroso. Os comuns e os opiodes bloqueiam a transmissão dos impulsos da dor no sistema nervoso central.
 
O uso frequente oferece risco à saúde?

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Sim. Consumidos de maneira indiscriminada, os analgésicos causam danos silenciosos ao estômago, fígado, rins e intestino. Quando você descobre, o estrago já está feito! Por isso a importância da prescrição por um médico, que deve recomendá-los como u dos recursos disponíveis. O tratamento da dor envolve outras medidas como exercício bem orientado, que promove a liberação de endorfinas, consideradas analgésicos naturais.
 
Eles aliviam dores musculares provocadas pelo excesso de exercício?

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Tanto os analgésicos comuns quanto os anti-inflamatórios são eficientes para atenuar esse tipo de dor. Mas evite criar o hábito de exagerar no treino e apelar para um analgésico. Se ficar dolorida depois de malhar, tome um banho morno ou faça compressas quentes no local, além de rever a prática e adotar alguns cuidados básicos, como corrigir a postura, aquecer o corpo por mais tempo e alongar no final da aula.
 
É verdade que podem fazer a dor piorar?

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Em excesso, podem provocar um efeito rebote. Há, inclusive, dor de cabeça por abuso de analgésicos. Se antes ela passava com um comprimido, depois só cede com dois, três e assim progressivamente. O organismo vai ficando tão habituado ao remédio que deixa de acionar seus mecanismos naturais de controle da dor. Então, em vez de ajudar, ele desencadeia as crises.
 
Quando vale a pena ir ao médico em vez de apelar para os analgésicos?
Sempre que a dor for intensa e repentina ou, de leve a moderada, com duração superior a três meses – mesmo que não seja diária, mas que prejudique as atividades rotineiras (trabalho, sono, lazer).
 
Tem hora certa para tomar o comprimido?
Não. Mas as dores crônicas devem ser tratadas regularmente – não espere a crise se instalar.
 
É perigoso misturar bebida alcoólica com analgésico?
Os opiodes não combinam com álcool. Mas os anti-inflamatórios e os comuns, em baixas doses, admitem bebida com moderação – uma taça de vinho, no máximo!
 
Qualquer pessoa pode usá-los?
Depende. Quem tem problemas no fígado ou é alérgica a determinadas substâncias deve ter cuidado na escolha do analgésico ou qualquer outro remédio. Você também precisa descobrir qual é o melhor para seu organismo: investigação que deve ser feita, de preferência, com ajuda médica.
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