No outono, é comum acontecer o aumento de casos de rinite e sinusite, especialmente porque, durante esta época do ano, as temperaturas, assim como a umidade do ar, tendem a cair.
“A mucosa nasal, quando exposta a mudanças de temperatura, apresenta uma lentificação da função ciliar, o que torna as nossas vias respiratórias mais suscetíveis à reações alérgicas e outros patógenos“, explica a Dra. Ellen Sodré, otorrinolaringologista.
Durante dias mais frios, as pessoas também costumam ficar em ambientes fechados e com aglomeração, o que pode favorecer ainda mais a ocorrência de rinite e sinusite.
“Além disso, a secura do ar pode provocar ressecamento e maior predisposição à inflamações ou infecções“, conta a médica.
Para prevenir essas duas condições respiratórias, é fundamental adotar alguns cuidados específicos. A seguir, médicos explicam mais sobre a rinite e a sinusite e revelam o que fazer para ficar longe delas durante o outono. Confira!
O que é rinite?
A rinite é uma doença caracterizada pela inflamação da mucosa nasal, que geralmente ocorre devido à exposição aos chamados alérgenos, agentes irritantes que desencadeiam uma resposta do nosso sistema imunológico (poeira, mofo, ácaros e pelos de animais, por exemplo).
No entanto, a Dra. Ellen afirma que também existe a rinite vasomotora, que acontece quando há uma contração dos vasos sanguíneos da mucosa, gerando uma maior inflamação e congestão. “Ela se manifesta principalmente quando temos mudanças de temperatura“, diz a especialista.
Sintomas da rinite
De acordo com a Dra. Carolina Brotto de Azevedo, otorrinolaringologista, os sintomas mais frequentes da rinite são:
- Congestão nasal;
- Coceira no nariz e na garganta;
- Vermelhidão e lacrimejamento nos olhos;
- Nariz escorrendo;
- Dor de cabeça;
- Espirros.
Como tratar?
O tratamento da rinite depende se ela é alérgica ou não. “Para pacientes com rinite alérgica, é importante, além de ventilar corretamente o ambiente e evitar o contato com os alérgenos, é preciso prestar atenção em outros detalhes no dia a dia, por exemplo, a frequência de troca das roupas de cama e não deixar muitos objetos dentro do quarto, para não acumular poeira”, completa a Dra. Ellen.
A Dra. Carolina revela que é preciso ainda investigar como anda o sistema imunológico do paciente, avaliando se ele dorme bem, se come de um jeito saudável e se pratica atividade física.
“Eventualmente, podem ser indicados alguns medicamentos preventivos e outros para aliviar as crises. Lembrando que é indispensável procurar um profissional de confiança para obter orientações precisas sobre a saúde respiratória”, alerta Azevedo.
A lavagem nasal também é fundamental, pois ela ajuda a eliminar os alérgenos e a manter as vias respiratórias limpas, prevenindo irritações.
O que é sinusite?
A sinusite consiste na inflamação dos seios da face, cavidades preenchidas por ar que ficam localizadas na região das bochechas, do entorno dos olhos e da testa.
“As suas causas mais comuns são infecções virais, fúngicas e bacterianas, reações alérgicas e até mesmo alterações anatômicas que dificultam a drenagem das secreções, fazendo com que o muco fique ‘preso’ dentro dos seios da face e, dessa forma, favoreça a proliferação de microrganismos prejudiciais”, enfatiza Sodré.
O Dr. Renato Tadeu Baruf, otorrinolaringologista e professor do curso de medicina da Universidade de Franca (UNIFRAN), lembra que, quando não tratada adequadamente, a rinite pode evoluir para a sinusite
“Com o passar dos dias, agentes patológicos (bactérias, vírus e outros) podem se associar ao quadro, resultando assim na sinusite, cientificamente definida como rinossinusite aguda“, detalha o médico.
Sintomas da sinusite
Os sintomas da sinusite incluem:
- Tosse;
- Dor de cabeça;
- Febre;
- Dor muscular;
- Perda do apetite;
- Diminuição do olfato;
- Fadiga;
- Obstrução nasal com secreção mais espessa e amarelada ou esverdeada;
- Dor na região da face;
“Crianças e idosos, por serem mais sensíveis, podem evoluir para complicações mais graves”, comenta a Dra. Carolina.
Como tratar?
“Para os quadros de sinusite, o tratamento é determinado de acordo com os sintomas, as causas (se é viral, bacterina, fúngica), e se o quadro é agudo ou crônico. Dependendo da situação, podemos indicar descongestionantes, analgésicos, anti-inflamatórios, corticoides orais e nasais, antibióticos e, é claro, a lavagem nasal, que, de preferência, deve ser a de alto volume. Existe também a possibilidade de fazer cirurgia, o que deve ser avaliado detalhadamente pelo especialista”, resume a Dra. Ellen.
Como evitar rinite e sinusite no outono?
Aqui vão algumas dicas dos médicos para a prevenção da rinite e da sinusite no outono:
1Faça lavagem nasal regularmente
A lavagem nasal é eficiente para deixar as vias respiratórias livres de alérgenos, sujeiras e microrganismos que possam provocar doenças. Ela também contribui para a hidratação da mucosa, que, no outono, pode sofrer com o ar mais seco e as mudanças de temperatura.
Umidifique e ventile os ambientes
Durante o outono, vale a pena apostar em algumas técnicas para melhorar a umidade do ar, utilizando, por exemplo, toalhas, vasilhas com água e o próprio aparelho umidificador de ar.
Além disso, é necessário se certificar de que os locais estão com a ventilação correta, para garantir a dispersão de partículas potencialmente irritantes às vias respiratórias.
3Evite aglomerações e locais fechados
Ambientes fechados e com aglomerações representam um risco à saúde respiratória, uma vez que facilitam a propagação de vírus, bactérias e outros patógenos. Nesse sentido, sempre que possível, abra as janelas e permita que o ar fresco circule.
4Reforce a hidratação
“Nos dias mais secos, precisamos beber mais água! Não espere sentir sede, para as noites mais frias, um bom chá também pode ser uma ótima pedida para hidratar o seu corpo”, recomenda o Dr. Renato.
5Lave as mãos e se agasalhe
As nossas mãos podem transportar uma grande quantidade de microrganismos que podem gerar doenças respiratórias. Por isso, é indicado evitar tocar nariz, boca e olhos e lavá-las regularmente.
“As manhãs e os finais de tarde do outono geralmente têm temperaturas mais frias, então, utilize agasalhos que te deixem quentinho e protegido“, afirma Baruf.
Se os sintomas persistirem por muito tempo, não se automedique. “Procure um médico para que o processo não evolua”, conclui o médico.