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Pesquisa: tinta de tatuagem pode conter componentes nocivos à saúde

Um estudo desenvolvido por uma universidade nos Estados Unidos estudou a fundo os componentes das tintas usadas para tatuagens

Por Marcela De Mingo
5 out 2022, 08h00

Fazer uma tatuagem é sempre uma sensação conflitante: por um lado, a dor do processo é sempre intimidadora. De outro, ver o desenho finalizado e do jeito que você sempre imaginou é uma alegria. Porém, independentemente de tudo isso, é muito importante se atentar com quem você faz a sua tattoo e a procedência do material utilizado. 

Isso porque uma nova pesquisa desenvolvida pela Universidade de Binghamton, em Nova York, nos Estados Unidos, analisou quase 100 tipos de tintas de tatuagem para determinar qual a sua composição exata. 

Nos Estados Unidos, as tintas utilizadas para esse processo não são reguladas pelas agências locais. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), determina que essas tintas devem estar de acordo com Art. 7º da Resolução 553/2021, que estabelece que “para a demonstração de segurança e eficácia dos produtos implantáveis deverão ser apresentados relatórios de avaliação biológica e revisão de literatura […] e relatório de gerenciamento de risco”.  

Recentemente, a União Europeia baniu uma série de tintas de tatuagem por conterem substâncias consideradas danosas para o organismo humano, como mercúrio, níquel, cromo, cobalto, metanol e alguns corantes vermelhos, laranjas, amarelos, violetas e azuis. 

No estudo norte-americano, o médico PhD John Swierk descobriu, justamente, ingredientes que não estavam listados nas embalagens, além de pequenas partículas que são potencialmente nocivas para as células humanas. 

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“A ideia desse projeto veio inicialmente porque eu estava interessado no que acontece quando uma luz de laser é usada para remover tatuagens”, explicou o médico, segundo a revista Shape. “Mas quando eu percebi que sabemos muito pouco sobre a composição dessas tintas, nós começamos a analisar as marcas mais populares.”

Como são formadas as tintas de tatuagens?

Para quem não sabe, essas tintas contém um corante (como a cor azul) e uma solução adequada, como álcool, glicerina, água, ou uma mistura de todos esses, que transportam esse pigmento até a camada central da pele, a derme. 

No experimento, o Dr. Swierk e o seu time pesquisaram o tamanho das partículas que compõem as tintas e a composição molecular desses pigmentos. Com isso, eles descobriram que algumas tatuagens continham ingredientes não listados, inclusive uma com etanol na composição. 

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Além disso, a pesquisa também sugere que tintas que contenham o tipo de pigmento chamado de “azo”, presente em 23 das 56 tintas analisadas, são um sinal de alerta. Esse composto não é nocivo à saúde quando está quimicamente intacto, mas pode ser vir a ser potencialmente cancerígeno quando exposto a bactérias ou luzes ultravioletas (como a luz do sol). 

Outro ponto de atenção levantado pela pesquisa é que muitas das tintas contam com partículas menores que 100 nanômetros (ou seja, um bilionésimo de um metro). Esse tamanho é pequeno o suficiente para passar pelas membranas celulares e potencialmente gerar danos à saúde. 

Apesar disso, não é preciso pânico: ainda não existem evidências científicas o suficiente que comprovem uma ligação direta entre tatuagens e o desenvolvimento de cânceres – e o assunto tem sido estudado há anos. 

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“Colocar tinta permanente na sua pele vem com um risco, claro, mas não há pesquisa o suficiente para causar preocupação”, explica a dermatologista Dra. Arash Akhavan, para a Shape. “Das milhões de pessoas com tatuagens, apenas uma pequena porcentagem experimenta reações, que usualmente são de cores específicas de tinta.”

De qualquer maneira, caso você tenha dúvidas sobre desenvolver alergias ou outras questões envolvendo tatuagens (como queloides), vale a pena conversar com um médico sobre o assunto. E, se você vai fazer uma tatuagem, é sempre importante procurar um profissional de confiança, que tatue em um ambiente higienizado com acessórios descartáveis (como agulhas, luvas e máscaras), para evitar infecções e outros problemas de saúde. 

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