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Perigos da automedicação: saiba como ela pode afetar a saúde

Profissional fala sobre as consequências do uso indiscriminado de corticoides, anti-inflamatórios e outros medicamentos. Entenda!

Por Juliany Rodrigues
29 jan 2024, 14h30

Dados apontam que cerca de 85% da população brasileira se arrisca, sem consultar profissionais da área da saúde, ao usar medicamentos por conta própria. Diante disso, é fundamental alertar sobre as consequências da automedicação para a saúde e conscientizar a população sobre a importância de buscar orientação médica ou farmacêutica.

Segundo Thiago de Melo, farmacêutico e pesquisador na área de Ciências Farmacêuticas, professor de pós-graduação nos cursos de Ciências Farmacêuticas e Farmacologia e no curso de graduação de Medicina pela Universidade Vila Velha, reduzir essas incidências pode ajudar a diminuir o número de internações desnecessárias e evitar diversas complicações, ou até mesmo mortes.

“Vejo que a busca desenfreada por soluções rápidas somada à facilidade de acesso aos medicamentos podem ser importantes ingredientes desse bolo. Soma-se a isso o fato de que boa parte das pessoas desconhece que cada organismo é único e reage de formas distintas aos fármacos”, destaca.

PERIGOS DA AUTOMEDICAÇÃO PARA A SAÚDE

Há décadas já se sabe que o uso prolongado de anti-inflamatórios pode causar gastrite e até sangramentos no estômago. No entanto, alguns acreditam que, por comprar o diclofenaco de potássio (por não conter sódio), estariam livres de problemas gastrointestinais. “Isso é um engano, porque pode desencadear um aumento na pressão arterial, colocando em risco a saúde cardiovascular”, esclarece o profissional.

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Devemos também lembrar a respeito da utilização inadequada de corticoides, que pode colaborar para efeitos colaterais como supressão do sistema imunológico, aumento da pressão arterial, osteoporose e insônia, e prejudicar o controle da glicose em pessoas com diabetes.

Os exemplos citados são apenas a ponta do “iceberg” quando se trata de complicações geradas pela automedicação.

Existem também o perigo de interações medicamentosas desconhecidas e a possibilidade de mascarar sintomas de doenças subjacentes, atrasando o diagnóstico e o tratamento adequados.

“O uso de qualquer tipo de medicamento deve ser acompanhado por profissionais capacitados, como médicos e farmacêuticos que possuem conhecimento técnico para avaliar cada caso individualmente e prescrever a terapia mais adequada”, aponta Thiago.

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Em tempos modernos, com acesso fácil à informação, vale usar a tecnologia de forma consciente, porém nunca devemos nos esquecer que ela jamais pode substituir uma consulta médica especializada.

“Convido a todos que façam uma reflexão sobre a sua atitude em relação aos medicamentos. Procure sempre a orientação de profissionais de saúde qualificados, que poderão indicar a melhor abordagem terapêutica para cada caso específico. A saúde é valiosa demais para ser arriscada pela imprudência”, conclui.

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