Ter pais e mães por mais tempo em casa é bom para o bebê e para o mundo
Empresas nativas brasileiras adotaram a licença parental estendida para diminuir a carga feminina e permitir a formação de laços familiares mais fortes.
Ter um filho não é tarefa simples, e a gente sabe que, hoje, ainda existem maneiras diferentes de lidar com a chegada de um bebê, mas que essa tarefa acaba caindo muito mais na cabeça das mulheres do que dos homens. Um dos motivos é a disparidade no tempo de licença: enquanto as mães recebem 120 dias de licença remunerada do trabalho, os homens, segundo a legislação brasileira, têm direito a cinco dias.
Diante disso, temos visto um movimento de empresas mundo afora que têm buscado reverter essa lida com a parentalidade. Buscando diminuir a carga feminina e, ao mesmo tempo, oferecer mais tempo para os pais gerarem laços afetivos com os filhos tanto quanto as mães, alguns nomes do mercado pegaram para si a ideia de aumentar o tempo de afastamento. O Grupo Boticário, por exemplo, é a primeira empresa nascida no Brasil e adotar a medida: eles, agora, oferecem 4 meses de licença parental universal, como eles mesmos chamam, para os papais.
“Quando possibilitamos que todos se dediquem à parentalidade de forma mais equânime, estamos abordando diretamente corresponsabilidade e equidade na formação das famílias em um momento em que vínculo e cuidado são fundamentais”, diz Sandro Bassili, VP de pessoas no Grupo Boticário.
De acordo com ele, a ideia é, ainda, deixar claro que a licença estendida não é só para os novos pais, mas para todos os colaboradores que iniciarem uma jornada da parentalidade, sejam pais de filhos consanguíneos ou pais adotivos que estejam concluindo o processo de adoção de uma criança, independentemente da idade.
A decisão, diz Sandro, foi uma construção coletiva dos times de RH com um grupo de afinidade da empresa, chamado “Lado a Lado”, focado em questões de gênero. “Mais do que um impacto positivo para os pais, a medida também tem feito muito sucesso entre as mães, que sabem a importância de uma maior presença paterna em um momento tão especial”.
A boa notícia é que desde abril deste ano, quando anunciou a medida, a empresa já não está sozinha nessa: a Cacau Show também anunciou, há algumas semanas, um projeto de licença paternidade estendida, de três semanas.
“Entendemos que os primeiros meses de um bebê ou de uma criança adotada dentro de uma família deve ter dedicação total tanto de mães como dos pais, independente do formato das famílias dos nossos colaboradores”, explica Sandro. “Somos parte da sociedade. Nossos colaboradores, antes de serem parte da nossa empresa, são quem constroem essa sociedade. E garantir o crescimento sadio de novos cidadãos passa por uma família que possa se dedicar, especialmente nos primeiros meses.”