No início deste mês, foi sancionada a Lei 14.443, de 2022, pelo presidente Jair Bolsonaro. Dessa forma, a idade mínima para a realização da esterilização voluntária diminuiu de 25 para 21 anos tanto para mulheres quanto para os homens. Além disso, foi retirada a exigência do consentimento expresso dos cônjuges para a laqueadura.
A laqueadura pode ser considerada como um método contraceptivo muito eficaz, uma vez que possui um índice de falha muito baixo, em torno de 0% a 5%.
A ginecologista Fabiane Ongaratto, da Clínica Leger, Rio de Janeiro explica os principais detalhes do procedimento destinado para quem deseja evitar uma gravidez.
O que é a laqueadura?
De acordo com Fabiane, o procedimento cirúrgico é um método contraceptivo definitivo. “A laqueadura é um procedimento cirúrgico que consiste em cortar ou amarrar as trompas, para que o óvulos não passe mais pela trompa, impedindo a fecundação”, afirma.
Como ela é feita? Existem possíveis complicações?
“O procedimento é cirúrgico, onde é realizado um corte ou amarração da trompa, tornando-a impermeável para a passagem do óvulo e do espermatozóide, com o intuito de evitar a fecundação”, explica a ginecologista.
A médica também alerta para os riscos que podem acontecer durante a realização da laqueadura. “As complicações do procedimento, em geral, são as mesmas complicações de qualquer procedimento cirúrgico: anestesia, infecção local, mas na grande maioria das vezes é muito simples, é um procedimento de baixo risco, mas tem a anestesia, tem a sedação, tem o bloco cirúrgico”.
É possível revertê-la?
Apesar de ser um método contraceptivo, na maioria das vezes, irreversível, segundo Fabiane, existem formas de revertê-la. “Existem procedimentos para tentar recanalizar esta trompa, mas nem sempre tem a mesma eficácia de uma trompa em que não foi realizado o procedimento”, fala.
Quais são as vantagens e desvantagens da laqueadura?
“As vantagens são: impedir a fecundação, como método contraceptivo, sem haver necessidade de utilizar nenhum outro método, como DIU, contraceptivo oral e nenhum outro tipo de hormônio”, inicia a ginecologista.
“A desvantagem é que, na grande maioria das vezes, é um método irreversível, mas existem procedimentos para tentar recanalizar esta trompa, mas nem sempre tem a mesma eficácia de uma trompa em que não foi realizado o procedimento. Além disso, algumas pacientes relatam ter um pouco mais de sangramento após realizar a laqueadura”, completa.
Quais são as consequências da laqueadura para a vida sexual da mulher e para a menstruação?
Fabiane Ongarrato diz que a laqueadura não interfere na vida sexual da mulher. Entretanto, existem relatos de mudanças no fluxo menstrual.
“Na vida sexual, não há nenhuma interferência na vida da mulher. O que pode acontecer é a síndrome pós laqueadura, em que a paciente se arrepende de ter realizado a cirurgia ou arranjar um novo parceiro. O que pode acontecer também e muitas pacientes relatam mas não há causa específica, é o aumento do fluxo menstrual”.
