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O que é a adenomiose, doença que levou Gretchen a retirar o útero?

Devido à condição, o útero da cantora estava de um tamanho equivalente a uma gravidez de 20 semanas. Saiba mais!

Por Juliany Rodrigues
21 fev 2024, 19h30

Na manhã da terça-feira (20), a Gretchen, de 65 anos, passou por uma cirurgia de retirada de útero. A cantora foi diagnosticada com uma doença chamada adenomiose, que provocou um crescimento anormal do seu órgão reprodutivo. Ela estava com o útero no tamanho de 832 centímetros, o que equivale a uma gestação de 20 semanas.

O QUE É A ADENOMIOSE? 

“O útero é dividido em três camadas: a serosa, que é a camada que o recobre, o miométrio, uma camada muscular intermediária, e o endométrio, camada mais interna. A adenomiose ocorre quando o tecido endometrial vai para o miométrio, ou seja, o tecido que reveste o útero vai parar na musculatura do útero. É uma condição benigna”, explica o Dr. André Vinícius, especialista em saúde da mulher.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

A adenomiose pode ser tanto sintomática quando não apresentar sintomas. Os principais sintomas que podem acontecer são: infertilidade, cólicas menstruais mais intensas, aumento do fluxo menstrual.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA DOENÇA?

De acordo com a Dra. Maiara Brandão, ginecologista e obstetra, o diagnóstico pode envolver o exame físico e também os exames de imagens, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética.

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“Por meio da ultrassonografia, é possível identificar um miométrio irregular, ou que o útero está com o tamanho maior que o normal, pois a infiltração do tecido endometrial do miométrio pode aumentar o volume do útero”, comenta o Dr. André.

COMO É O TRATAMENTO?

“Para pacientes que apresentam cólicas muito intensas, é possível ajustar medicamentos para o controle dessa cólica. Em pacientes com sangramento uterino normal, podemos fazer um bloqueio hormonal, que geralmente é o tratamento mais indicado para adenomiose. E como essa doença é localizada dentro do útero, o DIU com levonorgestrel tem uma ação muito interessante, pois diminui as cólicas menstruais e o fluxo também”, lista o médico.

O tratamento deve ser alinhado a um estilo de vida mais saudável, com a prática regular de atividade física, alimentação equilibrada e controle do estresse.

QUANDO A CIRURGIA É INDICADA?

Quando a doença possui lesões focais, existe a possibilidade de fazer uma intervenção cirúrgica para a retirada desses pontos específicos. Segundo o especialista, essa é uma medida indicada para pacientes que desejam engravidar.

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Já a histerectomia (retirada completa do útero) é um tratamento definitivo recomendado para mulheres que não querem engravidar e que não conseguiram controlar a adenomiose com a ajuda dos tratamentos convencionais.

“Por ser uma doença localizada na camada muscular do útero, se retirar essa camada, não se tem mais o local para o tecido endometrial se instalar”, ressalta o médico.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ADENOMIOSE E ENDOMETRIOSE?

“A principal diferença entre endometriose e adenomiose é o local de crescimento dos tecidos. Na endometriose, o tecido que reveste o útero cresce também em locais fora do útero, em órgãos como os ovários, tubas uterinas, bexiga e intestino. Na adenomiose, o desenvolvimento do tecido é no próprio útero, na camada do miométrio (camada intermediária)”, conclui a ginecologista.

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