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Dia de Finados: como lidar com o luto?

O apoio dos familiares, dos amigos e, em alguns casos, dos profissionais da área da saúde mental é importante para enfrentar a dor da perda

Por Juliany Rodrigues
2 nov 2022, 09h00 • Atualizado em 21 out 2024, 16h32
Foto em preto e branco de uma mulher chorando com as mãos no rosto
 (Kat Smith/Pexels)
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  • O dia 2 de novembro é conhecido nacionalmente como o Dia de Finados, que promove a homenagem dos entes queridos que já se foram.

    Entretanto, a ocasião pode ser um momento bastante complicado e um motivo de gatilho, principalmente, para pessoas que ainda enfrentam o processo de luto.

    A psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC-SP, explica que o luto é um processo natural, que acontece sempre que perdemos algo ou alguém significativo em nossa vida.

    “Aspectos da personalidade, experiência anteriores de perdas e suas circunstâncias também são relevantes nesse processo, assim como a forma como se deu a perda”, inicia.

    “São muitas as variáveis e suas combinações, transformando o processo de luto em algo muito singular, no qual as diferenças pessoais precisam ser consideradas e respeitadas”, acrescenta ela.

    Como lidar com a perda?

    Homem abraçado com uma mulher que se mostra magoada
    (SHVETS production/Pexels)
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    Não há uma fórmula pronta para lidar com o luto. No entanto, a psicóloga destaca a importância de contar com o apoio da família, dos amigos ou até mesmo de um profissional da área da saúde mental.

    “É preciso ter paciência e tentar focar nas lembranças boas e legados que o falecido deixou”, conta.

    “Além disso, é fundamental aceitar os sentimentos, a frustração e o vazio que estão envolvidos nesse processo. Então, se sentir tristeza, por exemplo, não tenha medo de chorar. Busque direcionar as questões para o futuro e menos para o passado. Com o tempo e as estratégias certas, a dor da perda dará lugar a sentimentos de aceitação”, acrescenta.

    Uma das melhores alternativas e colocar tudo o que sente para fora, ou seja, desabafar.

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    “Pedir ajuda e falar sobre a morte contribui muito para o processo do luto. É importante para ressignificar o que aconteceu, dar um novo sentido para aquela perda. Se não vivemos o luto até o fim, não elaboramos a perda, impedindo o término desse processo”, salienta Vanessa.

    Os estágios do luto

    1. Negação: Nesta fase, o indivíduo ativa um mecanismo de defesa que o faz negar o problema. “Isso acontece com a intenção de encontrar algum jeito de não entrar em contato com a realidade. É comum a pessoa também não querer falar sobre o assunto”, explica Vanessa.

    2. Raiva: De acordo com a especialista, neste estágio, o indivíduo se revolta, se sente injustiçado e não se conforma por estar enfrentando a perda.

    3. Barganha: “Essa é fase em que o indivíduo começa a negociar, começando com si mesmo, acaba querendo dizer que será uma pessoa melhor se sair daquela situação, faz promessas a Deus”, cita a psicóloga.

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    4. Depressão: De forma resumida, na fase da depressão, a pessoa pode se isolar, se tornar melancólico e se sentir impotente diante da situação.

    5. Aceitação: “É o estágio em que o indivíduo não tem desespero e consegue enxergar a realidade como realmente é, ficando pronto pra enfrentar a perda”, conclui Vanessa Gebrim.

    Quando o luto exige ajuda profissional? 

    Mulher De Jaqueta Preta
    (Engin Akyurt/Pexels)

    Em alguns casos, o luto pode levar ao adoecimento, ou seja, se tornar patológico.

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    “Quando ele trouxer consequências e dores insuportáveis para a vida da pessoa, podemos dizer que se tornou um luto patológico”, relata a psicóloga.

    Isso significa que, se transcorridos anos após a perda em conjunto com sintomas depressivos, é preciso acender um sinal de alerta e buscar ajuda profissional.

    Ela alerta que o luto é um processo muito particular e, por isso, não existe uma resposta exata em relação à duração dele.

    “Para alguns pode ser mais rápido enquanto para outros mais demorado. Depende de cada pessoa. Porém, há uma noção de quando ele acaba: é o momento em que a pessoa supera a dor e consegue seguir em frente”, pontua.

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    Falar o que sente e colocar para fora é sempre uma das melhores alternativas. “Pedir ajuda e falar sobre a morte contribui muito para o processo do luto. É importante para ressignificar o que aconteceu, dar um novo sentido para aquela perda. Se não vivemos o luto até o fim, não elaboramos a perda, impedindo o término desse processo”, salienta Vanessa.

    Por que é importante viver o luto e enfrentar a dor?

    No geral, a vivência do luto pode ajudar o indivíduo a reconstruir e reorganizar a sua vida, além de fazer com que ele obtenha maturidade para lidar com outros problemas que podem surgir.

    “A pessoa aprende a acreditar na sua força interior, apesar de parecer que não tem  capacidade para lidar com a perda. Entende também melhor sobre o ciclo da vida, adquirindo mais maturidade para lidar com os obstáculos que vão aparecer pelo caminho. Enfim, a pessoa chega à aceitação”, conclui a psicóloga Vanessa Gebrim.

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