4 dicas para lidar com a crise existencial
Você já se questionou a respeito do sentido da vida e da sua própria identidade?
Passando por uma crise existencial? Então, saiba que isso pode acontecer em indivíduos de diferentes faixas etárias, seja aos 18 ou aos 40 anos. Afinal, quem nunca se questionou sobre sua vida: será que estou feliz no trabalho? será que estou com a pessoa certa? será que quero ter filhos?
De acordo com Monica Machado, psicóloga, fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, a inquietude sobre a vida é normal, uma vez que estamos em constante transformação e também somos influenciados pelas mudanças aceleradas do mundo exterior.
“O problema é quando não se consegue lidar com os questionamentos, resultando em uma crise existencial”, diz a psicóloga.
O que pode desencadear a crise existencial?
Na maior parte das vezes, a crise existencial se inicia com algum tipo de insatisfação, um questionamento sobre um aspecto específico da vida, gerando uma angústia constante e diária.
Monica Machado explica que a situação pode chegar a um ponto intolerável, onde a pessoa passa a ter confusão sobre a própria identidade, além de ter uma preocupação crônica a respeito do seu propósito de vida.
“As crises e adversidades da vida ocorrem de modo quase sempre imprevisível. A forma de lidar com elas dependerá, em boa parte, da resiliência, da capacidade de encarar mudanças e de tomar decisões”, afirma.
Como lidar?
A crise existencial é um momento no qual a pessoa sofre com angústia e se questiona sobre os mais variados aspectos. Geralmente, a situação se tranquiliza e o indivíduo consegue seguir sua trajetória relativamente bem consigo mesmo.
No entanto, a pessoa também pode acabar se tornando refém do seu próprio conflito, principalmente, por causa do medo de se comprometer com novas circunstâncias e abalar a sua segurança física e emocional.
“O pavor de tomar decisões que possam mudar todo o rumo de uma vida pode paralisar a pessoa, impedindo a realização dos seus objetivos. Porém, não existe escolha fácil, pois há sempre algo que se perde na tomada de uma decisão. Riscos são parte de mudanças, mas é preciso assumi-los para não limitar sua vida e sua identidade”, aponta a psicóloga.
Para lidar com o momento, é fundamental modificar suas perspectivas e buscar o seu propósito de vida.
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Não se pressione
Uma barreira emocional pode se criar em função de um novo comportamento que pode remeter a uma ação definitiva.
A motivação inicial pode se tornar uma armadilha ao provocar um esforço excessivo no começo do processo e uma desistência no meio do caminho.
Porém, a boa notícia é que, por meio de uma reprogramação mental, é possível adotar novas mudanças sem sentir pressão por isso.
Procure decidir seus objetivos em curto, médio e longo prazo, a depender do grau de dificuldade do cada um. Não se esqueça de ser realista ao compreender quanto tempo e disponibilidade serão necessários para consolidar as suas mudanças.
2
Faça um checklist da sua vida
Reflita sobre quem você é, quais são os seus valores e onde você pretende chegar. Perceba se você está se sentindo feliz com a vida que leva ou está apenas acomodado.
Dessa forma, você consegue reconhecer aquilo que tem de errado, o que você deseja mudar e quais são suas prioridades, pontos importantes para que você comece a enxergar as possibilidades de construir um novo jeito de viver.
Não tenha medo das mudanças
Ao se depararem com as mudanças, muitas pessoas podem encará-las como algo ruim, pois se sentem fora da zona de conforto.
Entretanto, algumas vezes, é preciso abandonar a vida que havíamos planejado, pois já não somos mais as mesmas pessoas. Na verdade, estamos em eterna mutação, tanto internamente quanto pela necessidade de seguir a evolução do mundo ao nosso redor.
A psicóloga relata que, às vezes, é necessário mudar de rota, especialmente quando você sente que já não se identifica mais com os planos que havia feito.
“Trace metas que estejam alinhadas com seu ‘eu’ atual, com suas novas perspectivas de vida. Essa evolução te ajudará a fazer escolhas coerentes e a trilhar caminhos mais produtivos, evitando que você perca tempo com aquilo que já não te interessa mais”, pondera.
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Faça terapia
A ajuda profissional é muito importante em casos nos quais o indivíduo já apresenta algum bloqueio emocional, transtorno de ansiedade ou dificuldade para sair da zona de conforto e se adaptar ao novo. A terapia ajuda no desenvolvimento do potencial de enfrentar os desafios que podem surgir a todo momento.
“Psicoterapias proporcionam a possibilidade de desenvolvimento pessoal, a partir da investigação do modo de ser da pessoa. A medida que o indivíduo amplia e aprofunda o conhecimento sobre si mesmo, passa a dispor de novos instrumentos para lidar melhor com os obstáculos e as dúvidas inevitáveis ao longo da vida”, conclui Monica Machado.