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Diagnóstico de Alzheimer: primeiros sintomas podem aparecer nos olhos

Estudos apontam que, através dos olhos, pode ser possível identificar sintomas da doença para chegar ao diagnóstico de Alzheimer

Por Ana Paula Ferreira
1 set 2023, 10h00
Entenda o que apontaram os estudos sobre o diagnóstico de Alzheimer
Entenda o que apontaram os estudos sobre o diagnóstico de Alzheimer (Ani Kolleshi/Unsplash/Divulgação)
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Por mais que milhões de brasileiros convivam com a doença, nem sempre o diagnóstico de Alzheimer vem fácil. Recentemente, contudo, um estudo descobriu que os primeiros sintomas do quadro podem aparecer nos olhos.

A pesquisa, publicada na revista Acta Neuropathologica, analisou o tecido doado da retina (a camada sensível à luz do tecido nervoso na parte posterior do olho) e os cérebros de 86 pessoas com diferentes graus de declínio mental. Este tecido foi, então, comparado ao tecido de doadores que tinham função cognitiva normal.

Os pesquisadores descobriram que havia aumentos de beta-amilóide, uma característica do Alzheimer, no tecido de pessoas que tinham a doença ou declínio cognitivo precoce.

Além disso, eles também constataram que as células microgliais, que reparam e mantêm outras células e eliminam o beta-amilóide do cérebro e da retina, diminuíram cerca de 80% em pessoas com problemas cognitivos.

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Por fim, os estudiosos concluíram que as descobertas “podem levar a biomarcadores retinianos confiáveis para triagem retiniana não invasiva e monitoramento da doença de Alzheimer”.

Assim, o estudo levanta muitas questões sobre um possível teste oftalmológico para a doença de Alzheimer, como por que examinar os olhos pode ajudar a diagnosticar a doença.

Por que os sintomas da doença de Alzheimer podem aparecer nos olhos?

Na verdade, este não é o primeiro estudo a encontrar uma conexão entre a doença de Alzheimer e os olhos. De fato, a Academia Americana de Oftalmologia (AAO) apontou que os estudos mostram uma relação clara entre o tecido cerebral e o tecido ocular.

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Vários estudos mostraram alterações na retina em pessoas com Alzheimer ou outras formas de demência – especificamente, alterações nas camadas da retina ou no fluxo sanguíneo dentro do olho.

Outro estudo usando oftalmoscopia de imagem vitalícia de fluorescência (FLIO) também descobriu que a técnica de imagem pode medir beta-amilóide na retina e determinou que há alterações no tecido ocular em pacientes com doenças cerebrais como o mal de Parkinson e a doença da vaca louca, diz a AAO.

Como o mal de Alzheimer é diagnosticado atualmente?

Antes do início dos anos 2000, os médicos só podiam suspeitar que alguém tinha a doença de Alzheimer. Isso porque a única maneira, de fato, de saber com certeza se uma pessoa tinha a doença de Alzheimer era por meio de uma autópsia realizada após a morte do paciente, segundo o Instituto Nacional do Envelhecimento (NIA) dos Estados Unidos.

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Hoje em dia, contudo, os profissionais de medicina já podem realizar uma série de testes para tentar procurar indicadores da doença de Alzheimer. Isso inclui a medição dos níveis de proteínas associadas à doença de Alzheimer e demências relacionadas após a coleta de líquido cefalorraquidiano, por meio de uma punção lombar, além da realização de exames cerebrais como tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (MRI) ou tomografia por emissão de pósitrons (PET), para apoiar um diagnóstico de Alzheimer ou descartar outras possíveis causas de sintomas, diz o NIA.

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