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Consequências da obesidade para a saúde: conheça 5 delas

A condição acomete mais da metade dos brasileiros e pode prejudicar o organismo de diversas maneiras. Saiba mais!

Por Juliany Rodrigues
11 out 2023, 15h30
consequências da obesidade para a saúde
 (StockerThings/Getty Images)
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11 de outubro é o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, e a criação da data se deu com o objetivo de conscientizar a população sobre a condição e incentivar a adoção de estratégias para combatê-la. A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 57% dos brasileiros estavam com sobrepeso em 2021.

“Define-se um indivíduo como obeso quando o índice de massa corporal (IMC) é maior que 30, sendo que as principais causas incluem uma dieta desbalanceada, principalmente rica em açúcar e gorduras, e o sedentarismo, ou seja, a falta de prática regular de atividades físicas”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

A seguir, especialistas listam as principais consequências da obesidade para a saúde do organismo. Entenda:

5 CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE PARA A SAÚDE

1

Redução da fertilidade

De acordo com o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, estudos apontam que mulheres com sobrepeso têm cerca de 25% menos chances de engravidar e aquelas com obesidade apresentam queda na taxa mensal de até 50% em comparação às mulheres com a mesma idade e peso normal.

“O peso inadequado interfere na produção dos hormônios sexuais femininos, especialmente o estrogênio, o que, consequentemente, atrapalha o processo de ovulação”, destaca.

Além disso, nas mulheres, ainda existe o risco de desenvolver diabetes gestacional, o que pode causar sérios problemas de saúde na criança.

Já em relação aos homens, o médico ressalta que os impactos podem ser ainda maiores, levando à uma diminuição de até 60% na fertilidade. “O excesso de gordura corporal prejudica a produção de testosterona, o que, além de reduzir o apetite sexual e causar dificuldades de ereção, também interfere na qualidade e quantidade de esperma. No geral, quanto maior o sobrepeso, menor é a qualidade, concentração e mobilidade do esperma”, conta ele.

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2

Danos às articulações

“O sobrepeso causa uma sobrecarga das articulações, provocando um ‘trauma’ repetitivo excessivo da cartilagem, o que, consequentemente, gera a sua degeneração”, detalha o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Os danos são ainda piores quando a obesidade está associada ao sedentarismo. “Os pacientes sedentários apresentam uma diminuição da massa muscular, levando a perda de proteção das articulações. É importante lembrar que as articulações foram feitas para serem movimentadas, logo, se ficam paradas por muito tempo, sofrem um processo de atrofia e rigidez que causa dor”, completa.

3

Aumento do risco de doenças metabólicas

A obesidade pode aumentar o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, visto que o abuso de açúcar e carboidratos, além de favorecer o ganho de peso, faz com que o nosso corpo se torne resistente à insulina.

A doença hepática gordurosa não alcoólica é outra condição comumente observada em pessoas obesas, de acordo com a Dra. Marcella Garcez. “Ela é caracterizada pelo acúmulo de gordura nas células do fígado, o que, se não tratado, pode colaborar para o surgimento de doenças cardiovasculares e esteatoepatite, além de levar à fibrose e à cirrose hepática”, fala a médica nutróloga.

“Pessoas obesas também possuem maiores chances de desenvolver câncer, já que o acúmulo de gordura estimula a produção de hormônios envolvidos no desenvolvimento de células cancerígenas“, acrescenta.

4

Mau funcionamento dos rins

“Quando o corpo fica maior devido ao acúmulo de gordura, os rins filtram em ritmo acelerado – o que chamamos de hiperfiltração – que, a longo prazo, desencadeia a doença renal crônica, com um risco estimado de duas até sete vezes maior do que em indivíduos sem obesidade”, alerta a Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

5

Predisposição a doenças cardiovasculares e circulatórias

A obesidade faz parte dos fatores de risco para o aumento do colesterol, da pressão arterial e da ocorrência de doenças cardiovasculares e circulatórias.

“A gordura está relacionada com o depósito de placas de colesterol nas artérias coronárias que irrigam o coração, favorecendo a má circulação do sangue. Além disso, as veias são afetadas pela grande quantidade de sódio acumulado no organismo de quem está com sobrepeso, o que causa retenção de líquidos e dificulta ainda mais a circulação”, enfatiza a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

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Por dificultar o retorno venoso, essa gordura prejudica a saúde das pernas, favorecendo o surgimento de varizes. “Com o retorno venoso prejudicado, o sangue que deveria voltar ao coração fica acumulado nas pernas, aumentando a pressão sanguínea dentro das veias e favorecendo a sua dilatação”, diz a cirurgiã vascular.

Vale lembrar que, se não tratadas adequadamente, as varizes podem provocar complicações relacionadas ao bombeamento inadequado de sangue, por exemplo, a trombose.

COMO PREVENIR E COMBATER A OBESIDADE?

Para prevenir e combater a obesidade, um dos cuidados mais recomendados é ter uma alimentação saudável e equilibrada, evitando comidas gordurosas, industrializadas e ricas em sal ou açúcares.  “Aposte na ingestão de frutas, verduras, legumes, grãos, alimentos integrais e carnes magras”, aconselha a Dra. Marcella Garcez.

E é claro que as atividades físicas também não podem ficar de fora da rotina, pois elas são indispensáveis para afastar os diversos problemas relacionados ao sobrepeso. “O ideal é que você pratique exercícios físicos pelo menos três vezes por semana, de preferência caminhada, corrida, natação e ciclismo, que estão entre as práticas mais simples e eficientes para o controle do peso”, completa a médica.

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No entanto, caso você já sofra com a obesidade, não deixe de procurar a ajuda de profissionais da saúde. “Evite a todo custo receitas milagrosas para emagrecer e dietas extremamente restritivas encontradas na internet, já que, além de não serem realmente eficazes no emagrecimento, essas mudanças drásticas nos hábitos alimentares, como restrição de grupos alimentares e diminuição de calorias e refeições, podem oferecer riscos à saúde quando realizadas sem acompanhamento médico”, evidencia a especialista.

“O médico especializado é capacitado para prescrever um plano de emagrecimento e combate à obesidade realmente eficaz e saudável, levando em conta as necessidades e características de cada indivíduo”, conclui a Dra. Marcella Garcez.

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