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Como reduzir o consumo de plástico

Pequenas atitudes que você pode tomar no dia-a-dia para ajudar o meio ambiente (e seu bolso)

Por Amanda Ventorin
Atualizado em 8 Maio 2024, 10h28 - Publicado em 4 fev 2021, 09h00

Todos estamos cientes sobre as mudanças climáticas e o alto nível de poluição que o planeta Terra tem enfrentando nas ultimas décadas, mas a verdade desagradável é que estamos ficando sem tempo para fazer algo a respeito. Segundo António Guterres, secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), estamos em um “ponto de ruptura” para o clima. Mas quais ações podemos tomar para ajudar a salvar nosso planeta? Reduzir o consumo de plástico é uma delas.

Existe uma ilha de plástico acumulado no oceano pacifico que possui 16 vezes o tamanho de Portugal e é apelidada de “sétimo continente”

Atualmente, existe uma ilha de plástico no oceano pacifico que possui 16 vezes o tamanho de Portugal e é apelidada de “sétimo continente.” Ela mata, anualmente, milhares de animais marinhos entre a Califórnia e o Havaí. Além desse fato alarmante, ainda temos o descarte de mais de 10 milhões de toneladas de plástico nos oceanos todos os anos. Somente no Brasil, se consome mais de 720 milhões de copinhos descartáveis por dia (o país é o 4° país no mundo que mais gera lixo plástico no mundo, segundo a ONG World Wide Fund for Nature).

É possível eliminar de vez o plástico de nossas vidas?

Segundo Nina Marcucci, diretora de conteúdo do Menos 1 Lixo, sim. “É difícil porque tem que definir o que é todo o consumo, né? Cada pessoa tem um estilo de consumo diferente, mas eu garanto que é possível substituir 99.9%, ou pelo menos os mais básicos: a sacolinha da lixeira, as embalagens da rua, as de comida que dão pra comprar a granel, hoje da pra não consumir produtos de cosméticos industrializados. Tem condicionadores e shampoos sólidos… Sabonete sem embalagem, pasta de dente dá para fazer em casa… E, sempre que você começa a consumir de forma consciente, você pode entrar em contato com pequenos produtores para entender como são feitos os produtos e como a gente pode contribuir para que não seja entregue com embalagem também. É um processo, mas com benefícios para quem faz e para o planeta.”

“É possível substituir 99.9% do plástico que você usa”

E aquele 0,01%? Apesar do plástico ser, sim, um dos grandes vilões do meio ambiente, ele é reciclável quando descartado de maneira correta. Fernando Amaral, ósmologo e CEO da empresa WNF ressalta que o resíduo, quando não reciclado, pode contaminar as áreas das terras agrícolas e prejudicar a evolução de plantas e da biodiversidade, provocando doenças no meio ambiente, incluindo no solo. Além disso, os fragmentos dos resíduos plásticos interagem com ecossistema selvagens e os animais sofrem as consequências da ingestão e do contato com esses materiais, sendo esse o ponto mais grave. 

Recusar a sacolinha do mercado e selecionar produtos que não utilizam plástico passa a mensagem para grandes empresas

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E pode parecer pouca coisa recusar a sacolinha do mercado e selecionar produtos que não utilizam plástico, mas assim nós passamos a mensagem para grandes empresas que nós nos importamos, sim, com o meio ambiente. “Isso é importante pois, por mais que no nosso esforço individual e de formiguinha ser muito importante e gratificante, as mudanças na ‘fonte’ são as que mais impactam. Em um exemplo bem prático: se a torneira da sua pia estiver aberta, sua pia transbordando água, sua cozinha toda alagada, você começaria a limpar a bagunça pelo chão ou fecharia a torneira primeiro?” incentiva Lori Vargas, cofundadora da MAPEEI o primeiro espaço zero desperdício do Brasil.

Como reduzir o plástico no dia-a-dia e suas dificuldades

A maior dificuldade em abrir mão do uso do plástico está ligada à cadeia produtiva. “Hoje a indústria utiliza o plástico em várias etapas da sua cadeia: ela pode fazer embalagens, tampas, frascos, plásticos na proteção da embalagem e assim por diante…para conservar alimentos ou na hora da compra de verduras ou carnes. Todo o desenho da vida moderna está pautado em plástico.” Comenta Fernando Amaral. 

Convenhamos, o uso de plástico é algo extremamente prático e que não percebemos a enorme dependência que temos dele.  Observe o ambiente onde você está, quantos produtos que utilizam ou são unicamente feitos de plástico você consegue contar? É algo que facilita muito a vida principalmente pelo material estar sempre ali, disponível em mercados por um preço acessível, ou até mesmo gratuito (como no caso das sacolinhas plásticas). Nina Marcucci concorda que essa transição pode ser difícil no início, como toda mudança de hábito mas que não é um bicho de sete cabeças.

É importante, primeiro de tudo, admitir que existe, sim, um problema com a maneira como consumimos o plástico. E admitir um “erro” nunca é fácil. Por isso, é realmente importante começar com algo simples e fácil para que você não se sobrecarregue na trajetória por hábitos mais sustentáveis. E vale lembrar que criar novos hábitos não é fácil para ninguém, então vá devagar com você mesma.

  1. Comece é pelo básico. Observe sua casa e a divida por partes: cozinha, lavanderia, banheiro, etc…
  2. Questione-se sobre o quanto de plástico em cada área você consome
  3. Veja as alternativas mais fáceis que podem ser substituídas. Abaixo alguns exemplos:
    1. Faça sacolinhas de jornal para o lixo do banheiro,
    2. Substitua as embalagens de shampoo e condicionador pelo produto em barra
    3. Troque aquela velha escova de dentes de plástico por uma de bambu
    4. Substitua o detergente da pia por sabão de coco e esponja sintética por bucha vegetal.
    5. Você pode também fazer seus próprios produtos de limpeza (eliminando as embalagens que compramos no mercado) ou fazer sua própria pasta de dente
    6. Opte por cosméticos naturais (ou que não utilizem embalagens alternativas, como babu). 
    7. E o mais importante é: Não importa onde ou como você começa, o que realmente importa é que você comece em algum lugar!
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E o bolso?

Existe uma grande duvida sobre até onde a sustentabilidade é acessível. “Às vezes pode parecer que um estilo de vida ético e sustentável é mais caro, mas quando paramos para pensar no verdadeiro custo dos produtos baratos, não é. Ao consumirmos produtos que sabemos que foram feitos para durar mais, tal diferença no preço acaba não existindo. Um exemplo bem prático que gosto de falar é do xampu. Um frasco de xampu de plástico de aproximadamente 300ml, custa em média 10 reais e dura em média 40 dias. Um xampu sólido de aproximadamente 100g, custa em média 35 reais e dura por até 120 dias. Se fizermos esta conta, a diferença é de apenas 5 reais. Este é o “custo a mais” real de sustentarmos uma cadeia ética e ecologicamente correta! ” Fala Lori Vargas.

Enquanto um frasco de plástico de xampu de 300ml custa, em média, 10 reais e dura 40 dias, um xampu sólido de aproximadamente 100g, custa cerca de 35 reais mas dura por até 120 dias

Fernando também acredita que esse pensamento pode se espalhar por toda a família e grandes corporações. “Ele gera também impacto na cadeia produtiva, porque quanto mais pessoas consumirem embalagens de 5l, mais o fabricante vai prestar atenção nesse movimento.”

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Produtos sustentáveis para ajudar no meio-ambiente

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