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5 causas não tão óbvias de dores durante e após o sexo

A dor durante a relação sexual não deve ser considerada como algo normal. Saiba mais!

Por Juliany Rodrigues
6 dez 2023, 15h30
Saiba algumas das possíveis causas de dores durante e após a relação sexual | (freepik/Freepik)
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De acordo com a FEBRASGO, 39,5% das brasileiras, entre 40 e 65 anos, sentem algum tipo de dor ou incômodo na relação sexual, seja durante ou depois.

Além disso, o American College of Obstetricians and Gynecologists estima que 3 em cada 4 mulheres apresentarão dores e/ou desconfortos relacionados ao sexo em algum momento da vida.

Dr. Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Capa/SP, médico do Hospital Albert Einstein e membro da FEBRASGO, afirma que há uma série de fatores que podem desencadear esses sintomas.

“A dor ou o incômodo pode ser superficial ou profundo, e ter origem anatômica, hormonal, patológica e até emocional. O sofrimento pode ser tão intenso que a mulher chega a evitar o sexo por completo”, diz.

A Bárbara Bastos, sexóloga clínica e educacional pela FASEX e sócia da boutique erótica Désir Atelier, afirma que a dor na região genital é um alerta de que há algo de errado, assim como ocorre em qualquer parte do corpo.

Entretanto, por se tratar de sexo, muitas mulheres têm medo, vergonha e até sentimento de culpa e fracasso. “Isso pode ocorrer por falta de informação ou até mesmo pelos tabus que sempre que, aliás, só reforçam a crença de que dor no sexo é normal”, destaca a terapeuta.

A seguir, especialistas revelam 5 causas não tão óbvias de dores durante ou após o sexo. Confira:

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CAUSAS DA DOR DURANTE OU APÓS O SEXO

1

Preservativos

Preservativos de látex podem causar uma reação alérgica em algumas mulheres, provocando queimação, coceira e dor, tanto durante o sexo quanto depois.

Uma sugestão do Dr. Carlos é substituir as opções de latex pelas de poliuretano. “Além de mais resistente, esse é um material mais delicado e confortável. Porém, se a dor persistir, fale com um médico”, afirma ele.

2

Tamanho e formato do pênis

“A velha máxima de que quanto maior o pênis, mais prazer a mulher terá, é um grande mito“, lembra Bárbara Bastos.

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O pênis muito grosso pode gerar pequenas fissuras no tecido vaginal devido à fricção, causando desconfortos durante e após o ato sexual.

Já o pênis mais longo pode atingir o colo uterino, deixando o sexo extremamente doloroso. Por isso, neste segundo caso, é importante evitar posições que favoreçam a penetração profunda.

“Em relação à espessura do pênis, aposte em um lubrificante para suavizar o atrito”, recomenda a sexóloga.

A doença de Peyronie é um outro fator que também pode levar à incômodos durante o sexo. Decorrente de pequenos ou grandes traumas no pênis, a condição é caracterizada pelo crescimento de tecido cicatricial fibroso no interno do órgão masculino, afetando sua elasticidade, capacidade de ereção, formato e inclinação natural.

“Além da dificuldade de ereção, a penetração não se sustenta por conta da curvatura do pênis, e ambos acabam se machucando se insistirem”, aponta Bastos.

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Há casos em que as fibroses desaparecem sem a necessidade de intervenções. Porém, a maioria dos homens é submetida à cirurgia para a correção do problema.

“Seja qual for o entrave, o ideal é sempre ter abertura para falar o que não está bom. Juntos, fica mais fácil solucionar os problemas”, alerta a sexóloga.

3

Contraceptivos orais

O uso prolongado de pílulas anticoncepcionais pode estar associado a diversas condições que resultam em fortes dores na região da vulva, diz um estudo realizado por pesquisadores do Hospital du Saint-Sacrement, no Canadá.

Outra pesquisa, da Universidade de Nova York em conjunto com o Waitemata District Health Board, na Nova Zelândia, mostrou que 27% das mulheres que utilizavam contraceptivos, mesmo com baixa concentração de estrogênio, se queixavam de dores pélvicas, e apenas 17% das que não tomavam o medicamento apresentavam os mesmos desconfortos.

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Além disso, 25% das mulheres que tomavam o contraceptivo tiveram quase o dobro de episódios de dor durante ou após o ato, contra 12% das que não eram adeptas à pílula.

“Nessas situações, o melhor caminho é discutir com o seu médico outros métodos contraceptivos não hormonais“, orienta o ginecologista Dr. Carlos Moraes.

4

Sêmen (HSP)

A alergia ao sêmen/esperma é um problema que acomete principalmente as mulheres. Ele pode surgir com qualquer parceiro e a qualquer momento, inclusive após anos de relacionamento.

O ginecologista conta que o responsável por essa condição é o plasma seminal, um líquido presente no sêmen, cujas proteínas podem desencadear essa patologia.

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“A hipersensibilidade ao plasma seminal humano (HSP) pode ser mais comum do que se imagina, mas, por desinformação ou até vergonha, as pacientes raramente levantam a hipótese de reação ao esperma“, destaca ele.

Segundo um estudo publicado no UpToDate, a reação ao esperma geralmente aparece em até 30 minutos após a ejaculação, e os sintomas duram cerca de 24 horas, apesar de existirem casos mais prologados. As principais queixas são: queimação, calor, inchaço, vermelhidão e coceira.

Ainda de acordo com a pesquisa, 70% das mulheres apresentaram uma reação alérgica generalizada, enquanto as outras 30% tiveram uma reação apenas local, ou seja, restrita à região da vagina e vulva. Em 10 a 15% das mulheres, a reação foi tardia, surgindo várias horas após o término do sexo.

“Antes de haver o diagnóstico, o ideal é o uso regular da camisinha, pois ela impede o contato do sêmen com a mucosa vaginal. É importante frisar que o preservativo deve ser colocado assim que derem início às preliminares, já que há risco de o líquido pré-ejaculatório entrar em contato com a região vaginal e desencadear a reação alérgica”, pontua Carlos Moraes.

5

Tamanho dos lábios vaginais

Dr. Luís Maatz, cirurgião plástico pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, fala que, se houver um tamanho e um formato desproporcionais dos lábios vaginais, as relações sexuais podem se tornar desconfortáveis.

“Daí a importância de buscar a ninfoplastia (ou labioplastia), cirurgia feita na genitália externa feminina com o objetivo de diminuir o tamanho dos pequenos lábios, corrigir assimetrias ou frouxidões no local. O procedimento não é só estético, mas também reparador, indicado quando há dor, incômodo e dificuldade de obter estímulos durante a relação sexual”, enfatiza Maatz.

Um dos maiores objetivos da ninfoplastia é o tratamento da atrofia vaginal, que afeta cerca de 56% das brasileiras, conforme a pesquisa Vaginal Health: Insights, Views & Attitudes.

Por fim, lembre-se: ao ter dores durante e/ou após o sexo, não deixe de buscar uma avaliação médica o mais rápido possível. 

“Na ausência de causas físicas, não tenha receio de recorrer a profissionais que possam diagnosticar e tratar os fatores psicológicos que podem estar te impedindo de desfrutar de uma sexualidade plena”, finaliza a sexóloga Bárbara Bastos.

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