Segundo o Dr. Vinícius Carruego, ginecologista, o câncer de endométrio ocorre quando as células do revestimento do útero começam a se multiplicar de forma anormal e descontrolada. É um dos tipos mais comuns de câncer ginecológico e, normalmente, acomete as mulheres no período pós-menopausa e acima de 60 anos. Entretanto, mulheres mais jovens também podem ser atingidas pela doença.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que o Brasil deve registrar, em 2023, cerca de 7.800 casos de câncer no endométrio. Comparado à estimativa anterior, do ano de 2022, o número representa um crescimento de quase 20%.
“O endométrio consiste na camada mais interna do útero e tem como principal função preparar o órgão para receber o embrião, caso ocorra a fertilização do óvulo. Quando não há a gravidez, ele passa por uma descamação, dando origem ao sangramento chamado de menstruação”, explica.
Além do endométrio, a parede uterina também é formada pelo miométrio, camada muscular que serve, por exemplo, para a contração durante o parto, e pelo perimétrio, camada mais externa que envolve e protege o órgão.
FATORES DE RISCO
O ginecologista afirma que os principais fatores que aumentam as chances de uma mulher desenvolver câncer de endométrio são:
- Obesidade;
- Doenças metabólicas, como diabetes;
- Consumo de alimentos industrializados;
- Sedentarismo;
- Menopausa tardia;
- Histórico familiar;
- Pressão alta;
- Nunca ter engravidado ou ter tido filhos;
- Síndrome do Ovário Policístico;
- Síndrome de Lynch;
- Primeira menstruação antes dos 12 anos;
- Uso do estrogênio, sem progesterona, como terapia de reposição hormonal após a chegada da menopausa;
- Idade, pois ocorre com maior frequência em mulheres na pós-menopausa e acima dos 60 anos;
- Câncer prévio;
- Radioterapia prévia.
SINTOMAS DO CÂNCER DE ENDOMÉTRIO
O sintoma mais comum do câncer de endométrio é a presença de sangramentos mesmo após a menopausa, de acordo com o Dr. Vinícius. Mas, a condição também pode desencadear dor pélvica, sangramento vaginal anormal, dor durante a relação sexual, dificuldades para urinar, sangue na urina, massas abdominais palpáveis e perda de peso.
“O diagnóstico é realizado através de um exame chamado histeroscopia, no qual o ginecologista observa o útero por dentro, avalia toda a cavidade endometrial e, se necessário, faz uma biópsia”, afirma. Ultrassonografia vaginal, exame físico e história clínica da mulher também auxiliam na descoberta da doença.
TRATAMENTO
O tratamento do câncer de endométrio é determinado de acordo com o estágio da doença. O especialista destaca que a medida mais adotada é a histerectomia – cirurgia de remoção de útero. Além disso, dependendo do caso, a salpingo-ooforectomia bilateral, que envolve a retirada das trompas de Falópio e dos ovários, é outra intervenção que pode ser realizada. “Vale lembrar que a radioterapia e a quimioterapia também podem ser indicadas”, acrescenta o Carruego.
PREVENÇÃO
Os cuidados que colaboram para a prevenção do câncer de endométrio incluem:
- Prática regular de atividades físicas;
- Dieta equilibrada;
- Controle adequado de condições médicas como diabetes e hipertensão;
- Não fumar;
- Evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas;
- Dormir bem;
- Manter um peso corporal ideal.
“Principalmente, as mulheres devem tratar a obesidade, uma vez que ela é o principal fator de risco para esse tipo de tumor. Fazer exames de rotina anuais é outro aspecto indispensável, pois facilita a detecção de um quadro de hiperplasia, que é quando o problema ainda não virou câncer, aumentando a chance de tratamento bem-sucedido“, aconselha.