Bronquite: o que é, causas, sintomas e tratamento
Os brônquios, estruturas acometidas pela doença, são os responsáveis por transportar o ar até os alvéolos pulmonares. Saiba mais!
A bronquite é uma inflamação dos brônquios, estruturas responsáveis por transportar o ar até os alvéolos pulmonares, onde acontece a troca gasosa.
“É uma das doenças respiratórias mais comuns e, dentre os seus tipos, a forma aguda é uma das principais causas de procura médica, afetando a saúde de crianças e adultos. No outono e no inverno, é comum termos um aumento nos casos, uma vez que há relação direta com as condições climáticas”, explica a Dra. Karina Pierantozzi Vergani, pneumologista pediátrica e professora do curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID).
Qual a diferença entre a bronquite aguda e a crônica?
A bronquite pode ser classificada como aguda ou crônica, dependendo da duração e da frequência dos sintomas, de acordo com a Dra. Michelle Andreata, pneumologista da Saúde no Lar, empresa especializada em home care.
Geralmente, a bronquite aguda ocorre em resposta à uma infecção respiratória e causa sintomas gripais e tosse que pode ser seca ou produtiva. É um quadro temporário que dura alguns dias ou semanas.
“Na maioria das vezes, é provocada por um agente infeccioso (vírus ou bactérias) que gera um efeito irritante direto na mucosa traqueobrônquica, desencadeando um processo inflamatório local e ao aumento da produção de muco“, conta a Dra. Karina.
Já a bronquite crônica é caracterizada pela presença de uma tosse produtiva – ou seja, com expectoração – durante a maioria dos dias do mês, por três meses ao ano, ao longo de pelo menos dois anos consecutivos, afirma a Dra. Maria Alenita, pneumologista e coordenadora do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ).
Frequentemente, o segundo tipo está associado ao hábito de fumar e à condições respiratórias como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Quais os sintomas da bronquite?
Segundo as médicas, os sintomas da bronquite são:
- Tosse seca ou produtiva;
- Falta de ar;
- Chiado no peito;
- Fadiga;
- Febre leve;
- Dor no peito ou tossir ou respirar profundamente.
“Habitualmente, a bronquite aguda é consequência de infecção viral. Dessa forma, o paciente pode apresentar sintomas de vias aéreas superiores, como corrimento nasal”, completa a Dra. Maria.
“Diferente da pneumonia, a bronquite aguda, na maioria das vezes, não é acompanhada de febre alta e aumento da frequência cardíaca e respiratória“, destaca a Dra. Karina.
O que causa bronquite?
As infecções respiratórias virais são as maiores causadoras da bronquite aguda, sendo que as bacterianas são responsáveis por um menor número de casos.
O tabagismo, tanto ativo quanto passivo, é o principal fator de risco para o desenvolvimento da bronquite crônica. “As bronquiectasias (alterações estruturais dos brônquios) podem estar relacionadas à forma crônica da doença, principalmente nos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)”, diz a professora da UNICID.
Poluição do ar, poeira e exposição a produtos químicos e agentes irritantes também contribuem para o problema. “É fundamental ressaltar que locais fechados com aglomeração aumentam a chance de contaminação viral e bacteriana, favorecendo a bronquite”, fala Vergani.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da bronquite envolve o histórico do paciente e o exame físico. Quando necessário, especialmente para os casos de bronquite crônica, podem ser solicitados radiografia de tórax, exames de escarro e espirometria (prova de função pulmonar), que ajuda a avaliar a presença de obstrução das vias aéreas.
E o tratamento?
O tratamento da bronquite aguda tem como objetivo aliviar os sintomas e, além de incluir repouso, hidratação e uso de umidificadores de ar, podem ser indicados descongestionantes, broncodilatadores, sedativos para tosse e remédios para diminuir a sensação de mal-estar.
“Antibióticos não costumam ser recomendados a menos que haja suspeita de infecção bacteriana”, revela Andreata.
“Para a bronquite crônica, o foco é reduzir a exposição aos fatores de risco, como o tabagismo, e manejar os sintomas. Isso pode depender de broncodilatadores, para diminuir a obstrução das vias aéreas, corticosteroides inalatórios, vacinas para prevenir infecções respiratórias e, em quadros graves, terapia de oxigênio ou programas de reabilitação pulmonar”, pontua a pneumologista da Saúde no Lar.
Medidas como se vacinar, ficar longe dos vícios, comer bem, praticar atividade física, lavar as mãos regularmente e tomar bastante água são fundamentais para a prevenção da bronquite.