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Entenda como a ansiedade está comprometendo a qualidade do seu sono

Problemas para dormir? Pode ser ansiedade. Veja aqui porque isso acontece e o que fazer

Por Marcela De Mingo
24 jun 2022, 08h00

Os últimos anos não têm sido fáceis para os brasileiros. Entre uma pandemia, uma crise política e outra econômica, vamos combinar que “dormir bem” deixou de ser uma prioridade há algum tempo. Ainda assim, buscar boas noites de sono é importante, inclusive se você está passando por momentos de ansiedade

Segundo a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), a pandemia de coronavírus desencadeou um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão no mundo inteiro. Alguns estudos dizem também que 3,6% da população mundial convive com a ansiedade – o que torna esta uma das questões de saúde mental mais comuns do mundo. 

A relação entre o sono e a saúde mental é bilateral, já que dormir mal acentua questões ruins da saúde emocional e a má saúde mental dificulta a indução e a qualidade do sono”, diz Roberta Martins, especialista em sono e gerente de conteúdo do Persono. “Uma das principais características da ansiedade é a hiperexcitação mental e é isto que dificulta a pessoa relaxar e dormir bem”.

OS EFEITOS DA ANSIEDADE NO SONO

Dormir mal uma ou duas vezes por conta de uma ansiedade pontual – por exemplo, antes de uma apresentação importante de trabalho ou de uma viagem – é mais que compreensível. No entanto, a qualidade do sono começa a ser afetada quando a ansiedade se torna uma constante na vida de alguém, como é comum diante de problemas financeiros, por exemplo. 

“Dormir mal traz uma série de malefícios em curto e longo prazo”, explica Roberta. “Dentre os principais problemas que podem causar no futuro estão a hipertensão, maior risco de AVC, maior risco de infarto, maior risco de mal de Alzheimer, maior risco de obesidade, maior risco de alguns tipos de câncer (como o de mama), maior risco de diabetes, problemas hormonais, baixa imunidade e impacto na consolidação de memórias.”

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Ou seja, a curto prazo é possível perceber esses efeitos quando você se percebe esquecendo informações importantes com frequência, perdendo a paciência em situações que jamais tirariam você do sério em condições normais e facilitando o adoecimento – gripes e resfriados frequentes? Pode ser falta de sono. 

No longo prazo, as noites mal-dormidas também pagam um preço alto, gerando quadros como os citados acima, muito mais difíceis de reverter do que ao cuidar da mente e do corpo no momento em que a ansiedade interfere no sono. 

A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DE ANSIEDADE PARA O BOM SONO

A maneira mais efetiva de evitar todos esses efeitos e garantir boas noites de sono é, antes de mais nada, entender se a hiperexcitação que você está sentindo é algo pontual ou se tem se mostrado mais permanente. Utilizando mais uma vez os exemplos acima, uma coisa é você se sentir ansiosa diante de uma viagem de férias e perder uma noite de sono por causa disso. Outra completamente diferente é não encontrar uma motivação exata (ou ter muitas motivações diferentes) e sentir-se ansiosa o tempo inteiro. 

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Essa, basicamente, é a diferença entre a ansiedade pontual e um distúrbio de ansiedade – e, nesse caso, as noites de sono não são o único ponto afetado na vida de alguém, mas toda a sua rotina. 

“Para estes casos de distúrbio é fundamental o diagnóstico e o tratamento adequados”, diz Roberta. E, importante notar, apenas um profissional de saúde mental pode mapear esse quadro corretamente. Por isso, buscar um psicólogo ou psiquiatra em momentos de grande ansiedade é vital para evitar a bola de neve que pode ser desencadeada por essa condição. 

“Já para as situações mais ocasionais ou leves de ansiedade, a prática da higiene do sono, que é um conjunto de ações que ‘preparam’ o corpo e a mente para dormir, pode ser a solução”, recomenda a especialista em sono. “Cada pessoa pode criar o seu próprio ritual, mas o ideal é que ele envolva atividades relaxantes como leitura, banho morno e meditação. Outra dica é deixar o celular longe da cama próximo à hora de dormir para evitar seus estímulos e a exposição à luz azul.”

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