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Ansiedade e álcool: profissional explica qual é a relação entre eles

Apesar de serem vistas por algumas pessoas como relaxantes, a ansiedade e o álcool são duas coisas que não deveriam se misturar. Entenda!

Por Ana Paula Ferreira
30 ago 2023, 10h00

Enquanto algumas pessoas acreditam que as bebidas alcoólicas são uma boa opção para relaxar, a verdade é que ansiedade e álcool são duas coisas que não deveriam se misturar.

De acordo com a psicóloga Larissa Fonseca, o motivo está nos efeitos inflamatórios causados no organismo, que resultam em alterações comportamentais.

“O álcool atua na área do cérebro responsável pelo autocontrole emocional, pensamentos e pela impulsividade”, aponta ela.

Desta forma, as bebidas se tornam potenciais gatilhos para a ansiedade.

“Elas são um depressor do sistema nervoso central e afetam neurotransmissores relacionados à regulação do humor e da ansiedade. Além disso, este sistema é o responsável pelo controle das emoções e decisões.”, explica a profissional.

“Quando você ingere qualquer tipo de droga (incluindo o álcool), se liberta das ‘censuras’ que funcionam como autocontrole. Com isso, os pensamentos antes inibidos viram gatilho para aumentar a ansiedade e até mobilizar crises”, completa ela.

Gatilhos de ansiedade pelo consumo de álcool

Segundo Larissa, as pessoas acreditam que o álcool pode trazer um efeito de relaxamento, pois ele inibe a censura interna, ou seja, o limite que nos auxilia a não ter determinados comportamentos para não encarar as consequências internas e sociais.

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“O álcool provoca uma intoxicação no organismo, uma vez que o corpo entende que está sob ataque e precisa eliminá-lo. Assim, todas as células passam a trabalhar em função dessa digestão, o que compromete a engenharia do sono. No dia seguinte, as consequências são mais prejudiciais”, ela alerta.

É possível evitar a ansiedade sem parar de beber?

A profissional explica que o primeiro ponto a se considerar é que pessoas que têm ansiedade devem estar em tratamento psicológico para aprender a lidar com o quadro e os gatilhos ansiosos.

“O álcool não deve jamais ser utilizado quando estamos tristes ou muito felizes. Ele não é um medicamento que controla suas emoções”, ressalta Larissa.

Caso opte pela ingestão de bebidas alcoólicas, a sugestão da psicóloga é controlar a quantidade consumida e, principalmente, não ultrapassar os limites.

“Quando o cérebro ingere álcool, ele modifica a censura, então facilmente você vai querer mais”, ela explica.

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Além disso, beber bastante água – inclusive enquanto estiver bebendo – e se alimentar corretamente antes do consumo pode ajudar a mantê-lo em equilíbrio, uma vez que a desidratação da metabolização do álcool provoca ansiedade e os níveis de açúcar devem estar estáveis para auxiliar no processo de digestão dele.

Red flags para o álcool

“O local e as pessoas na qual você ingere álcool podem ser gatilho, tanto para aumentar o consumo, quanto para o quadro da ansiedade ficar elevado. Portanto, a auto percepção no dia seguinte é fundamental”, alerta Larissa.

“Muitas vezes, tenho pacientes que descobrem locais específicos que são gatilhos para ingerir mais e se arrepender depois das próprias atitudes.”

Outro ponto importante é que se o quadro de ansiedade é intenso e há medicação para tratamento, é preciso confirmar se o álcool não atua neste medicamento, provocando um efeito rebote.

A psicóloga ressalta que os efeitos sempre serão negativos nessa mistura. Ela lista alguns deles:

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1

 

 

Aumenta o risco de depressão e evolui o quadro ansioso,

Por ser um depressor do sistema nervoso central, há sintomas associados a ambos os quadros e, portanto, agrava o sintoma de ansiedade, podendo evoluir para um quadro depressivo.

2

 

 

Interfere no funcionamento do fígado

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Pelo fato de metabolizar o álcool para eliminá-lo, ambas as substâncias (remédios para ansiedade e bebidas alcoólicas) são digeridos no fígado, o que pode provocar uma sobrecarga e levar a danos hepáticos.

3

 

 

Provoca um efeito de sedação

Isso pode aumentar os riscos de acidentes, uma vez que promove impulsividade e seu cérebro entende que não há limites, se tornando um risco.

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