A anemia é uma condição caracterizada pela diminuição dos níveis de hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos (hemácias) e responsável pelo transporte de oxigênio no sangue.
“O diagnóstico da anemia geralmente inclui o exame físico, a avaliação do histórico do paciente, o hemograma completo e, se necessário, alguns testes adicionais como exame de fezes para detectar sangramentos ocultos e a biópsia da medula óssea”, afirma o Dr. Rodrigo Neves, pós-graduado em nutrologia e endocrinologia.
O que causa anemia?
De acordo com o Dr. Neto Borghi, nutrólogo e especialista em emagrecimento, vitamina e hormônios, existem diversos fatores que podem causar a anemia, entre eles:
- Deficiência de ferro no sangue;
- Deficiência de vitamina B12 ou folato, uma vez que ela é fundamental para a produção de glóbulos vermelhos;
- Doenças crônicas, como câncer, AIDS, artrite reumatoide, doença renal crônica e desnutrição grave;
- Perda de sangue aguda, como em hemorragias, ou crônica;
- Doenças hereditárias, por exemplo, a anemia falciforme;
- Doenças autoimunes;
- Problemas na medula óssea.
“A necessidade aumentada de ferro e vitaminas durante a gravidez também pode provocar anemia, pois o bebê precisa de muito ferro para se desenvolver e, com isso, acaba consumindo o estoque da gestante”, completa Dr. Neto.
Sintomas de anemia
A Dra. Maria Cristina N. Seiwald, hematologista, diz que os sintomas da anemia são inespecíficos e, por isso, muitas vezes podem ser confundidos com outras condições de saúde. Segundo ela, pode ocorrer:
- Cansaço excessivo;
- Sensação de fraqueza;
- Falta de apetite;
- Palidez de pele e mucosas;
- Fadiga;
- Tonturas;
- Dor de cabeça;
- Falta de ar;
- Dores nas articulações.
“Quando a anemia não é tratada, o quadro vai se prologando e ficando ainda mais grave, podendo desencadear alterações no batimento do coração, queda da imunidade e, como o sangue não consegue prover o oxigênio suficiente, danos aos órgãos. Existe até mesmo um risco de vida“, alerta a Dra. Maria Cristina.
Tipos de anemia
Borghi revela que, dependendo da causa, a anemia pode ser classificada em diferentes tipos, sendo que os principais são: anemia ferropriva (deficiência de ferro), anemia megaloblástica (deficiência de vitamina B12 ou folato), anemia falciforme, anemia hemolítica, anemia aplástica e anemia de doenças crônicas.
“A forma mais comum da anemia é a ferropriva, que, como o próprio nome já diz, é aquela desencadeada pela privação do ferro, ou seja, deficiência de ferro. Pode se desenvolver quando o paciente não consome corretamente esse nutriente, que pode ser encontrado em alimentos como carnes e vegetais verdes escuros. Seus sintomas envolvem a palidez da pele e da mucosa, cansaço, indisposição, fadiga e dificuldade de concentração”, detalha o Dr. Mateus Drumond, médico nutrólogo e integrativo.
A anemia falciforme, por sua vez, é uma doença genética e hereditária. “Nessa doença, os glóbulos vermelhos acabam assumindo uma forma de foice e, com essa deformação, acontece a perda da flexibilidade necessária para a passagem nos vasos sanguíneos. Em muitos casos, ela desencadeia icterícia (pele amarelada)”, esclarece a Dra. Maria Cristina.
Tratamentos para anemia
O tratamento para anemia é determinado de acordo com a causa subjacente. “De onde vem essa anemia? Por deficiência de ferro? E essa deficiência de ferro é por baixa ingesta? É má absorção do ferro? É parasita intestinal? É câncer? É perda sanguínea crônica? É sangramento menstrual exagerado? É por deficiência de complexo B?”, lista Drumond.
Suplementos de ferro e vitaminas, medicamentos para estimular a produção de glóbulos vermelhos e mudanças na dieta são algumas das medidas que podem ser indicadas. Em casos graves, transfusões sanguíneas podem ser necessárias.
“Lembrando que é fundamental lidar com o que está provocando a anemia, controlando doenças crônicas, realizando cirurgias para sangramento e corrigindo deficiências nutricionais, por exemplo”, conta o Dr. Rodrigo.
Como evitar a anemia?
Os especialistas citam os cuidados mais importantes para prevenir a anemia:
- Ter uma dieta rica em ferro, vitamina B12 e folato;
- Ingerir alimentos ricos em vitamina C, para melhorar a absorção do ferro;
- Prestar atenção no fluxo menstrual;
- Fazer exercícios físicos;
- Ficar longe do cigarro e das bebidas alcoólicas;
- Evitar cafeína;
- Manter check-ups regulares.
“Ao notar qualquer sintoma, é fundamental procurar um médico capacitado”, conclui o Dr. Neto.
