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Consumo de álcool pode prejudicar saúde do quadril: ortopedista explica

De acordo com o profissional, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode desencadear necrose do fêmur e problemas no quadril. Saiba mais!

Por Ana Paula Ferreira
3 mar 2024, 10h00

Não é nenhuma novidade que o consumo excessivo de álcool pode desencadear uma série de problemas para a saúde física e mental. Porém, você sabia que este hábito também pode prejudicar a região do fêmur e quadril? É o caso, por exemplo, da osteonecrose (necrose avascular do quadril).

De acordo com o médico ortopedista Lafayette Lage, essa doença é caracterizada pela morte parcial do tecido ósseo e cartilaginoso da cabeça do fêmur devido à falta de suprimento sanguíneo.

“Um êmbolo gorduroso resultante de uma hiperlipidemia (altos níveis de gordura no sangue) causa um infarto arterial na cabeça femoral.  Esse infarto ósseo pode levar à deformação com colapso da cartilagem, causando dor incapacitante e redução da mobilidade. É comumente associado às articulações dos quadris, mas também pode ocorrer em outros ossos”, explica o profissional, pioneiro em artroscopia do quadril em 1993 e especialista em cirurgia de Resurfacing (recobrimento da cabeça do fêmur).

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Riscos do consumo de álcool para o fêmur e quadril

Segundo o médico, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode aumentar significativamente os níveis séricos de triglicerídeos e colesterol, bem como a deposição de gordura na medula óssea, o que pode levar à destruição do quadril.

“Doses e excessivas de vinho, uísque, cerveja ou qualquer outro drinque podem aumentar a pressão arterial e os níveis de triglicérides (um tipo de gordura), duas condições que favorecem o aparecimento de infarto”, explica Lage.

E completa: “Os pacientes acometidos pela osteonecrose costumam sentir fortes dores em decorrência do infarto ósseo (comprometimento vascular dos ossos). Os sintomas incluem dor no quadril, virilha, coxa, joelho e/ou nádegas, dificuldade de andar e passam a mancar bastante necessitando de muletas para aliviar a dor e a melhorar a marcha”.

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Na região do quadril, como a cabeça do fêmur é bem redonda e como na necrose ocorre o achatamento (colapso), as dores passam a se intensas. Neste caso, o processo inflamatório impacta na qualidade de vida e interfere na mobilidade dos pacientes.

Como tratar o quadro?

De acordo com Lage, pacientes abaixo de 30 anos também sofrem com esta doença secundária não só pelo abuso de álcool, mas também o uso de corticóides para tratar outras doenças como doenças reumatológicas (artrites), doenças vasculares (vasculites), dores de cabeça fortes (enxaquecas secundárias a vasculites ) e, ultimamente, pacientes com uso de drogas para o tratamento do vírus HIV, que muitas vezes levam ao infarto da cabeça do fêmur pelo mesmo motivo do álcool.

“Nestes casos, a prótese de quadril pode ser indicada como a substituição da articulação. Na prática, uma parte se encaixa na bacia e a outra no fêmur. Muito comum em pacientes que estão na faixa de 30 a 65 anos, essa alternativa costuma trazer excelentes resultados”, afirma o médico.

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Ele ainda explica que, entre os pacientes mais jovens, a intenção é preservar ao máximo o estoque ósseo. “Neste caso a prótese de Resurfacing é a mais indicada por permitir um retorno a uma vida normal, sem limitações, inclusive para a prática de esportes de alto impacto como artes marciais, futebol, basquetebol, handebol, hóquei, skate, surf, motocross, ginástica artística, esqui aquático ou na neve, entre outros. Além disso, a prótese é a mais recomendada para pacientes com osteonecrose e outras doenças do quadril”, finaliza.

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