Quando o assunto é absorvente interno, muitas mulheres vivem cercadas de dúvidas. Afinal, ele tira a virgindade? Como ele fica no lugar? E se eu não conseguir tirar depois? A questão educacional é, definitivamente, a principal dificuldade relacionada a esse tipo de acessório, mas, hoje, vamos tirar algumas dúvidas sobre o tema com a ajuda da Dra. Carolina Curci, ginecologista e obstetra.
O QUE CONSIDERAR AO USAR ABSORVENTE INTERNO?
O primeiro passo para usar com sucesso um absorvente interno é ter paciência e tirar as suas dúvidas com um ginecologista. Esse profissional, com certeza, vai saber responder todas as questões que você tiver sobre o assunto.
No entanto, apenas a prática vai mostrar como essa é, sim, um método super seguro de lidar com a sua menstruação. Além de se informar sobre o assunto, é essencial você considerar alguns pontos:
- Como é o seu fluxo (leve, moderado ou intenso?)
- Quanto tempo você pretende usar o absorvente?
- Existe a possibilidade de troca nesse tempo?
- Qual atividade você vai praticar? (Um esporte? Nadar?)
- Você usa DIU?
De acordo com a médica, quando se fala de dispositivo intrauterino, não existe contraindicação ao uso de absorventes internos, mas é preciso alguns cuidados para que esse uso seja seguro e confortável. Para as mulheres que usam o copo menstrual, por exemplo, medir o tamanho do copo e saber tirar bem o vácuo antes de remover o acessório é essencial para não interferir com a posição do DIU.
“Na hora de colocar, você precisa ter a sua anatomia em mente”, explica. “É entender que eu não posso estar contraindo a musculatura vaginal, eu posso apoiar a minha perna, o meu pé, para que seja mais fácil, e se eu tiver dificuldade, que eu use absorventes com aplicadores.”
Para a profissional, é essencial relembrar às mulheres que esse é um processo indolor, anatômico e que tem que ser confortável. Talvez você não consiga colocar corretamente o absorvente interno na primeira tentativa – e tudo bem! É tudo uma questão de prática.
ABSORVENTE INTERNO ORGÂNICO É MELHOR?
Existe uma nova tendência de absorventes internos que são 100% orgânicos – e estão fazendo a cabeça das mulheres nas redes sociais. A verdade é que produtos orgânicos são feitos de forma a considerar o impacto ambiental e na saúde do consumidor, por isso, não possuem químicos e outros componentes industrializados na lista de ingredientes.
“Os absorventes ecológicos também são confortáveis, higiênicos, laváveis [no caso do modelo em copo]. Aí, a gente está pensando na questão até para a natureza. A gente sabe que hoje tem um absorvente que é 100% orgânico e biodegradável. São produtos à base de fibras vegetais, obtidos de forma sustentável e, claro, que não agridem o meio-ambiente. Se fosse para escolher um melhor, com certeza eu votaria nesse!”, diz a médica.
A QUESTÃO DA TROCA
Seja uma versão orgânica ou não, a verdade é que a segurança no uso do absorvente interno está um pouco além dos materiais utilizados na produção: dependem muito da troca periódica do absorvente.
“Cada absorvente tem um ritmo. Tudo vai depender da composição, do fluxo, da necessidade… No máximo, a troca deve ser feita de 4 a 6 horas, sempre lembrando do fluxo menstrual”, explica a ginecologista. “O sangue favorece o desenvolvimento de microorganismo que podem causar infecções, por isso, sempre que a gente falar em absorvente interno, a gente tem que falar em troca.”
Dessa forma, vale lembrar que cada mulher menstrua por, em média, cinco dias. Isso significa que, se a troca for feita segundo a recomendação médica, cada mulher vai usar 4 absorventes por dia ou 20 absorventes por mês.