“Não precisei brigar com a balança na infância ou na adolescência, apesar do histórico de obesidade na família – meu pai é obeso e já fez uma redução de estômago. Mesmo após duas gestações, mantive o peso controlado com uma alimentação saudável e regrada.
Porém, aos 27 anos, essa relação positiva com o meu corpo mudou. Deixei de cuidar da alimentação, não estava feliz em meu relacionamento e comecei a ter compulsão por comida. Na época, eu culpava a rotina (cuidar da casa, tomar conta dois filhos…) e a falta de tempo.
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Com o fim do meu casamento de seis anos, minha vida mudou: fui trabalhar fora como corretora e minha rotina baseava-se em ficar o dia todo sem ingerir nada. Quando tinha um tempinho para me alimentar, pensava em comer bem. Então, comecei a frequentar mais restaurantes, estava sempre em busca de uma refeição rápida e fácil e tinha prazer em pedir vários pratos diferentes. Na gaveta do escritório, só tinha espaço para salgadinhos e bolacha. E, no meu cardápio, nada de frutas ou legumes. Como deu para perceber, as redes de fast food eram minhas melhores amigas. Resultado: acumulei quase 22 quilos a mais.
Contudo, o sobrepeso não era um problema. Eu me pesava na farmácia sem nenhuma vergonha, fazia brincadeiras sobre o meu shape e ainda completava: ‘Amo ser gorda’. Em nenhum momento achava que estava comprometendo a minha saúde. Só notei que algo não estava bem quando passei a entrar em lojas para experimentar alguma roupa e as vendedoras não sabiam como explicar que a peça não ia servir.
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Foi aí, que decidi procurar um médico para fazer uma abdominoplastia (cirurgia realizada para retirar o excesso de pele e gordura localizada na região abdominal). Juntei dinheiro, fiz vários exames e estava decidida a realizar o procedimento. Mas, em uma das consultas de preparação, o médico disse que era arriscado me submeter a esse tipo de cirurgia e me mostrou um vídeo sobre os perigos que o sobrepeso oferecia na intervenção: embolia pulmonar e trombose. Fiquei com medo e desisti da ideia.
Durante as férias de janeiro de 2014, programei uma viagem com a minha família à praia, mas infelizmente não consegui aproveitar porque tive muita febre (cheguei aos 42°C), dor abdominal e nas costas, fraqueza e vômito. Quando cheguei ao hospital, o médico perguntou: ‘Quantos quilos você pesa? O seu rim não deve estar funcionando por isso’. Na época, pesava 97 quilos com 34 anos. Depois de realizar vários exames, recebi a conclusão: organismo todo alterado e gordura nos rins – o esquerdo estava mais comprometido.
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Interrompi os dias de descanso e voltei para a casa arrasada. Coloquei na balança o que precisava ficar e o que precisava sair da minha vida. Pensei nos meus dois filhos e na possibilidade de não estar mais com eles pela falta de saúde. Saí do hospital praticamente direto para o consultório do meu nutrólogo e da minha psicóloga. O emagrecimento veio rápido. De janeiro a julho de 2014,consegui eliminar 25 quilos. Só que daí veio a flacidez. Fazia calor e eu usava blusa de manga ¾ – tive até uma depressão leve por conta disso, mas com a ajuda da minha psicóloga, consegui superar isso também.
Rotina fitness
Há um ano e meio, a academia entrou na minha vida. Como não gostava de fazer musculação, o primeiro passo foi realizar exercícios para melhorar meu condicionamento físico com a ajuda de um personal trainer, que é meu amigo de infância e muito motivador. Depois, ele me incentivou a experimentar a luta. Hoje, faço muay thai, kickboxing e jiu-jitsu. Quero ser uma pessoa definida, mas nada de exageros. Continuo firme e forte com o nutrólogo e levo uma alimentação bem saudável mesmo. Entendi que a gente deixa de se cuidar porque deixa de se amar. E eu me amo! Não quero ser como a fulana ou ciclana, eu quero se a melhor versão da Cíntia.”