Transtornos alimentares, por Valeska Bassan

Psicóloga aprimorada em Transtornos Alimentares, pós graduanda em Medicina e Estilo de Vida e coaching de saúde no Hospital Israelita Albert Einstein
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Como os jogos olímpicos levantaram o debate dos ‘corpos perfeitos’

Vimos uma variedade de corpos na TV, mostrando que não existe um padrão perfeito

Por Valeska Bassan
20 ago 2024, 18h00
judô instagram beatriz souza
A equipe de Judô brasileira ganhou a medalha com corpos diversos (Equipe de Judô/Reprodução Instagram)

Começou desde a abertura das Olimpíadas, esse evento grandioso e assistido por milhões de pessoas ao redor do mundo, trouxe à tona um debate intenso sobre saúde pública e apologia à obesidade: A presença de pessoas obesas em posições de destaque durante as cerimônias gerou uma série de comentários negativos na internet, com frases como: “Como uma atleta tem esse corpo?” ou mesmo “Gorda e preguiçosa“.

Essa situação levanta uma pergunta importante: Será que existe um corpo ideal para atletas? 

Vamos entender: Os atletas dedicam suas vidas ao esporte, passando por treinamentos rigorosos, dietas controladas e rotinas exaustivas. A diversidade corporal entre os atletas reflete a variedade de modalidades esportivas e a complexidade do corpo humano. Insistir que um atleta precisa se encaixar em um padrão corporal específico é não apenas ignorante, mas também perigoso, podendo levar a distúrbios alimentares e problemas de saúde mental.

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A primeira medalha de ouro do Brasil em Paris foi conquistada por Beatriz Souza, uma mulher preta e gorda, praticante de judô. A vitória de Beatriz não é apenas um triunfo esportivo, mas também um marco significativo na quebra de estereótipos e padrões gordofóbicos da nossa sociedade. Sua conquista demonstra que todo corpo é capaz e que não existe um corpo padrão para um atleta.

Pesquisas demonstram que o desempenho atlético é influenciado por uma série de fatores, incluindo genética, treinamento, nutrição e mentalidade, e não apenas pelo peso corporal. 

Diversas modalidades esportivas exigem diferentes tipos de corpo. Além disso, a saúde metabólica e cardiovascular pode ser excelente em indivíduos de todas as formas e tamanhos. Estudos indicam que pessoas com sobrepeso ou obesidade podem ter perfis de saúde tão bons quanto, ou até melhores do que, pessoas magras que levam uma vida sedentária.

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Precisamos entender que a capacidade atlética não é determinada apenas pelo tamanho ou forma do corpo. Atletas com diferentes tipos de corpo podem alcançar resultados impressionantes, e a saúde não deve ser avaliada apenas pela aparência física. 

A performance, a dedicação e a paixão pelo esporte são os verdadeiros indicadores de um atleta.

Comentários depreciativos e preconceituosos não só afetam a autoestima e saúde mental dos atletas, mas também perpetuam um ciclo de gordofobia e desrespeito na sociedade. Atletas, como qualquer outra pessoa, são suscetíveis a problemas de saúde mental, e a pressão para se conformar a um ideal corporal pode levar a transtornos alimentares, depressão e ansiedade.

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Como psicóloga acredito ser essencial questionar esses padrões para que possam promover uma visão mais inclusiva e respeitosa. Precisamos incentivar a empatia e a compreensão, reconhecendo que cada corpo é único e valioso.

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