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Nutrição sem restrição, com Marina Nogueira

A nutricionista Marina Nogueira, do @naocontocalorias, fala sobre alimentação, comportamento, ciência e saúde
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Pulando a fogueira das calorias

Por Marina Nogueira
Atualizado em 28 jun 2021, 16h33 - Publicado em 28 jun 2021, 14h06
Comidas típicas de festa junina,
Comida de festa junina: “Qual é a mais calórica?” e “Quanto eu devo comer?” são perguntas constantes nos consultórios dos nutricionistas (TinaFields/Getty Images)
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Ainda estamos vivendo sob distanciamento social, mas o clima de festa junina não deixa de existir nos brasileiros. Algo que marca muito essa época, é a culinária: canjica, quentão, pé de moleque, pinhão, pamonha… tudo bem quentinho para esquentar os dias de junho e julho. 

Dentre as preocupações da época, está o consumo desses alimentos, que aumenta bastante. Se antes da pandemia o problema era a frequência com a qual consumíamos, agora a questão é com a disponibilidade em casa. Afinal, muita gente resolveu preparar as guloseimas em família para não perder mais um ano de comemorações.

“Qual comida mais calórica?” e “Quanto eu devo comer?” são perguntas constantes nos consultórios dos nutricionistas. Como você já deve imaginar, não existe uma resposta certa. Tudo vai depender da quantidade que você come – e da maneira que você prepara cada um. 

Antes mesmo de te mostrar como você pode comer em paz, acho importante lembrar que cada um desses alimentos tem um significado, e que o tipo de comida consumida varia de região para região. Comida não é só um emaranhado de nutrientes, é a história da nossa cultura contada através de deliciosos sabores.

Para começar, minha sugestão é que você prepare o que quer comer. Quando cozinhamos nossa comida, temos mais controle sobre a qualidade dos ingredientes, e também sobre o quanto desejamos fazer. Se encomendamos ou compramos pronto, ficamos a mercê das quantidades e da tabela nutricional nem sempre tão bacana assim… Procure receitas com sua família, amigos e sites especializados. Sempre tem alguém ou algum lugar com ótimas dicas culinárias. 

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Depois de tudo preparado, é hora de porcionar. Quando cozinhamos uma grande quantidade, aumentamos a chance de comer mais. Sei que muita gente parte para o raciocínio “melhor acabar logo com isso”, mas estou aqui para te falar que, mas comer um pouco a cada dia é muito mais inteligente e saudável do que comer tudo numa dose só. Use e abuse do congelador, separando em porções menores: isso facilita a hora de descongelar somente um pouquinho na hora que for comer. 

Na hora de comer, é o momento de ativar todos os seus sentidos. Qual o sabor aquilo tem? Em qual temperatura está? A textura é aquela esperada? Comer com atenção plena é útil e necessário para aproveitar cada mordida – e ainda te ajuda a perceber melhor a hora de parar. Lembre-se que a diferença do veneno e do remédio é a dose, portanto, começar e parar são momentos chave no consumo de qualquer alimento, sobretudo aqueles que raramente você consome.

E depois que você se deliciou, é hora de lidar com a possível culpa que vem depois. Sei que muita gente ainda está presa na mentalidade de dieta, achando que cada coisinha que se come vira um turbilhão de calorias ‘engordativas’ no corpo. O grande segredo é sempre voltar para a rotina habitual, sem provocar restrições extremas ou exagerar na atividade física. Equilíbrio não é muito em um dia e nada no outro, mas sim manter uma rotina linear com pequenos desvios de rota. Desvios esses que, nessa época, são abençoados por São Pedro e São João. Anarriê e muitas delícias para você!

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